A caricata pesquisa do Ipesp justificou Romulo Maiorana Júnior, o Rominho, entrar em cena, para expressar sua indignada repulsa pela tentativa de manipulação do eleitorado, que atribui a Jader Barbalho. “O cuidado, a cautela, o rigor de O Liberal, ao selecionar institutos acreditados, é uma demonstração inequívoca de que o respeito que nutrimos por nossos leitores está acima de tudo”, proclamou o presidente executivo das ORM. Disso se conclui que a memória de Rominho é extremamente seletiva.
A saudável margem de acerto exibida este ano pelo Ibope, o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística, nas eleições de Belém, é animadora. Mas em se tratando de O Liberal é a exceção, não a regra. Em 1982, apoiando o empresário Oziel Carneiro, como candidato ao governo pelo PDS, o Partido Democrático Social, e em 1990, patrocinando a candidatura a governador do também empresário Sahid Xerfan, do PTB, o principal jornal dos Maiorana abdicou dos mais elementares regras do bom jornalismo. Script que se sucedeu e foi levado ao paroxismo, pelos herdeiros de Romulo Maiorana, a cada disputa eleitoral mais acirrada e ao sabor do fluxo do caixa das empresas da família.
O problema dos Maiorana não reside em tomar partido, mas de fazê-lo sorrateiramente, trombeteando o discurso da suposta isenção. Sabemos todos que a suposta isenção inexiste, não passa de uma falácia. A exigência basilar, para um bom jornalismo, pode ser resumida na máxima célebre – as interpretações são livres, mas os fatos são sagrados. Mas em se tratando de O Liberal, dos Maiorana, do qual nisso não se distingue o Diário do Pará, dos Barbalho, o respeito aos fatos, dependendo das circunstâncias, pode ser esquecido, desconhecido e enterrado como indigente.
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