O rompimento político com Jarbas Passarinho, e por extensão com o regime militar, exigiu de Alacid Nunes uma elogiável coragem moral. Se Jader Barbalho contou com o apoio da máquina administrativa estadual, o Palácio do Planalto, que tinha como inquilino o general João Figueiredo, colocou a estrutura de poder federal à disposição de Jarbas Passarinho e Oziel Carneiro. Refém do regime militar, diante da concessão do canal 7, o patriarca dos Maiorana, o jornalista e empresário da comunicação Romulo Maiorana, a despeito dos seus vínculos históricos com o PSD, que está na gênese do PMDB, viu-se compelido a colocar seu grupo de comunicação, e mais particularmente o jornal O Liberal, a reboque das candidaturas de Oziel Carneiro ao governo e de Jarbas Passarinho ao Senado. Uma apuração paralela, promovida pelos correligionários de Oziel e Jarbas, que O Liberal tratava de repercutir, à margem dos números oficiais, recalcitrava em admitir a derrota dos candidatos do PDS, sucedâneo da Arena, a Aliança Renovadora Nacional, como partido de sustentação parlamentar do regime dos generais. A versão atualizada do PDS é o nanico PP, o Partido Progressista.
As pressões do Palácio do Planalto sobre Alacid Nunes foram colossais. Aos mais íntimos o ex-governador conta que, em certa ocasião, recebeu um telefonema de Brasília, solicitando-lhe que fosse sozinho à noite, dirigindo seu carro particular, ao aeroporto militar de Belém, para um encontro sigiloso, do qual não devia dar conhecimento a ninguém. O então governador, conforme seu próprio relato, cumpriu o recomendado e ao chegar no aeroporto militar deparou-se com os generais Danilo Venturini, chefe do Gabinete Militar do governo Figueiredo, Otávio Medeiros, chefe do sinistro SNI, o tenebroso Serviço Nacional de Informações (extinto pelo ex-presidente Fernando Collor), e Newton Cruz (foto), o irascível e truculento comandante militar do Planalto. Os três tentaram demover o então governador do Pará de apoiar a candidatura de Jader Barbalho, ainda segundo Alacid, discreta personagem e testemunha de um período conturbado da história do Brasil. A certa altura, conta também o ex-governador, Newton Cruz, já impaciente e fiel ao seu estilo abrasivo, vociferou, dirigindo-se a Danilo Venturi e Otávio Medeiros: “Vamos embora, porque estamos perdendo tempo. Este merda não vai recuar.” “Este merda” era, nada mais, nada menos, que o coronel Alacid Nunes, na época governador do Pará. A explosão de impaciência de Newton Cruz se deu na presença de Alacid, em elevados decibéis, recorda o próprio ex-governador.
As pressões do Palácio do Planalto sobre Alacid Nunes foram colossais. Aos mais íntimos o ex-governador conta que, em certa ocasião, recebeu um telefonema de Brasília, solicitando-lhe que fosse sozinho à noite, dirigindo seu carro particular, ao aeroporto militar de Belém, para um encontro sigiloso, do qual não devia dar conhecimento a ninguém. O então governador, conforme seu próprio relato, cumpriu o recomendado e ao chegar no aeroporto militar deparou-se com os generais Danilo Venturini, chefe do Gabinete Militar do governo Figueiredo, Otávio Medeiros, chefe do sinistro SNI, o tenebroso Serviço Nacional de Informações (extinto pelo ex-presidente Fernando Collor), e Newton Cruz (foto), o irascível e truculento comandante militar do Planalto. Os três tentaram demover o então governador do Pará de apoiar a candidatura de Jader Barbalho, ainda segundo Alacid, discreta personagem e testemunha de um período conturbado da história do Brasil. A certa altura, conta também o ex-governador, Newton Cruz, já impaciente e fiel ao seu estilo abrasivo, vociferou, dirigindo-se a Danilo Venturi e Otávio Medeiros: “Vamos embora, porque estamos perdendo tempo. Este merda não vai recuar.” “Este merda” era, nada mais, nada menos, que o coronel Alacid Nunes, na época governador do Pará. A explosão de impaciência de Newton Cruz se deu na presença de Alacid, em elevados decibéis, recorda o próprio ex-governador.
Um comentário :
Um outro incidente de arrogância de comandantes militares contra governadores civis do Pará já havia sido editada com nada mais, nada menos que o próprio sogro de Alacid, Abel figueiredo, por um motivo bem menor - a batida de um carro oficial. Contam as testemunhas que o então governador teria comparado o aparato estadual a uma pequena cobra, que apesar do tamanho, também sabia picar e mandar à m. Foi mais ou menos o que o genro fez anos mais tarde. Mas a derrota dos militares no Pará não se deveu somente ao rompimento de Alacid; o tal "voto vinculado" se encarregou de derrubar Jarbas Passarinho em pleno vôo. Um tiro no pé.
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