Se a vida pregressa do juiz Geraldo Neves Leite não o recomenda, os
antecedentes do hoje deputado federal Joaquim Passarinho Pinto de Souza Porto,
o Quinzinho, são desanimadores.
Como
parlamentar, o que ele produziu de mais significativo foi a Lei do Fio
Dental, que soa graciosa em um Estado que exibe índices sociais pífios e no
qual pelo menos 50% da população economicamente ativa vive na faixa da pobreza. A lei obriga bares e
restaurantes a disponibilizarem fio dental para os clientes e foi sancionada pela
ex-governadora petista Ana Júlia Carepa, protagonista de uma desastrosa
administração.
Quinzinho, diga-se, nasceu
Joaquim Pinto de Souza Porto. Ele agregou o sobrenome Passarinho para pegar carona
no prestígio do ilustre tio-avô, o coronel Jarbas Passarinho, ex-governador e
senador do Pará, uma das mais importantes lideranças do regime militar e que
foi ministro do Trabalho e Previdência Social, da Educação e da Previdência
Social, durante a ditadura, e da Justiça, já na redemocratização, no governo Fernando
Collor.
Jarbas Passarinho, recorde-se, foi um dos
signatários do tenebroso AI-5, o Ato Institucional nº 5, de 13
de dezembro de 1968, na esteira do qual a ditadura militar radicalizou a repressão,
instituindo a censura prévia, para amordaçar a imprensa, e incorporou a prisão
arbitrária, a tortura e o assassinato dos opositores, a pretexto de combater o
terrorismo de esquerda. É de autoria de Jarbas Passarinho, que assim tisnou para
todo o sempre sua biografia, a frase célebre, exortando ao obscurantismo do totalitarismo. "Às favas, senhor presidente, neste momento, todos
os escrúpulos de consciência”, trombeteou, pomposo, dirigindo-se ao então
presidente Costa e Silva, na reunião do Conselho de Segurança Nacional, no
Palácio das Laranjeiras, no Rio de Janeiro, da qual brotou o famigerado AI-5.
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