SINDFISCO – Charles Alcântara volta à cena

Na recém-lançada Revista do Sindifisco, o Sindicato dos Servidores do Fisco Estadual do Pará, o presidente da entidade, Charles Alcântara (foto), volta à cena e pede o fim das interferências políticas no trabalho do Fisco estadual e diz que a carreira é de Estado, não de governos. Na entrevista, produzida e antecipada pela assessoria de comunicação do Sindfisco, comandada pelo jornalista Euclides Farias, Alcântara aborda temas polêmicos, como a pecha da corrupção, historicamente associada aos servidores do Fisco, e até o desdém dos seus desafetos do Palácio dos Despachos, que ironizam ele ter passado de chefe da Casa Civil da governadora Ana Júlia Carepa para presidente do Sindfisco. Algo equivalente, na visão dos petralhas, a passar de piloto de Boeing a piloto de teço-teco.
“A corrupção não sangra o Fisco, sangra a sociedade. É no terreno em que se estabelece a intrincada relação entre o público e o privado que viceja a corrupção. Costumo dizer que o Fisco desenvolve atividade medular em matéria de conflito entre o interesse público e o privado, razão pela qual os seus agentes carecem de prerrogativas legais que lhes protejam contra demandas e pressões dos agentes políticos, não raro permeadas por interesses corporativos ilegítimos”, declara. E rebate, com fina ironia e a elegância que lhe é própria, as diatribes contra ele disparadas pelos petralhas que cercam a governadora Ana Júlia Carepa. “Há muito mérito em pilotar um teco-teco. Exige destreza, habilidade, coragem. O teco-teco pousa em pistas inacessíveis ao Boeing. Teco-teco não fica no piloto automático”, fulmina.