Em determinadas circunstâncias, calar é
mentir. Por isso, a expectativa em torno da postura do MPE, o Ministério
Público Estadual, diante do escândalo deflagrado por Suely Miralha Bastos, a servidora
comissionada do TCE que, para ser nomeada, foi obrigada a dividir metade dos
seus vencimentos com Mônica Bernadete Sampaio da Silva, assessora do presidente
do tribunal, conselheiro Luís Cunha. Nos bastidores sabe-se que a falcatrua da
qual foi vítima Suely Miralha Bastos é uma prática frequente - ainda que de
difícil comprovação - na Alepa, a Assembleia Legislativa do Pará, e na Câmara
Municipal de Belém. O que torna o episódio ocorrido no TCE singular é a
denúncia ter sido formalizada em expediente, devidamente protocolado, endereçado
ao presidente do tribunal, conselheiro Luís Cunha, anexando os comprovantes dos
depósitos feitos por Suely Miralha Bastos em nome de Mônica Bernadete Sampaio
da Silva.
Daí a pergunta que não quer calar: MPE,
cadê você? Na opinião de vastos setores do próprio Ministério Público Estadual,
trata-se de uma indagação condenada, em princípio, a permanecer sem resposta,
pelo simples fato de Mariana Silva Neves, filha do procurador-geral de Justiça,
Marcos Antônio Ferreira das Neves, o Napoleão
de Hospício, estar aboletada no TCE. No tribunal, Mariana Silva Neves
embolsa pelo menos R$ 11 mil mensais, como assessora da vice-presidente,
conselheira Lourdes Lima, uma ex-deputada de perfil fisiológico e pífio
desempenho parlamentar, tal qual o presidente, conselheiro Luís Cunha.
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