SUCESSÃO – Nepotismo levado ao paroxismo

Para além da partilha política, no governo Simão Jatene a máquina administrativa estadual foi então devidamente loteada entre três famílias. Além dos Jatene, da cota pessoal do governador, pontificavam os Cunha, da primeira-dama Ana Maria Cunha Jatene (foto, à dir., com a irmã, Rosa Cunha, à esq.), e os Silva, da ex-mulher e mãe dos dois filhos de Simão Jatene, Heliana Silva Jatene. O patrimonialismo se estendeu, obviamente, ao conjunto do secretariado estadual.
Na esteira do nepotismo, como era previsível, as famílias ungidas por Simão Jatene trataram a máquina administrativa estadual como se esta fosse uma extensão das suas casas. Diretora geral da Escola de Governo, Heliana Silva Jatene, por exemplo, mandava defumar a sede da autarquia toda segunda-feira, com um incenso de odor nada agradável. “O cheiro era horrível, próprio de incenso vagabundo”, descreve uma testemunha privilegiada.
Como uma versão feminina de Odorico Paraguaçu, o personagem cômico celebrizado pelo talento do dramaturgo Dias Gomes, Heliana Jatene levava seus despautérios ao extremo de tratar como boys qualificados servidores comissionados, a quem atribuía tarefas tais quais ir a banco buscar um novo talonário. Mais hilário, impossível! Ou, não?