LAMBANÇAS – Nota do MPE tenta rebater denúncia

Marco Antônio Neves: tentativa pífia de desqualificar o Blog do Barata.

        Em “Nota de Esclarecimento”, enviada por e-mail e assinada pela sua Assessoria de Imprensa, o MPE, o Ministério Público do Estado do Pará, rebate a denúncia veiculada pelo Blog do Barata, segundo a qual o promotor de Justiça José Maria Gomes dos Santos, ouvidor licenciado, teria feito turismo às custas do erário. “Não é verdade que o promotor de Justiça José Maria Gomes dos Santos realizou viagem ao Rio Grande do Sul para participar da XXI Reunião Ordinária do Conselho Nacional dos Ouvidores do Ministério Público – CNOMP, no período de 06 a 10/08/2014”, trombeteia a versão oficial. De acordo com esta, antes da publicação da portaria autorizando sua participação na reunião ordinária do CNOMP, do último dia 6 de agosto, apesar de licenciado do cargo desde 14 de julho passado, ele teria requerido o cancelamento do expediente que deu origem à portaria. A solicitação do cancelamento do expediente teria sido feita em 14 de julho passado, data na qual José Maria Gomes dos Santos foi licenciado do cargo de ouvidor, por e-mail remetido ao procurador-geral, Marco Antônio Ferreira das Neves, com cópia para a Comissão de Controle Interno do MPE, ainda de acordo com a versão oficial.

        A “Nota de Esclarecimento” capciosamente omite que a denúncia veiculada pelo Blog do Barata na sexta-feira passada, 15, foi fundamentada em atos oficiais, publicados no Diário Oficial do Estado. Em cujas edição recentes, até esta última segunda-feira, 18, não há nenhum registro da solicitação de cancelamento do expediente que deu origem à portaria publicada no último dia 6 de agosto, ou de qualquer ato tornando-a sem efeito. Logo, o Blog do Barata foi, no máximo, induzido ao erro pela inépcia da atual administração do MPE, capaz de desacreditar até a única fonte, a priori, plenamente confiável, que é o Diário Oficial. Nada que surpreenda, é verdade, em se tratando do procurador-geral de Justiça, Marco Antônio Ferreira das Neves, e do subprocurador-geral, Jorge de Mendonça Rocha, cujas recorrentes lambanças, aqui frequentemente denunciadas, permitem concluir que só se distinguem de uma anta devido ao brilho de inteligência no olhar – da anta.

        Quanto ao ouvidor licenciado do MPE, que postula a recondução ao cargo (e por isso, por força da lei, dele teve que se licenciar), convém recomendar que reserve sua indignação para a desídia, levada ao paroxismo, do procurador-geral Justiça e do subprocurador-geral. Mas, a inferir da “Nota de Esclarecimento”, falta-lhe coragem moral para tanto. Algo previsível em quem se notabilizou, antes de qualquer coisa, pelo deslumbramento diante do cargo ocupado e pelos modelitos ostentados, dignos de yuppie brega.