Qualidades literárias à parte, uma
controvérsia cerca a autoria da carta-testamento. Viceja a versão de que o
autor da mesma seria, em verdade, o jornalista José Soares Maciel Filho, que
teria cumprido assim seu papel de ghost-writer,
que vem a ser o redator-fantasma, aquele que escreve discursos e outros textos
para outro. Ou seja, o redator de aluguel que produz um texto para outro assinar.
O jornalista Roberto Pompeu de Toledo,
da Veja, descreve Maciel como “figura
destacada na corte getulista”, que inclusive ocupou as superintendências do BNDE,
o Banco Nacional de Desenvolvimento, antecessor do BNDES, o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social, e da Sumoc, a Superintendência da Moeda e
do Crédito, que deu origem ao Bacen, o Banco Central. “Sua glória, porém, advém
do ofício de ghost-writer.
Ele é lembrado até hoje, e continuará sendo lembrado por muito tempo, como o
autor da carta-testamento”, salienta Roberto Pompeu de Toledo, para
acrescentar: “Com esse texto, que fez sob encomenda, e deu para outro assinar,
saiu da obscuridade para entrar na história.”
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