sábado, 13 de novembro de 2010

ESCÂNDALO - Saiba mais

Reprodução de parte do noticiário sobre o escândalo do rombo do Banco Panamericano.

Sem aporte, Panamericano teria rombo de R$ 900 milhões

Agência Estado

Publicação: 10/11/2010 21:14 Atualização: 11/11/2010 08:56

O diretor de Fiscalização do Banco Central, Alvir Hoffmann, explicou nesta quarta-feira que se o banco Panamericano fosse liquidado neste momento o rombo financeiro seria da ordem de R$ 900 milhões. O aporte feito nessa terça-feira à noite, no entanto, foi maior: de R$ 2,5 bilhões. A diferença é explicada pela necessidade de ajuste patrimonial da instituição de cerca de R$ 1,6 bilhão.
Durante entrevista, o procurador-geral do Banco Central, Isaac Ferreira, informou ainda que a legislação vigente prevê que a responsabilidade do caso é de todos os sócios, inclusive da Caixa que é sócia minoritária. "Portanto, ela tem responsabilidade legal". Ele negou a afirmação de que o fato de a Caixa ser uma instituição controlada pelo Tesouro Nacional seria impeditivo para a liquidação do Panamericano.
Hoffmann informou, ainda, que "há indícios de venda dupla" de carteiras. Ou seja, um mesmo ativo pode ter sido vendido a mais de um banco. Segundo ele, há vários indicativos que apontam para o crime financeiro. "Há perspectiva que certamente vão redundar em processo para o Ministério Público", disse.

CEF indica representantes para a diretoria do Banco PanAmericano

Agência Brasil

Publicação: 10/11/2010 17:51

A Caixa Econômica Federal informou nesta quarta-feira que indicou seus representantes na diretoria do Banco PanAmericano. Além disso, a Caixa Participações (CaixaPar) vai compor também os conselhos de Administração e Fiscal e o Comitê de Auditoria.
De acordo com o comunicado da Caixa, o aporte de R$ 2,5 bilhões feito pelo Grupo Silvio Santos, com o aval do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), para assegurar o equilíbrio patrimonial e ampliar a liquidez operacional do PanAmericano, “permitiu que não houvesse qualquer tipo de prejuízo aos sócios, clientes e colaboradores do banco”.
Por isso, a implementação do acordo entre os acionistas mantém inalterados os percentuais de participação da CaixaPar no PanAmericano: 49% das ações ordinárias e 36,56% do capital total. O processo de aquisição de parte das ações do banco foi iniciado em dezembro do ano passado e concluído em julho deste ano, depois de manifestação favorável do Banco Central (BC).
Com as providências adotadas pelo grupo controlador, a Caixa reafirma a importância estratégica da parceria para ampliar sua base de clientes. Isso porque o PanAmericano dispõe de mais de 20 mil canais de venda e de 200 lojas próprias espalhadas pelo território nacional. Essa capilaridade que, no entender da Caixa, permite o aumento da geração de crédito pelo agente financeiro oficial.
Os nomes indicados pela Caixa são: Celso Zanin (Diretoria Financeira), Raphael Rezende Neto (Diretoria de Controle e Relação com o Investidor), Mário Ferreira Neto (Diretoria de Crédito), José Henrique Marques da Cruz (Diretoria Comercial) e Eliel Teixeira de Almeida (Diretoria de Novos Negócios).

Socorro ao PanAmericano evita "efeito perverso" sobre economia

Agência Brasil

Publicação: 10/11/2010 17:48 Atualização: 10/11/2010 18:11

O presidente do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), Gabriel Jorge Ferreira, afirmou nesta quarta-feira que o empréstimo concedido ao Grupo Silvio Santos evitou a liquidação do Banco PanAmericano ou a intervenção do Banco Central. Segundo ele, ao aportar R$ 2,5 bilhões na instituição financeira, o FGC reparou problemas contábeis do banco e resguardou a economia nacional do que ele chamou de “efeitos perversos” de uma intervenção ou liquidação extrajudicial.
“É muito importante relembrarmos o efeito perverso que a decretação de intervenção e a liquidação têm. Esse processo tem um componente muito cruel. Gera incerteza no mercado, gera insegurança.” Como essa insegurança poderia afetar outros bancos, o FGC resolveu socorrer o PanAmericano.
O fundo, criado em 1995 pelas próprias instituições financeiras para cobrir os depósitos dos correntistas nos casos de falência, decidiu aportar parte do patrimônio de R$ 28 bilhões no empréstimo, cuja garantia são as 44 empresas do Grupo Silvio Santos.
Ferreira explicou que essa é a primeira vez que o FGC faz uma operação para reparar o equilíbrio contábil de um banco. Segundo ele, o empréstimo é, na verdade, a antecipação de um compromisso que o FGC teria de cumprir caso o banco quebrasse.
“Se a instituição financeira tivesse sido liquidada ou submetida ao regime de intervenção, o fundo estaria obrigado a comparecer com a sua garantia cobrindo os depositantes. A experiência mostra que a possibilidade de o FGC recuperar as garantias é praticamente zero”, disse Ferreira. “Nessa operação [de empréstimo], o fundo é credor, e um credor com garantia de bens empresariais.”
O presidente do FGC afirmou que o Grupo Silvio Santos tem três anos de carência para começar a pagar o empréstimo e dez anos para quitá-lo. Nesse período, ele espera que o PanAmericano se recupere e que as empresas dadas como garantia tenham lucro suficiente para arcar com o pagamento da dívida.
Caso isso não ocorra, algumas companhias podem ser vendidas para quitar o empréstimo. O próprio PanAmericano é uma delas. Outras empresas, como a emissora de televisão SBT, também poderão ser negociadas para que o empréstimo seja honrado.
Ferreira disse ainda que a Caixa Econômica Federal, que comprou parte do PanAmericano em 2009, não terá de garantir o pagamento do empréstimo. Segundo ele, o banco estatal é acionista minoritário do PanAmericano, não responde pela gestão e, portanto, não tem obrigação de pagar pelo desequilíbrio contábil da empresa socorrida.
Com as mudanças promovidas na diretoria do PanAmericano, porém, a Caixa terá mais peso na administração da instituição financeira. Para Ferreira, isso é positivo, pois dará credibilidade ao PanAmericano para que se recupere.

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