O que chama mais atenção, no julgamento do
TRE sobre a fraude eleitoral em São João de Pirabas em 2012, é o debate a
respeito ficar circunscrito ao e-mail comprometedor, inusitadamente
desentranhado do processo pelo juiz Charles Claudino Fernandes. O e-mail é
importante sim, como prova. As demais provas embutidas nos autos, porém, não
são menos eloqüentes e evidenciam a escandalosa falcatrua orquestrada pelo
prefeito Luis Cláudio Teixeira Barroso. Após saquear o erário, como comprovou o
Ministério Público do Estado do Pará, pelas mãos do probo procurador de Justiça
Nelson Medrado, Barroso desafiou acintosamente a própria Justiça Eleitoral, ao
patrocinar a fraude eleitoral que lhe permitiu obter a reeleição.
Nos autos do processo existem, por exemplo,
depoimentos de capangas confessando que foram pagos - com recursos do Fundeb, o
Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da
Educação - para
coagir os eleitores a votarem em Barroso. Há a prisão em flagrante, em frente a
Escola Dircélia Koury, o Casulo, do cabo eleitoral de nome Nazareno, mais
conhecido com Maquel, portando santinhos, com propaganda eleitoral de Barroso e
Luciana Carneiro e nos quais foram grampeadas cédulas de R$ 100,00 e R$ 50,00 –
em alguns casos falsas. Há também a apreensão de vários ônibus, transportando
eleitores, cujas anotações dos títulos eleitorais, assim como dos documentos
dos motoristas, ficaram na delegacia de polícia. Existem ainda depoimentos de
coações aos eleitores inscritos no programa do governo federal Minha Casa Minha
Vida, para que votassem em Barroso. Como há relatos de distribuição gratuita de
combustível a taxistas, mototaxistas e particulares, desde que eleitores do
prefeito, no posto Santo Antônio, na travessa dos Mercadores, próximo da Beira
Mar. “É só cotejar a quantidade de combustível
consumida na campanha do prefeito reeleito, na prestação de contas, com o
estoque vendido pelo posto no mesmo período”, assinala uma fonte de São João de
Pirabas, protegida pelo anonimato, por temer retaliações.
Sob
esse cenário, concentrar o debate sobre as denúncias de fraude eleitoral em São
João de Pirabas, nas eleições de 2012, ao e-mail que escancara a falcatrua equivale
a minimizar provas igualmente devastadoras. E pior. Significa, ao fim e ao
cabo, avalizar a evidente parcialidade do juiz Charles Claudino Fernandes e
premiar um notório corrupto, que é o prefeito Luiz Cláudio Teixeira Barroso,
como evidenciam as robustas provas de improbidade administrativa reunidas pelo
Ministério Público. Se assim for, lamentavelmente confirma-se, mais uma vez, o
desdém à Justiça eternizado pelo chiste atribuído ao caudilho Magalhães Barata,
segundo o qual lei é potoca.
2 comentários :
É Barata, se tudo isso é verdade, o que falta para esses Magistrados condenarem essa Quadrilha, que vai do Cabo Eleitoral ao juiz Charles Claudino.
Cadê o CNMP e o CNJ para tomarem providências, eles aguardam serem provocados, o que falta para isso? ????.
E cadê a união contra a Corrupção, MP, MPF, CNBB, OAB, TRE e outras Instituições que se dizem defensoras da Sociedade Paraense, façam suas Obrigações de Ofício, ou seja ao que se Comprometeram.
Se o CNMP e o CNJ for provocado e eles Investigarem todos os Magistrados que tiveram o Caso de Pirabas nos seus Gabinetes, vão encontrar algun$$$$ que se Beneficiaram e muito, que diga o vereador eleito pelo Esquema da Fraude Eleitoral, Elielson Guimarães, esse sabe de muita coisa.
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