quarta-feira, 24 de agosto de 2011

SAÚDE – O menosprezo recorrente de Jatene

O descaso de Simão Jatene em relação à saúde pública é algo recorrente. Não por acaso, no caso dos bebês mortos sem que a mãe fosse atendida no Hospital das Clínicas e na Santa Casa de Misericórdia do Pará, ele permaneceu ausente, física e moralmente. Por instinto, ou instruído pelo marketeiro das baixarias, a pretexto de estar fora de Belém ele saiu de cena, escalando, para o eventual opróbrio, o secretário estadual de Saúde, Hélio Franco, particularmente patético, ao se prestar a recitar o script do engodo, ao proclamar a suposta “indignação” do governador. Garantido o seu scotch diário e outras mordomias do cargo, além da benesses reservadas aos inquilinos do poder e seus familiares e apaniguados, Jatene materializa e até supera a figura caricata produzida pela ficção, que é Justo Veríssimo. No íntimo, no íntimo, ele quer mais é que o pobre se exploda, conforme o bordão cunhado pelo personagem criado e encarnado por Chico Anysio. Só os despautérios do governo Ana Júlia Carepa e a falta de melhores alternativas são capazes de explicar a eleição do governador tucano. A boa imagem que exibia, ao término de seu primeiro mandato, justifica-se unicamente por uma massiva e cara propaganda enganosa, consumada mediante uma das mais acintosas pilhagem ao erário já registrada na história do Pará.
O descaso de Simão Jatene em relação à saúde pública é algo recorrente, repita-se, porque pertinente. Foi assim no seu primeiro mandato como governador, de 2003 a 2006, quando, no loteamento político da máquina administrativa, entregou a Sespa, a Secretaria de Estado de Saúde Pública, ao PFL, hoje DEM, do então deputado federal Vic Pires Franco, marido e tutor político da então vice-governadora, Valéria Vinagre Pires Franco. Como preposto do casal Pires Franco, tornou-se secretário estadual de Saúde o médico Fernando Dourado, hoje vereador de Belém pelo DEM e cuja administração, à frente da Sespa, foi pontuada por sucessivas denúncias de corrupção, em sua maioria formuladas pelo Ministério Público Estadual. O que temos atualmente, no segundo mandato de Jatene como governador, é um patético déjà-vu, apenas aparentemente mais afrontoso, porque a omertà não inclui o grupo de comunicação da família Maiorana, do qual fazem parte o jornal O Liberal e a TV Liberal, afiliada da Rede Globo de Televisão.
Hoje aliado ao PMDB, que no Pará é o nome de fantasia do ex-governador e senador eleito Jader Barbalho, Jatene obviamente não teve como reprisar o esdrúxulo convênio que sangrou o erário, de 1996 a 2006. Pelo convênio, assim etiquetado porque um contrato exigiria a realização de concorrência pública, a TV Liberal embolsou do governo estadual um total de R$ 37 milhões, por utilizar as retransmissoras da Funtelpa, a Fundação de Telecomunicações do Pará, para levar a programação da TV Globo ao interior do Estado. O arremedo de convênio foi celebrado a quando do primeiro mandato do ex-governador Almir Gabriel, sendo sucessivamente renovado nos demais anos de governos do PSDB no Pará, incluso os quatro anos do primeiro mandato de Jatene como governador. No último dia do seu primeiro mandato, com o cinismo que com ele se confunde, Jatene renovou por mais um ano o simulacro de convênio, valendo-se da subordinação servil de Ney Conceição Messias Júnior, então presidente da Funtelpa e hoje seu secretário estadual de Comunicação. Ao suceder Jatene, a ex-governadora petista Ana Júlia Carepa, tratou de romper o esdrúxulo convênio, flagrantemente ilegal e imoral, o que explica a relação ambivalente que com ela manteve durante o seu mandato, de 2007 a 2010, o grupo de comunicação dos Maiorana. A decisão de Ana Júlia Carepa serviu de pretexto para o escárnio que representa a ação judicial na qual os Maiorana reivindicam ressarcimento, pela ruptura unilateral do simulacro de convênio.

15 comentários :

Anônimo disse...

Barata,mais uma vez,parabéns pelas suas colocações.Perfeitas,sem nenhum reparo a ser feito.Tudo que você escreveu,infelizmente é nossa realidade,refens que somos dessa corja de políticos ordinários.

Anônimo disse...

