Segue
mais abaixo a transcrição do comentário de Elio Gaspari, em sua coluna deste
último domingo, 17, que pode ser acessada pelo seguinte link:
O PR-AFA
de Eduardo Campos acertou Dilma
A conta é simples: em agosto do ano
passado, antes de ter o registro de seu Rede negado pelo Tribunal Superior
Eleitoral, Marina Silva tinha 26% das intenções de voto na pesquisa do
Datafolha. Tendo-se abrigado no PSB, acabou numa chapa que era encabeçada por
Eduardo Campos. Há um mês, tinham 8%
Os números de uma nova pesquisa do
Datafolha estarão nas ruas nos próximos dias. Partindo-se dos 8%, somando-se o
efeito da comoção provocada pelo acidente com o jatinho PR-AFA, ela poderá
surpreender. Para que Dilma saía incólume, qualquer ponto percentual que vá
para Marina precisará sair do acervo de Aécio Neves, e essa hipótese é absurda.
Dilma certamente perde quando fortalece-se a possibilidade de um segundo turno.
Se Aécio perde algo com a nova situação, é uma dúvida.
Manejando-se apenas percentuais, vai-se
a lugar nenhum. Falta saber o que Marina proporá para transformar preferências
em votos. No primeiro turno de 2010 ela teve cerca de 20 milhões de votos
(19,33%). Até agora o programa de sua chapa foi ralo e confuso. Fala em “eixo
programáticos”, “brasileiros socialistas e sustentabilidades”, “bordas de desfavorecidos”,
“democracia de alta intensidade”, em “ampliar as dimensão dos controles ex post
frente à primazia dos controles ex ante”. Propõe plebiscitos e “um novo Estado”.
Isso pode dar em qualquer coisa.
Com dois minutos no programa eleitoral
gratuito contra 11 de Dilma e quatro de Aécio Neves, só as redes sociais e a
internet poderão socorrê-la. Tomara que isso aconteça e ela ponha carne no
feijão. A ideia de uma candidata a líder espiritual reconforta o eleitor
desencantado com a polaridade PSDB-PT, com seus mensalões mineiro e federal.
Para o primeiro turno isso é um bálsamo. Para o segundo, uma aventura.
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