Lacerda, baleado no pé, no atentado da rua Toneleros, que agrava a crise. |
A crise política que virtualmente caracterizou
todo o segundo governo de Getúlio Vargas (1951-1954) ganhou uma nova dimensão e
foi agravada a partir do atentado da rua Toneleros. Ocorrido em 5 de agosto de
1954, nesse episódio foi assassinado o major-aviador Rubens Vaz e levemente
ferido o jornalista Carlos Lacerda, que ganhara notoriedade pelo combate
sistemático e virulento a Getúlio nas páginas do jornal Tribuna da Imprensa. A inflamada pregação golpista de Carlos
Lacerda, que ecoava o discurso da UDN, a União Democrática Nacional, acabaria
por contaminar as Forças Armadas, a partir do atentado da rua Toneleros.
As investigações revelaram a
participação no atentado de integrantes da guarda pessoal do presidente. No
Congresso, a bancada da UDN, uma legenda à direita do arco ideológico, exigia
insistentemente a destituição de Getúlio. A grande maioria da oficialidade da
Aeronáutica e da Marinha, e uma parcela significativa do Exército,
compartilhavam do golpismo udenista. Na imprensa emergiam sucessivas denúncias
de corrupção e irregularidades administrativas incriminando familiares e
personagens ligados ao presidente.
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