segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

UFPA – Maneschy: resgatar o papel da universidade

“Em resumo, o que se pretende é trabalhar para resgatar a relevância da UFPA como protagonista estratégica do desenvolvimento da Amazônia.” É assim que o professor Carlos Edílson de Almeida Maneschy sintetiza o seu compromisso basilar, como candidato a reitor as UFPA. Com 53 anos, ingressou na UFPA em 1995, como professor visitante, e desde 1997 é professor titular.
Bolsista de produtividade do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), Carlos Maneschy é doutor em engenharia mecânica pela University of Pittsburgh. Apontado como o favorito na sucessão do atual reitor da UFPA, ele tem como companheiro de chapa o professor Horacio Schneider, doutor em genética e biologia molecular pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que é também bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq.
Em seguida, a entrevista de Carlos Maneschy ao Blog do Barata.

O que o motivou a sair candidato a reitor?

Nós temos um grupo grande de pessoas que há alguns anos discute um projeto para a universidade e que nos últimos nove meses decidiu submetê-lo à comunidade, lançando uma candidatura à Reitoria da UFPA. O grupo viu em mim, o que me honra muito, a capacidade de liderar o projeto, com o apoio de uma frente de professores, alunos e técnico-administrativos. A equipe qualificada e experiente que conseguimos montar e o apoio dessa frente nos motivam a afirmar que faremos as transformações necessárias para a instituição nos próximos anos. Temos propostas, discutidas coletivamente, que acreditamos serem as melhores para a instituição. Do ponto de vista pessoal, tenho acumulado uma experiência como professor, pesquisador e administrador em órgãos públicos e privados, o que me permite dizer que estou preparado para assumir o cargo de reitor, tendo a dimensão do que isso significa, com seus desafios e dificuldades.

Caso eleito, quais deverão ser suas prioridades, dentre os seus compromissos de gestão?

Em primeiro lugar, buscar a excelência no ensino de graduação, integrando-o com a pesquisa, a pós-graduação e a extensão, estimulando o envolvimento do aluno de graduação nos projetos e programas dessas áreas.
Outra prioridade é consolidar a UFPA Multicampi, inclusive permitindo a mobilidade entre os campi e expandindo a pós-graduação.
Também é prioritário garantir a democracia interna, o respeito à diversidade e ao pluralismo de idéias, criando mecanismos para a participação coletiva nas tomadas de decisão e abrindo a instituição ao controle social.
Em resumo, o que se pretende é trabalhar para resgatar a relevância da UFPA como protagonista estratégica do desenvolvimento da Amazônia.
Nossas propostas estão detalhadas no site www.maneschyreitor.net

“É preciso buscar a excelência
na graduação, integrando-a
com a pesquisa, a pós-graduação
e a extensão. Outra prioridade é
consolidar a UFPA Multicampi,
expandindo a pós-graduação”

Dentre as eventuais realizações da administração do atual reitor, quais aquelas que, na sua visão, deverão ser aprofundadas e quais as que necessitam ser revistas?

A gestão do reitor da UFPA nos últimos oito anos se destacou por significativo avanço em termos de infra-estrutura e de qualificação de docentes. Mas a qualidade dos cursos de graduação não tem recebido a atenção necessária e este é um dos nossos maiores desafios.
No aspecto da interiorização é preciso eliminar a grande assimetria entre a universidade em Belém e a universidade no interior. Sem isso a Universidade Multicampi não será uma realidade. Também devemos dar mais transparência e controle social às iniciativas da UFPA e trabalhar para superar um distanciamento muito grande que se instalou entre a comunidade e a administração superior. Por isso, humanizar o ambiente e as relações de trabalho, criar canais de participação da comunidade universitária e da sociedade, promover a ampla circulação de informações e fortalecer a democracia interna estão entre nossas prioridades.

O que o senhor pretende fazer, se eleito, para resgatar o curso de medicina do sucateamento no qual desembocou?

Não apenas o curso de medicina, mas outros cursos de graduação, inclusive da própria área de saúde, também precisam de um olhar especial por parte da gestão da UFPA. No caso da Faculdade de Medicina, algumas soluções, que estão sendo propostas por professores e alunos do curso, com quem já tive oportunidade de conversar, importam em mais recursos para investimento em infra-estrutura física, de laboratórios de ensino principalmente. Também será preciso ampliar o quadro docente e criar um programa de pós-graduação, com mestrado e depois doutorado, fortalecendo os vínculos entre ensino, pesquisa e extensão. Outra medida para qualificar a formação em medicina passa pela integração da gestão dos hospitais universitários aos projetos pedagógicos dos cursos da área de saúde.

“Também é prioritário garantir a
democracia, o respeito à diversidade
e ao pluralismo de idéias, criando
mecanismos para a participação
coletiva nas decisões e abrindo
a instituição ao controle social”

Eleito reitor, qual será a sua postura em relação ao redimensionamento de pessoal, diante das críticas segundo as quais se trata de uma iniciativa em tese saudável, porém implementada de forma autocrática e, por isso, desvirtuada de seus propósitos originais?

De fato, não se pode ignorar as denúncias, inclusive públicas, sobre o redimensionamento, que apontam para equívocos e falhas na condução do processo. Esses relatos, alguns feitos a mim pessoalmente, mostram que a instituição agiu sem se preocupar com os efeitos sobre a vida profissional e até com a saúde física e mental dos atingidos, além de sua imagem pública. Nós defendemos a humanização do ambiente e das relações de trabalho na UFPA e por isso mesmo entendemos que não se pode perder de vista o respeito às pessoas e ao sofrimento individual. Nossa proposta é a negociação entre a administração superior e o Sintufpa, e mesmo negociações individuais com os técnico-administrativos envolvidos no processo, visando soluções que busquem a maior eficiência da UFPA, mas respeitem os princípios de humanização das relações de trabalho.

Na sua leitura, qual o bônus e qual o ônus de não ter o apoio do atual reitor, como é o caso da sua candidatura?

A minha candidatura é independente, reconhece os avanços institucionais, considerando que resultam de uma construção histórica e coletiva. Além disso, tem a capacidade de formular um projeto que pretende dar um salto de qualidade em áreas onde isso não ocorreu. Desse ponto de vista, não contar com o apoio do atual reitor tem relevância secundária.

3 comentários :

Anônimo disse...

As atitudes de Manesky falam por ele: não é a prática o critério da verdade?
No poder ou fora dele é o mesmo: cordial, cordato, abertoi ao diálogo, não-revanchista e extremanete coimpetente como pesquisador e como administrador.
Passou por uma campanha de calúnias infames sem se abalar e será o grande reitor do século XXI.
É isso que temn gente querendo impedir a qualquer custo.
Barata, parabéns pelo espaço destinado à democracia.

Anônimo disse...

Maneschy está em campanha há um ano. Poderia pelo menos ter estudado um pouco a atual UFPA. É uma tristeza ver ele desviando de perguntas e alegando que terá tempo depois de eleito para entender como a UFPA. Como porpor se nem se sabe do que se trata?
Cordial? Sim. Gentil? Sem dúvida. Competente? Aí é outra história. Campanha limpa? Ver blog tiquin.

Anônimo disse...

de quem é o blog tiquim?