Em uma dessas ironias da história, Romulo não só adquiriu o legado do império da família Maranhão, como manteve o respeitável título Folha do Norte na gaveta e só voltou a lançar mão dele episodicamente. Uma delas foi quando o advogado Avertano Rocha e o jornalista Oliveira Bastos arrendaram o jornal O Estado do Pará, do ex-prefeito de Belém Lopo de Castro, que fez oposição a Magalhães Barata e cuja emissora de televisão, a TV Guajará, perdeu a condição de afiliada da TV Globo para a TV Liberal, de Romulo Maiorana. Pagando bem acima da média do mercado e com um grafismo inovador, O Estado do Pará teve como redator-chefe Walmir Botelho D’Oliveira, o atual diretor corporativo de jornalismo de O Liberal e um dos mais respeitados jornalistas da imprensa brasileira, embora seja hoje refém da falta de compromisso com o bom jornalismo por parte de Rominho. A intenção de Romulo era clara: manter íntegra a linha editorial de O Liberal e tornar a Folha do Norte a concorrente direta de O Estado do Pará, que acabou inviabilizado pelos desmandos administrativos. Com isso, a Folha do Norte, em sua nova fase, logo saiu de circulação.
Depois da morte de Romulo Maiorana, a Folha do Norte voltou a circular em 1990, com o assumido objetivo de servir de palanque impresso para Sahid Xerfan, como candidato a governador, em oposição a Jader Barbalho, poupando O Liberal de fazer o serviço sujo, eventualmente necessário. Uma estratégia que fracassou e empurrou o principal jornal dos Maiorana para o charco do vale-tudo eleitoral, no qual submergiu bem mais do que a Folha do Norte em seu novo ciclo. A pretexto de voltar a colocar em circulação a Folha do Norte, Rominho contratou Walmir Botelho D’Oliveira, que tivera uma brilhante passagem pelo Correio Braziliense e cujo projeto de ter seu próprio jornal em Brasília, juntamente com o jornalista Oliveira Bastos e o empresário Ronald Junqueira, fracassara. A contratação de Walmir, nas circunstâncias em que se deu, sugere que Rominho já mirava no esvaziamento da autoridade de Cláudio Augusto Sá Leal, como redator-chefe de O Liberal, cacifado pela confiança que nele depositava o patriarca dos Maiorana. Confiança que Romulo transferiu para dona Déa.
O golpe fatal de Rominho na autoridade de Sá Leal - que era também homem de confiança do empresário Armando Carneiro, de cuja empresa foi advogado - se deu com a reforma gráfica de O Liberal encomendada a Walmir Botelho D'Oliveira, antes mesmo que este fosse formalizado como o novo diretor redator-chefe do principal jornal do grupo de comunicação dos Maiorana. Eminência parda da família Maiorana, Sá Leal, cuja auto-suficiência gerou a hostilidade de Rominho, só tomou conhecimento formal da reforma gráfica quando o projeto do novo grafismo era fato consumado. Com a saúde fragilizada, devido problemas cardíacos, com isso, involuntariamente, ele abriu caminho para Rominho assumir, de fato, o comando de O Liberal, esvaziando também a autoridade de Rosângela Maiorana Kzan, diretora administrativa.
Um comentário :
os dois se completam, só quando estão em estado belicoso é que nós mortais sabemos das verdades verdadeiras. Os dois são farinha do mesmo saco, são os piores patrões que existem e o pior de tudo é que ainda tem coleguinhas puxa-sacos que acham que tem o sobrenome de Barbalho ou de Maiorana e compram as brigas dos barões da midia como se suas fossem. Lamentável, uma pena mesmo.
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