quinta-feira, 12 de março de 2015

PIRABAS – Merenda estragada, síntese do descalabro




Do alto para baixo, carne e massa estragadas, que iriam ser
servidas como merenda escolar em São João de Pirabas; a
infiltração no almoxarifado da escola Dircelia Koury;  e o
bebedouro destinado aos estudantes, deixados à mingua.

O episódio de terça-feira, 10, quando a promotora de Justiça Bruna Rebeca Paiva de Moraes impediu que fosse servida merenda escolar estragada aos alunos da Escola Municipal Dircelia Koury, ilustra, eloquentemente, o descalabro que pontua a administração do prefeito de São João de Pirabas, Luiz Cláudio Teixeira Barroso. Formalmente no PMDB, mas hoje alinhado com o governador tucano Simão Jatene, o Simão Preguiça - a quem apoiou no segundo turno da eleição para o governo, em 2014, traindo o candidato peemedebista Helder Barbalho -, ele protagoniza uma gestão desastrosa, marcada por acintosas evidências de corrupção. Com comparsas abrigados na Câmara Municipal, o que o livra do risco da cassação, uma Justiça leniente, a pretexto de que só poderia ser afastado do cargo após condenação transitado em julgado, e proclamando estar blindado pelo governador tucano Simão Jatene, Barroso segue impune, perpetrando o caos, valendo-se da truculência para calar seus adversários e ostentando uma súbita evolução patrimonial.

É vasto o elenco de denúncias de corrupção contra o prefeito de São João de Pirabas. Vai desde creche inacabada, para cuja construção teriam sido destinados R$ 891 mil, até a construção inacabada de um ginásio de esportes, para a qual recebeu R$ 1 milhão, passando pela quadra de esportes da Escola Municipal Dircelia Koury, cuja construção foi orçada em R$ 400 mil, porém jamais foi construída, tal qual não foram feitas as obras da orla. Segundo sucessivos depoimentos, o hospital, de alta e média complexidade, não atende sequer pequena complexidade, tal o nível de sucateamento da saúde pública no municípios. O Samu, o Serviço de Atendimento Médico de Emergência, funciona precariamente, e nos postos de saúde e no hospital não há medicamentos e nem ao menos coisas básicas, como estetoscópio, acrescentam os testemunhos. Na educação pública, não tem merenda escolar; e por isso as crianças saem antes do horário; e quando tem, é estragada merenda estragada. A água na escola, para os alunos, é imprópria para o consumo, e o transporte escolar precário. Agora, a menina dos olhos do prefeito é o programa Minha Casa Minha Vida, no rastro do qual ele retira as pessoas que só tem aquele pedaçinho de terra para morar e sobreviver, para construir, pois é ai que ele vê dinheiro. Sem nenhum pudor, ele ameaça e coage aqueles que não querem sair de suas casas”, denuncia uma moradora do município.

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