PITI – O faniquito de Irisvaldo Laurindo, o meigo

Florisvaldo Laurindo, vulgo Iran, o meigo: piti na esteira da prepotência.

Carregando três sacolas de compra, além de guarda-chuva, claudicante, devido um problema no pé, eu caminhava absorto na Quintino Bocaiúva, na noite desta segunda-feira, 23, para ir à farmácia. Eis que na penumbra da calçada em frente a Fiepa, a Federação das Indústrias do Estado do Pará, surge uma figura, supostamente masculina, com indumentária de caminhada e fones de ouvido, vociferando uma série de insultos contra mim, com jeitos e trejeitos próprios de quem reluta em sair do armário. Imobilizado pela surpresa, precisei fixar a vista, para tentar identificar a ensandecida figura que, entre um impropério e outro, se apresentou como um ex-colega de O Liberal, acusando-me de não tê-lo ouvido, “antes de publicar mentiras”. Aí, então, reconheci Irisvaldo Laurindo de Souza, vulgo Iran, o meigo, no seu momento de Madame Satã, personagem compatível com suas mais recônditas inclinações. Depois de recomposto, tive tempo de devolver os insultos, quando então Irisvaldo Laurindo, o meigo, seguiu seu caminho e eu pude ir à farmácia.

Ao fim e ao cabo, registrou-se na noite de segunda-feira, 23, mais um capítulo na ignomínia recorrente dos áulicos dos eventuais inquilinos do poder, obnubilados pela prepotência, no rastro da qual comportam-se como cúmplices retroativos da ditadura militar, valendo-se de torpes tentativas de intimidação, na pretensão de calar as vozes dissonantes.

No que me diz respeito, orgulho-me de ter os desafetos que tenho, cujo jaez é meu atestado de idoneidade. Contra mim deporia se deles amigo fosse. Convivo bem com o contraditório, não confundo adversários com inimigos, nem desqualifico ninguém por discordar de mim. Cultivo a máxima segundo a qual a liberdade é sempre a liberdade de quem discorda de nós. Mas não tolero canalhas, independente de status. Canalhas são canalhas - sejam patrões ou subalternos.