Surpreendentemente, para consumo externo, não ficaram seqüelas visíveis em relação ao ex-governador Hélio Gueiros (foto), que rompeu com Romulo Maiorana no rastro das eleições de 1982, quando tornou-se senador pelo PMDB, pelo qual também foi eleito governador Jader Barbalho. Das páginas do nascente Diário do Pará, surgido para sustentar, mesmo precariamente, a candidatura de Jader ao governo, Gueiros foi cruel, revolvendo impiedosamente o passado de Romulo, sem poupar sequer dona Déa em suas constrangedoras reminiscência. Compelido pelo regime militar a apoiar as candidaturas do empresário Oziel Carneiro ao governo e do coronel Jarbas Passarinho ao Senado, na esteira da concessão da TV Liberal, afiliada da TV Globo, Romulo amargou a ira de Gueiros, ironicamente o amigo da véspera. A pretensão de Romulo, de turbinar financeiramente, por debaixo dos panos, as candidaturas majoritárias do PMDB, não prosperou, diante da reação ensandecida de Hélio Gueiros, de parcos escrúpulos quando contrariado.
Quando o patriarca dos Maiorana comprou O Liberal, alavancando o jornal com seu reconhecido empreendedorismo e notável sagacidade, Gueiros, jornalista e advogado, também baratista, tornou-se, na definição do amigo de então, um dos cardeais do Repórter 70, a nobre coluna do principal matutino dos Maiorana, juntamente com o cartorário e ex-vice-governador Newton Miranda, outro ilustre baratista. Ambos, Hélio Gueiros e Newton Miranda, tiveram os seus direitos políticos cassados pela ditadura militar que tomou de assalto o poder, com o golpe de 1º de abril de 1964, catapultando para o proscênio político Jarbas Passarinho e Alacid Nunes, todos dois militares.
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