BARATA, SE FOSSE SÓ NA SANTA CASA NO DEPARTAMENTO DE ENDEMIAS DA SESPA, NA COORDENAÇÃO DE MALÁRIA O ATUAL CHEFE NÃO ESTA PREPARADO TECNICAMENTE,ELE E NÍVEL MÉDIO, E O GARGO REQUER NO MINIMO NÍVEL SUPERIOR. QUE VERGONHA GOVERNADOR.

Anônimo disse...

e na URE DIPE,o que prevalece por lá é gratificação de Tempo Integral, detalhe: sem cumprir horario principalmente nbo laboratório

Anônimo disse...

Que decepção o Jatene.
Mas não é só o Jatene, é o PSDB, partido que só governa para rico.
O que se pode esperar de um partido que abriga Manoel Pioneiro e Zenaldo Coutinho em seus quadros?
As exceções são raríssimas, como Fernando Henrique e Aécio Neves.

NÃO TO NA FOLHA DA ALEPA... disse...

Ei gente uma pergunta, AS OBRAS DA NOVA SANTA CASA NÃO ESTÃO PARADAS? CADE OS DEPUTADOS DA ALEPA QUE BRIGARAM TANTO PELO 366? até onde eu sabia parte desse recurso seria para terminar a obra, mas eles preferiram torar essa NOSSA grana com suas emendas parlamentares para beneficiar suas dinastias, tô errado? e o simão na sua capanha foi o que mais se beneficiou dessa historia.

EU VOTEI NO JATENE. disse...

Sabem o que eu gostaria é que o MEU e o NOSSO Governador eleito de nosso estado fosse na TV pedir desculpas aos pais e familiares dos bebes ASSASSINADOS na porta da santa casa, era o mínimo que ele poderia fazer. Vc esta certo barata é apenas um jogo de sena afastar fulano, exonerar cicrano, o verdadeiro responsável se esconde atras da nuvem de fumaça. ISSO É UMA COVARDIA!!!!!

Guto Lobato disse...

Vou me dar ao trabalho de responder aos colegas que desqualificam minha mãe, ex-presidente da Santa Casa (democracia é isso, e toda opinião é bem vinda):

Primeiro, um papo técnico, uma coisa muito importante: triagem não significa fechar as portas - e sim orientar casos mais graves a procurarem um hospital em que haja estrutura. Partos normais e a termo estavam sendo feitos normalmente. Foi esta a orientação da direção - que nada tem de incorreta. Ah: vale frisar que a dra. Maria do Carmo só orientou a realização de triagem porque, desde 8 de agosto, vinha comunicando a superlotação ao governo (leia-se, a Helio Franco e Jatene), sem receber resposta ALGUMA.

Vocês, que vociferam loucamente sob o anonimato, numa atitude digna de pré-adolescente ou petista que ficou com raiva de largar a teta do Estado, possuem alguma palavra ou informação que possa, objetivamente, desqualificar minha mãe? Pois o que tenho, de fatos reais e objetivos, são as seguintes coisas, que só a engradecem:

- Na época em que ela e a dra. Rosemary Goes (atual adjunta de Saúde) administratam o Hospital de Clínicas, ele recebeu a Acreditação Hospitalar - primeira na região Norte -, um selo de qualidade que pouquíssimos hospitais têm no País. (Detalhe: a Acreditação foi PERDIDA no governo do PT)

- Como gestora do Hospital Metropolitano, ela resolveu o problema histórico do setor de Pronto-Atendimento, bem como o relacionamento entre o hospital e a classe dos traumato-ortopedistas. E até hoje é elogiada pelo trabalho que teve ali, de onde foi demitida por denunciar um calote de seis meses do PT ao hospital, em entrevista ao jornal O Liberal.

- Foi a ÚNICA representante no Brasil a participar da experiência de dois meses no Japão em 1998, como parte de sua pós-graduação em administração hospitalar. A seleção foi feita com base em seu currículo e em sua experiência na saúde pública do Pará.

- Já presidiu o CONSELHO DE ÉTICA do CRM, além de ser membro efetivo do Conselho há décadas.

No mais, tenho informações de caráter qualitativo beeeeeeem diferentes das suas - e as obtive não entre amigos, mas entre matérias, opiniões em redes sociais de dezenas de médicos, estudantes e profissionais de saúde.

Vocês, certamente, não devem é passar de DASs ou petistas ressentidos, desses que vivem de mamar nas tetas do Estado e desqualificar pessoas com o currículo, a experiência e o comprometimento de minha mãe.

