A
recente denúncia do Diário do Pará,
segundo a qual em seu atual mandato Simão Jatene já teria consumido R$ 100
milhões em propaganda oficial só com o grupo de comunicação dos Maiorana,
apenas ilustra a promiscua relação dos governos tucanos com as ORM, Organizações Romulo Maiorana. Uma
relação iniciada ainda no primeiro mandato do ex-governador tucano Almir
Gabriel, já falecido, com o célebre contrato, travestido de convênio, entre a
Funtelpa, a Fundação de
Telecomunicações do Pará, e a TV Liberal. Pelo contrato – etiquetado de convênio para driblar a exigência de
concorrência pública -, a Funtelpa simplesmente pagava um aluguel mensal para a
TV Liberal utilizar suas 78 repetidoras e, assim, levar sua programação para o
interior do Estado.
O simulacro de convênio firmado entre a Funtelpa e
a TV Liberal, celebrado ainda no primeiro mandato de Almir Gabriel como
governador, quando era presidente da fundação Francisco Cézar Nunes da
Silva, rendeu aos cofres da emissora dos Maiorana R$ 37 milhões ao longo
de 10 anos, em valores ainda por atualizar. O último pagamento foi de R$ 467
mil. Diante da ruptura do falso convênio, pelo governo da petista Ana
Júlia Carepa, os irmãos Maiorana ingressaram na Justiça com uma ação
reivindicando uma indenização de mais de R$ 3 milhões, a pretexto de suposta manutenção feita nas repetidoras da Funtelpa.
A pilhagem ao erário perdurou durante os
dois mandatos de Almir e teve andamento no primeiro mandato de Simão Jatene
como governador. Em um dos seus derradeiros atos, ao fim de seu primeiro
mandato como governador, que se estendeu de 2003 a 2006, Simão Jatene renovou o
repulsivo “convênio”, coadjuvado pelo então presidente da Funtelpa, Ney
Messias, o ex-secretário estadual de Comunicação de Jatene. A lambança foi
tornada sem efeito pela petista Ana Júlia Carepa, tão logo empossada como a
primeira governadora
eleita pelo voto direto da história do Pará.
Mais
recentemente, os Maiorana protagonizaram um imbróglio envolvendo a ORM Air Táxi
Aéreo, em um contrato celebrado com o governo do Estado, com fortes indícios
de falcatruas, o que justificou a execução de um mandado de busca e apreensão
na empresa pelo MPE, o Ministério Público do Estado do Pará. Na ocasião, fonte
idônea, sob a garantia do anonimato, revelou que alguns dos documentos
coletados, no cumprimento do mandado de busca e apreensão, evidenciavam
indícios de falcatruas na esteira do contrato celebrado entre o governo
estadual e a ORM Air Táxi Aéreo. Chamava atenção, por exemplo, segundo essa
fonte, que a documentação inicialmente examinada especificasse a origem – sempre
Belém, naturalmente - e omitisse o destino dos voos. “Do que foi visto,
inicialmente, apenas em um único voo, para Moju, é especificado o destino”,
revelou a fonte. Essa mesma
fonte citou como “inusitado” que por dois meses consecutivos, mais
especificamente agosto e setembro de 2012, com base no valor da hora-voo, o
custo mensal tenha sido o mesmo, algo mais de R$ 170 mil. Em outubro de 2012,
acrescentou a fonte, o custo mensal ficou em pouco mais de R$ 200 mil, para em
novembro e dezembro alcançar exatos R$ 148.089,00,00, “outra inusitada
coincidência”. Tudo em valores por atualizar, convém assinalar.
De
resto, não faltam precedentes de tentativas de manipulação do eleitorado pelos
Maiorana. Desde a época do patriarca da família, o jornalista e empresário da
comunicação Romulo Maiorana, já falecido, fundador do Grupo Liberal, hoje ORM, que no passado fora contrabandista, inclusive de armas, conforme revelou o jornal O Globo, do Rio, no final dos anos 50 do século passado. Foi assim em 1982, com Romulo Maiorana ainda vivo, quando Jader
Barbalho elegeu-se governador, pelo PMDB, vencendo Oziel Carneiro, do PDS, o
candidatura da ditadura militar. Repetiu-se depois da morte de Romulo Maiorana, ocorrida em 1986, quando em 1990 Jader Barbalho reelegeu-se
governador, pelo PMDB, derrotando o empresário Sahid Xerfan, do PTB, ex-prefeito
de Belém, apoiado pelo então governador Hélio Gueiros, na ocasião um
ex-peemedebista rompido com Jader, que fizera dele seu sucessor, em 1986. E
voltou a ocorrer em 1998, quando o tucano Almir Gabriel, ex-PMDB, feito senador
por Jader Barbalho em 1986, obteve um segundo mandato como governador, pelo
PSDB, vencendo seu ex-patrono político, com a escandalosa utilização da máquina
administrativa estadual e o escancarado apoio dos Maiorana. Em passado mais recente,
nas eleições municipais de 2008, o grupo de comunicação da família avalizou a
candidatura a prefeito de Belém da ex-vice-governadora Valéria Vinagre Pires
Franco, do DEM, apontada como favorita pelo Ibope, cujas pesquisas foram
terceirizadas, mas que acabou em quarto lugar, apesar de ter feito a mais cara
campanha, ficando atrás de Duciomar Costa, o nefasto Dudu, do PTB; de José Priante, do PMDB; e de Arnaldo Jordy, do PPS.
Fraudes, aliás, são uma especialidade dos Maiorana, como ilustra o episódio
que obrigou O Liberal a se retirar
pela porta dos fundos do respeitado IVC, o Instituto Verificador de Circulação,
para evitar uma constrangedora auditoria. O IVC simplesmente flagrou os Maiorana
anabolizando os números que davam uma supremacia avassaladora ao seu principal
jornal.
2 comentários :
Caro barata faltou você dizer que este contrato entre Orm AIR e casa militar redundou em uma ação penal movida pela promotoria militar contra o chefe do gabinete militar e outra de improbidade administrativa contra rominho maiorana que resultou no bloqueio de bens da Orm AIR todas movidas pelo Mpm
Isto é uma quadrilha! Bando de ladrões!
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