Tancredo (à dir.), autor da nota na qual Vargas repele a deposição. |
O governador do Rio, Ernani do Amaral
Peixoto, que era também genro de Getúlio, apresentou a proposta de
licenciamento do presidente. Tancredo Neves, o ministro da Justiça, fez uma
contraproposta, defendendo que o povo deveria ser consultado através do
parlamento. Na falta de um resultado concreto, Getúlio tomou a palavra e
declarou: “Já que o ministério não chega a nenhuma conclusão, eu vou decidir.
Determino que os ministros militares mantenham a ordem pública. Se conseguirem,
eu apresentarei o meu pedido de licença. No caso contrário, os revoltosos
encontrarão aqui dentro do palácio o meu cadáver.” Dito isso, o presidente
retirou-se da sala.
Os ministros e demais participantes da
reunião avaliaram que seria conveniente redigir um comunicado anunciado ao povo
a decisão adotada. Tancredo Neves redigiu a nota, que foi levada por Osvaldo
Aranha a Getúlio, para obter a aprovação deste. Às 4h45 o País era informado da
resolução do presidente: “Deliberou o presidente Vargas, com a integral
solidariedade dos seus ministros, entrar em licença, passando o governo a seu substituto
legal, desde que seja mantida a ordem, respeitados os poderes constituídos e
honrados os compromissos solenemente assumidos perante a Nação pelos oficiais
generais das nossas forças armadas. Em caso contrário, persistiria inabalável
no seu propósito de defender suas prerrogativas constitucionais com o
sacrifício, se necessário, de sua própria vida.”
Nenhum comentário :
Postar um comentário