“Uma postulação
assentada sobre uma fraude intelectual me incomoda muito mais. A leitura que
Marina faz das contribuições e malefícios do PSDB e do PT à democracia
brasileira é fantasiosa e atende apenas à mitologia erigida a partir de sua
lenda pessoal. Os brasileiros deveriam ter o direito de escolher apenas um
presidente da República. Marina quer nos oferecer uma nova era. Cuidado,
Platão! Se der certo, não tem como não dar errado.”
A
advertência é do jornalista Reinaldo Azevedo, colunista da Folha de S. Paulo e que mantém um blog na versão online da revista Veja. Na sua coluna desta última
sexta-feira, 29, ele fala do seu empeno em entender o pensamento de Marina
Silva. “Tenho me dedicado, nem poderia ser diferente, a tentar entender o
pensamento de Marina Silva –há gente assegurando que ela vai presidir o Brasil.
Mas é tarefa difícil. E rio daqueles que, julgando compreendê-lo, criam suas
próprias metáforas para desentranhar as da candidata do PSB à Presidência, de
sorte que, depois de alguns minutos de conversa, estamos todos no reino da
alegoria, lá onde uma coisa puxa a outra rumo a lugar nenhum”, acentua.
“Notem que nem me
atenho aqui às barbaridades defendidas por Marina durante a votação do Código
Florestal ou à sua luta obscurantista contra os transgênicos”, assinala ainda Reinaldo
Azevedo. E acrescenta: “Também a preservo do passado mais remoto, quando, fiel
ao petismo, ofereceu batalha contra o Plano Real e a Lei de Responsabilidade
Fiscal. Abstenho-me de tratar da rede de crimes que envolve aquele avião, da
qual ela foi, obviamente, beneficiária, o que poderá resultar até na cassação
de um eventual mandato se a lei for cumprida (ou me demonstrem que não). Esses
são assuntos, digamos, contingentes, do dia a dia do noticiário.”
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