PIRABAS – CMS reprova contas do prefeito devido compra de R$ 11 mil em picanha, bucho e mocotó.

Cláudio Barroso (centro), com o juiz Charles Claudino: tramoias recorrentes.

Protagonista de uma administração pontuada por indícios de corrupção, mas ainda assim impune, o prefeito de São João de Pirabas, Luiz Cláudio Teixeira Barroso, ex-PMDB, hoje aliado do governador tucano Simão Jatene, acaba de enriquecer seu currículo de malfeitos. As contas do terceiro quadrimestre de 2015 do FMS, o Fundo Municipal de Saúde, foram reprovadas pelo CMS, o Conselho Municipal de Saúde, no rastro de uma compra suspeita, de mais de R$ 11 mil em picanha, bucho, mocotó, fubá, farinha láctea, farinha de tapioca e queijo fatiado. A compra – de 50 quilos de cada um dos produtos adquiridos - foi feita no açougue América 2, que supostamente seria de um laranja de Barroso, cuja mulher, que é também a secretária municipal de Finanças, por coincidência chama-se América Conceição Fonseca e Silva.

Este recente episódio, etiquetado de “Farra do Boi”, é mais um capítulo na queda de braço entre o prefeito Luis Cláudio Teixeira Barroso e o CMS, o Conselho Municipal de Saúde de São João de Pirabas, contra cuja recente eleição insurgiu-se o prefeito suspeito de corrupção e seu secretário de Saúde, Edmilton Santos Silva Filho, o Edinho, que vem a ser seu cunhado. Eleito em 2008 e reeleito em 2012, sob escandalosas evidências de fraude eleitoral, acintosamente iognoradas pelo juiz eleitoral Charles Claudino Fernandes, Barroso fez carreira sob o calor do PMDB, tendo como fada-madrinha a hoje deputada federal Simone Morgado, atual companheira do senador Jader Barbalho, o morubixaba do partido no Pará. No segundo turno da sucessão estadual de 2014, por insondáveis mistérios divinos, ele traiu o candidato peemedebista, Helder Barbalho, pretenso herdeiro político do pai, Jader Barbalho, e aderiu ao governador tucano Simão Jatene.

A hostilidade de Barroso em relação ao CMS deriva do fato de que, em recente eleição, foram eleitos seis novos conselheiros, como representantes da sociedade civil, dentre os quais notórios críticos do prefeito, como, por exemplo, Ana Cláudia de Moraes Neves, pré-candidata do PPS a prefeito, nas eleições deste ano. Isso bastou para despertar a ira de Barroso, notabilizado pela truculência com a qual trata seus críticos e adversários, valendo-se da capangagem a seu serviço. O prefeito, diga-se, é alvo de graves acusações de corrupção, em ação ajuizada pelo MPE, o Ministério Público Estadual, que inexplicavelmente ainda dormita na gaveta do desembargador Rômulo Nunes, do Tribunal de Justiça do Pará.