O que se pode dizer da entrevista de
Zenaldo Coutinho, na TV Liberal, é que soou a um continental fracasso a
tentativa de prestidigitação midiática, algo previsível em se tratando de um prefeito abúlico, exceto em ano eleitoral. Sobre o sucateamento da saúde pública,
por exemplo, ele calou-se diante das chocantes imagens de pacientes amontoados,
inclusive no chão, no PSM do Guamá, assim como evitou aprofundar-se sobre a
paralisação de 12 horas dos médicos daquele hospital, a respeito da queixa de falta
de médicos e medicamentos. Foi enfático, porém, ao anunciar a reinauguração do
PSM da 14 de Março, desativado após um incêndio, que se constituiu em uma
tragédia anunciada, evidenciadas pelas recorrentes cobranças por providências
do Sindicato dos Médicos e do Ministério Público Federal. Nenhuma explicação
ofereceu à denúncia de acordo com a qual das 11 unidades de pronto atendimento
de Belém, que deveriam prestar serviços de urgência e emergência em regime de
24 horas, apenas quatro funcionam efetivamente.
Sobre o sucateamento da educação pública, Zenaldo
Coutinho não poupou em desfaçatez. Ao ser lembrado que, segundo a própria
Secretaria Municipal de Educação, cerca
de 3.500 crianças de até cinco anos ficaram fora das escolas nas creches
públicas, em 2016, e q eu 80% das
crianças de 0 a 3 anos estão fora de creches, o prefeito não titubeou, em seu
olímpico cinismo. A menos de 11 mesos do término do seu mandato, prometeu que o
problema será resolvido ainda em 2016.
Quanto a
ausência de obras de saneamento, Zenaldo Coutinho, na falta de realizações,
preferiu se concentrar no inefável BRT. Mas prometeu que as obras iniciadas na
sua gestão serão todas concluídas. “Pode não ser no tempo que nós queríamos por
causa dessa oscilação de recursos, mas elas serão concluídas”, trombeteou, sem
ousar, porém, elencá-las, de tão parcas que são.
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