O sacrifício imposto a Hildegardo Nunes, de sair candidato a vice-governador na chapa do jurássico Domingos Juvenil, o candidato ao governo pelo PMDB, é condimentado por uma dessas ironias da história. Ele vem a ser filho do coronel Alacid Nunes, que em 1982 era governador, com o aval do regime militar, contra o qual se rebelou, no rastro do seu rompimento com Jarbas Passarinho, seu inimigo figadal. Ao romper com o Palácio do Planalto - para não cumprir um suposto acordo pelo qual caberia a Jarbas Passarinho indicar seu sucessor -, Alacid fez migrar sua bancada de deputados para o PMDB, turbinando a candidatura ao governo de Jader Barbalho, que acabou por derrotar o candidato do PDS, o empresário Oziel Carneiro, um nome reconhecidamente probo e competente, mas desprovido de carisma.
Contando com o calor da máquina administrativa estadual, posta a serviço de sua candidatura por Alacid Nunes, Jader Barbalho derrotou Oziel Carneiro, em 1982, no restabelecimento das eleições diretas para governador, o que pavimentou o caminho que reconduziria o Brasil ao regime democrático, com a vitória do ex-presidente Tancredo Neves no colégio eleitoral, em 1985, diante do ex-governador de São Paulo Paulo Maluf, do PDS, o candidato do regime militar. Mas Alacid fez muito mais. Em 1982 ele viu seu arquiinimigo, Jarbas Passarinho, ser derrotado na disputa pelo Senado, para o qual foi eleito Hélio Gueiros, do PMDB, beneficiado pela soma dos votos das sublegendas, pelas quais também disputaram a vaga de senador Itair Silva, um competente advogado trabalhista, e o deputado federal João Menezes, remanescente do histórico PSD, o Partido Social Democrata, uma legenda populista, extinta pelo golpe militar de 1º de abril de 1964. O PSD, cuja nova versão não guarda nenhuma similitude com a legenda original, daria origem ao MDB, o Movimento Democrático Brasileiro, que abrigou a oposição ao golpe militar de 1º de abril de 1964, posteriormente transformado em PMDB, o Partido do Movimento Democrático Brasileiro. A transformação de MDB em PMDB se deu quando a nova legislação eleitoral aprovada em 1979, no governo do general João Figueiredo, obrigou que as agremiações políticas fossem nominadas de partido, o que varreu do mapa político brasileiro a célebre UDN, a União Democrática Brasileira, abrigo natural da direita. Chegou a ser dito, no alvorecer do golpe de 1964, que a ditadura militar era o Estado Novo da UDN, mas os militares, na verdade, dispensaram seus prepostos civis, e com estes a legenda histórica, de inspiração claramente golpista.
Contando com o calor da máquina administrativa estadual, posta a serviço de sua candidatura por Alacid Nunes, Jader Barbalho derrotou Oziel Carneiro, em 1982, no restabelecimento das eleições diretas para governador, o que pavimentou o caminho que reconduziria o Brasil ao regime democrático, com a vitória do ex-presidente Tancredo Neves no colégio eleitoral, em 1985, diante do ex-governador de São Paulo Paulo Maluf, do PDS, o candidato do regime militar. Mas Alacid fez muito mais. Em 1982 ele viu seu arquiinimigo, Jarbas Passarinho, ser derrotado na disputa pelo Senado, para o qual foi eleito Hélio Gueiros, do PMDB, beneficiado pela soma dos votos das sublegendas, pelas quais também disputaram a vaga de senador Itair Silva, um competente advogado trabalhista, e o deputado federal João Menezes, remanescente do histórico PSD, o Partido Social Democrata, uma legenda populista, extinta pelo golpe militar de 1º de abril de 1964. O PSD, cuja nova versão não guarda nenhuma similitude com a legenda original, daria origem ao MDB, o Movimento Democrático Brasileiro, que abrigou a oposição ao golpe militar de 1º de abril de 1964, posteriormente transformado em PMDB, o Partido do Movimento Democrático Brasileiro. A transformação de MDB em PMDB se deu quando a nova legislação eleitoral aprovada em 1979, no governo do general João Figueiredo, obrigou que as agremiações políticas fossem nominadas de partido, o que varreu do mapa político brasileiro a célebre UDN, a União Democrática Brasileira, abrigo natural da direita. Chegou a ser dito, no alvorecer do golpe de 1964, que a ditadura militar era o Estado Novo da UDN, mas os militares, na verdade, dispensaram seus prepostos civis, e com estes a legenda histórica, de inspiração claramente golpista.
Em tempo: o Estado Novo resultou do golpe de 1930, que catapultou ao poder o ex-presidente Getúlio Vargas, um caudilho de perfil populista, que comandou uma sangrenta ditadura, implacável com seus adversários. Deposto em 1945, Getúlio retornaria ao poder em 1950, dessa vez legitimado pelo voto popular, neutralizando posteriormente a tentativa de um novo golpe com a própria vida. Ao suicidar-se, com um tiro no coração, após uma tensa madrugada, Getúlio Vargas provocou uma comoção popular e neutralizou o golpe em marcha. Como antecipou em sua carta-testamento, deixou a vida para entrar para a história. O golpe militar, há muito acalentado na caserna, só seria consumado em 1º de abril de 1964, depondo o então presidente João Goulart, o Jango, um dos ilustres herdeiros políticos de Getúlio Vargas.
PS. Agradeço ao internauta que corrigiu-me, ao flagrar-me confundido o PDS com PSD, ao reportar-me à legenda pela qual foi candidato ao governo o empresário Oziel Carneiro, em 1982. O PDS, Partido Democrático Social, foi o sucedâneo da Arena, a Aliança Renovadora Nacional, como a legenda de sustentação parlamentar do regime militar. O PSD, Partido Social Democrático, foi uma legenda conservadora, mas populista, que nacionalmente se confunde com o getulismo e foi extinta pela ditadura militar, que instituiu o bipartidarismo, que opunha a Arena ao MDB, o Movimento Democrático Brasileiro, abrigo natural para quem fazia oposição ao regime dos generais, dentro dos marcos da legalidade.
Um comentário :
Acho que era PSD.
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