segunda-feira, 5 de novembro de 2012

GUERRA SUJA – Em 1990, uma disputa virulenta

        Nas eleições de 1990, Gueiros patrocinou a candidatura, pelo PTB, de Sahid Xerfan, ex-prefeito de Belém e um bem-sucedido empresário, sob o entusiástico apoio dos Maiorana, em uma das mais virulentas campanhas da história política do Pará. Fustigado, Jader novamente se lançou candidato ao governo, derrotando Xerfan, cuja campanha foi escandalosamente turbinada por O Liberal, inclusive em detrimento dos mais elementares princípios do jornalismo. Enquanto perdurou a apuração oficial, o jornal priorizou os números fornecidos pelo comitê de campanha de Sahid Xerfan, obviamente favoráveis ao candidato do PTB, em uma coligação que incluía o PDS, o Partido Democrático Social, sucedâneo da Arena, a Aliança Renovadora Nacional, como legenda de sustentação do regime militar.
        Rompido com Jader Barbalho, Gueiros migrou do PMDB para o PFL, do qual é sucedâneo o DEM, elegeu-se prefeito de Belém, em 1992, e em 1994 ajudou a eleger governador Almir Gabriel, do PSDB, com o qual posteriormente rompeu, juntamente com o filho, Hélio Gueiros Júnior, o Helinho, vice-governador do tucano. Hostilizados pelo também pérfido aliado tucano, Gueiros e Helinho retornaram aos braços de Jader na sucessão estadual de 1998, quando pela primeira vez o morubixaba do PMDSB no Pará amargou um revés eleitoral, ao ser derrotado por Almir Gabriel, que utilizou escancaradamente a máquina administrativa estadual. Naquele ano Gueiros foi derrotado para o Senado e o filho não conseguiu eleger-se deputado, submergindo ambos no ostracismo político.
        O balanço da disputa eleitoral de 1990 foi particularmente doloroso para o empresário Sahid Xerfan, ex-prefeito eleito de Belém. Um próspero empresário, proprietário de uma cadeia de lojas de confecções, ele simplesmente foi à bancarrota para honrar as dívidas de campanha. Reza a lenda que inicialmente Xerfan procurou Hélio Gueiros, para tratar do pagamento das dívidas de campanha, ouvindo do seu ilustre interlocutor que dívidas de campanha são feitas para não se pagar, pelo menos em se tratando de candidatos derrotados.
        Independentemente de preferências político-partidárias, a postura de Xerfan, nesse e em outros episódios, sugere tratar-se de um homem probo. Quando o jornalista e ex-deputado Aldo Almeida morreu, os filhos do primeiro casamento dele estiveram na iminência de perder o apartamento residencial da família, financiado, porque o pagamento estava atrasado. Antonice Ramos, a Nice, que começou como telefonista em O Liberal e tornou-se servidora da Alepa, a Assembleia Legislativa do Pará, viúva de Aldo, um fiel correligionário do coronel Alacid Nunes, foi à procura do ex-governador, em busca de uma solução para o problema, sem obter êxito. Ao procurar Xerfan, do qual Aldo Almeida fora assessor, o empresário levantou os recursos necessários para colocar o pagamento do imóvel em dia, tornando possível quitá-lo.

Um comentário :

Anônimo disse...

A catinha meiga que Gueiros escreveu ao Lúcio é prova da mente porca do ex-governador.