Mesmo já próspero, Romulo nunca esqueceu dos amigos e/ou remanescentes de baratismo. Na sua época, os funcionários de O Liberal recebiam quinzenalmente, embolsando parte dos vencimentos dia 14 e recebendo o restante dia 28 de cada mês. Nesses dias registrava-se a presença de vetustos senhores, viúvas do baratismo, a quem Romulo ajudava financeiramente, em um elenco que incluía Laércio Barbalho (foto), pai de Jader Barbalho e cassado pelo regime militar por corrupção. “Seu” Laércio Barbalho integrara os escalões inferiores do baratismo, fazendo parte, pela própria envergadura física ostentada na juventude e truculência revelada pelo temperamento, da tropa de choque dos baratistas, encarregada, dentre outras missões, de empastelar manifestações da oposição a Magalhães Barata. De acordo com múltiplos relatos, o pai de Jader jamais integrou o círculo mais íntimo de Magalhães Barata, tal qual os ex-governadores Aurélio do Carmo e Hélio Gueiros, e a exemplo do ex-vice-governador Newton Miranda. A versão em sentido contrário brotou dos áulicos que orbitam em torno do filho ilustre de Laércio Barbalho.
Do elenco de pessoas a quem Romulo ajudava figurava até João Maranhão, filho de Paulo Maranhão, naquela altura já falecido, ao qual coube suceder o pai, embora sem o talento deste, no comando da Folha do Norte. Com sua decadência, o jornal da família Maranhão acabou sendo adquirida por Romulo, que no suntuoso prédio da rua Gaspar Viana, amplamente reformado, abrigou O Liberal. A ironia é a Folha, símbolo da resistência a truculência de Magalhães Barata, acabar nas mãos justamente de quem prosperou sob a égide do baratismo e cuja esposa, Lucidéa Batista Maiorana, a dona Déa, de origem paupérrima e passado turbulento, era sobrinha do caudilho.
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