Infelizmente, ela é uma pessoa ingênua, romântica, não vê maldade nas pessoas e não vai perder o tempo dela respondendo a tantas ofensas pessoais. Ela enxergou este governo como oportunidade de fazer pela Santa Casa o que ela e seus colegas diretores, bem como a dra. Rosemary, fizeram pelo Hospital de Clínicas; infelizmente, estava errada e foi sumariamente IGNORADA quando denunciou a situação crítica do hospital via ofício. Foi usada pelo poder público (e que poder!) para justificar o descaso, a omissão, o erro e - aí sim - a ARROGÂNCIA e PREPOTÊNCIA deste secretário de saúde e deste governador, que a convidaram PESSOALMENTE para assumir a presidência da Fundação e agora lhe apunhalharam pelas costas.

Digo e repito: vou defender minha mãe contra qualquer tipo de difamação. Ela já foi demitida por critérios políticos e, acredite, deixou muita saudade no HMUE. Vai acontecer o mesmo - já aconteceu - na Santa Casa, e a verdade vai surgir e provar quem estava certo.

Anônimo disse...

Verba pública não falta para a saúde. O que falta é vegonha na cara de um Governador, que acha que resolve a precária situação da saúde, afastando os dirigentes da SC.
É preciso deixar bem claro que a única culpa é Governador JARTENE. Pois o atual Governador foi o rsponsável pelo atraso nas áreas da saúde em nosso Estado. É lamentável. Acorda Pará.

Anônimo disse...

Quando da aprovação do emprestimo de 366 milhoes pela Alepa, todos os deputados Tucanos fizeram o máximo para atrasar a liberação, sem se importar inclusive que, uma parcela significativa desse dinheiro seria aplicado nas obras na nova Santa Casa, eles simplesmente ignoraram a necessidade de aumentar o numero de leitos, bem como modernizar o atendimento pelo simples motivo de que, se fosse construido o novo hospital, seria mais uma obra do governo do PT. Hoje eles ficam trocando acusações e tentando esconder, mais uma vez, a verdade da população, maquiando os fatos e manipulando a verdade, mentindo descaradamente sobre o emprestimo.

Anônimo disse...

O que esperar de um governador que no seu primeiro governo deu de bandeija a Sespa para aquela corja de bandidos do ex dep Vic?

Anônimo disse...

Num estado onde os um Órgão de fiscalização, TCE, com um vice-presidente, Luís "Cara de Pau" Cunha, que usa e abusa de nepotismo que ninguém toma providências, pois tem a mulher nomeada na Asipag, os irmãos Antonio e Paulo Cunha Teixeira nomeados no presídio de Bragança, nos cargos de vice-diretor e chefe de segurança, respectivamente, além dos sobrinhos agentes prisionais contratados, também no presídio de Bragança, Willis Alves da Costa, Tamíres Teixeira (Lic. Maternidade), e Maria Regina Gonçalves da Cunha, esta mulher de Benedito do Carmo de Sousa Melo, exonerado recentemente do cargo de vice-diretor do presídio de Bragança, foi logo agraciado com um DAS no TCE, indevidamente,diga-se de passagem, pois não tem formação adequada para o cargo. Agora me digam: prá que serve isso (TCE)?

Anônimo disse...

Hoje no noticiario do LIBERAL da noite fiquei deprimido com a postura de helio franco.Vi uma mulher digna e corajosa mais uma vez ser desreipeitada por um colega em troca de um cargo nesse governo.Isso devia passar no Jornal Nacional para mais uma vez termos vergonha de ser paraenses.Quero manifestar minha solidariedade com a Dra Maria do Carmo,essa sim que nos orgulha de ter como conterranea.

Anônimo disse...

Barata enquanto Hélio Franco com seu discurso marqueteiro vai ficando cada vez mais patético,mais aumenta minha admiração pela Dra Maria do Carmo Lobato.Esse governo de faz de conta para quem o importante é deixar entrarem gestantes na Santa Casa ,mesmo sabendo que não tinha, como alojar os bebes prematuros e que apesar do pedido de medidas não resolvia nada já que a transferencia tão falada não era feita(senão é claro que não teriam todos aqueles a mais),Jatene e anti-saúde Hélio tenham vergonha do que fizeram com essas médicas.Vocês estão envergonhando os paraenses!

Anônimo disse...

Governozinho NOJENTO.

Samário Ruibardo disse...

O aedo jatene em tempo algum teve luz própria. Politicamente sombrio.Nunca foi turuna. Dizem ter sido amaldiçoado pelo mecenas metistofélico !