sábado, 8 de agosto de 2009

DESCASO – Indiferença em dose dupla 2

Depois de se valer de uma mobilização em defesa do tombamento do imóvel como factóide, para ganhar espaço na grande imprensa, o secretário estadual de Cultura, Edílson Moura da Silva, silenciou a respeito do assunto. Certamente porque está mais preocupado em consolidar sua pré-candidatura a deputado estadual, pelo PT, patrocinada pela DS, a Democracia Socialista, a facção petista na qual milita a governadora Ana Júlia Carepa e da qual faz parte também o secretário, ex-vereador de Belém.
Ao mesmo tempo, Dudu, O Nefasto, permanece silente. Alheio, até, ao risco da fachada do prédio ruir e provocar a morte de algum transeunte. Sequer um tapume foi providenciado pela prefeitura. O máximo que Dudu, O Nefasto, já fez, foi transformar o interior do imóvel em depósito de lixo, como evidenciam as fotos da postagem subseqüente.

3 comentários :

Anônimo disse...

quem mandou não ser PAVULAGEM
estes sim ganharam até casa em frente as docas
isto eles dizem que é a cultura popular

Anônimo disse...

Depósito de lixo e antro de marginais e fica próximo da seccional de São Brás.

Renato Gimenes disse...

Caro Augusto Barata,

A matéria é falaciosa e completamente pautada em coisas do tipo “teoria da conspiração”. Na verdade, a manifestação em defesa do tombamento do Teatro São Cristóvão não teve rigorosamente NADA a ver com a candidatura do Secretário de Cultura, Edilson Moura. Ela foi realizada de forma completamente espontânea. Contou com a participação do ex-Secretário de Cultura do Estado do Pará, João de Jesus Paes Loureiro (que nem de longo possui envolvimento com este governo), com representantes de grupos de cordões de pássaros de Icoaraci, como forma de lembrar a importância do Teatro para a memória da cultura popular paraense.

O Teatro São Cristóvão abrigou, nos anos 1970, além de manifestações de arte popular como os cordões de bichos, espetáculos de dança e de música. Caetano Veloso e Martinho da Vila cantaram honraram o palco deste teatro. Até os anos 1990, apresentações de balé de várias companhias de danças belemenses se apresentavam ali.

Ao realizar estas postagens, o que se percebe é que: (1) você não se deu ao trabalho de entrar em contato com ninguém que esteve na manifestação. (2) Usa do argumento mais tolo e batido do mundo – e aliás, completamente reacionário – de que as pessoas que lá estavam manifestando sua preocupação com o Teatro são na verdade um bando de manipulados pelo secretário. (3) Ao escrever esse texto raso, tolo, desinformado, quem na verdade está criando um factóide é você, não sei bem com que interesse, mas isso simplesmente não tem a menor importância.

Um blog é um exercício de jornalismo amador, para a maioria das pessoas que escrevem nestes espaços. Quando digo “amador”, digo no mais exato sentido da palavra: daqueles que amam e sentem prazer em escrever, em reportar. Mas é jornalismo do mesmo jeito. No mínimo, você deveria ter ouvido alguém que esteve lá – até como uma forma de apostar na inteligência do leitor do seu blog – coisa que você não faz.

Vai ouvir alguém daqui para frente? Não. Tem interesse em ouvir alguém, em DIALOGAR? Duvido. Preguiça? Não sei. Interesse político pessoal? Cabe a você mostrar que é isento – mas eu duvido disso também.

Suas matérias sobre o São Cristóvão não são diferentes de qualquer programa chinfrim de televisão, Ratinho ou coisa que o valha. Denúncia, denúncia, denúncia, que desperta nos leitores o que eles têm de pior – vide a covardia dos comentários dos anônimos. Não ajudam em nada. São, como disse acima, meros factóides. Seria interessante que você, ao menos, se dispusesse a dialogar, principalmente com gente que não tinha compromisso político NENHUM ali, declarando seu amor ao patrimônio cultural desta cidade, em meio da sujeira, dos pregos enferrujados, dos bichos mortos e apodrecendo no espaço do São Cristóvão. Mas, se você não respeitou nada disso quando escreveu, se você não respeitou sequer o trabalho que o Departamento do Patrimônio Histórico vem fazendo para tombar o teatro em nível estadual (aliás, duvido que você saiba disso também, mas aí com certeza por preguiça, mesmo), bom, se você não respeitou nada disso quando se dispôs a cometer aquelas postagens, rigorosamente não tenho que esperar nada de suas denúncias – a não ser, como disse, despertar o que há de pior na opinião pública.


Renato Aloizio de Oliveira Gimenes – Historiador do DPHAC, professor dos cursos de História e Direito da Faculdade Integrada Brasil-Amazônia (FIBRA). Mestre em História pela Universidade Estadual de Campinas.