No editorial publicado ao lado do Repórter 70, a nobre coluna de O Liberal, na edição de segunda-feira, 29 de outubro, sob o título “As urnas desmascaram um corrupto e malfeitor”, os Maiorana, com ênfase para Romulo Maiorana Júnior, o Rominho, investem furiosamente contra Jader Barbalho. “Corrupto, malfeitor e mentiroso, esse ficha suja é aquele que há mais de três décadas barbalhisa o erário, dilapida o dinheiro público e usa parte do produto amealhado com enriquecimento ilícito para desinformar, enganar e iludir a opinião pública paraense”, assinala o editorial, para acrescentar: “A última arte desse malfeitor foi usar seu pasquim para publicar pesquisa apontando um empate técnico entre os dois candidatos que disputaram domingo o segundo turno das eleições para prefeito de Belém.”
Como de hábito, os Maiorana também investem na pecha de corrupto que aderiu a Jader Barbalho, no rastro de uma súbita e inexplicável evolução patrimonial. Um estigma que o acompanha desde seu primeiro mandato como governador do Pará, de 15 de março de 1983 a 15 de março de 1987. “Mesmo sendo corrupto, no entanto, esperava-se que esse elemento já tivesse algum juízo, considerando sua avançada idade”, fustiga o editorial. “Mas que nada! Está cada vez pior. Os efeitos nocivos de sua falsa liderança afundaram o PMDB no Pará”, acrescenta o editorial de O Liberal, publicada na página três do primeiro caderno, em tipologia acima da habitual, ao lado do Repórter 70, a nobre coluna do principal jornal dos Maiorana. “Nem mesmo o candidato do PMDB a prefeito de Belém, primo do elemento, não o quis em sua campanha, morto de vergonha pela associação de parentesco”, dispara ainda o editorial, referindo-se ao deputado federal José Priante, que vive uma relação ambivalente com Jader Barbalho, que é também o seu patrono político. Uma relação permeada por mágoas insepultas, da parte de Priante, e de ressentimentos até aqui represados, da parte de Jader e dos filhos do seu casamento com dona Elcione Barbalho, deputada federal pelo PMDB.
Convém receber com reservas o súbito rigor ético de Rominho, em particular, e dos irmãos Maiorana, em geral, embora Jader Barbalho não sirva de contraponto, exceto pelo carisma e elegância que o morubixaba do PMDB revela no trato com seus interlocutores, independentemente de afinidades político-partidárias. Essa virtude é tanto mais surpreendente em se tratando de um filho de Laércio Barbalho, já falecido e fundador do Diário do Pará, um casca-grossa incorrigível e de parcos escrúpulos. A suposta credibilidade de O Liberal, da qual jacta-se Rominho, soa fatalmente a balela, considerando os antecedentes dos Maiorana. O Liberal, recorde-se, saiu pelas portas dos fundos do IVC, o Instituto Verificador de Circulação, depois da descoberta que os Maiorana fraudavam os números que lhe conferiam a liderança absoluta do mercado. Constatou-se, então, que o Diário do Pará superara em vendas seu concorrente direto, O Liberal, posição que conserva desde então o jornal do grupo de comunicação dos Barbalho.
Um comentário :
Essa é, sem dúvida, uma das raríssimas coisas de nos orgulhamos na nossa imprensa paraense. Enfim, ambas as maiores empresas jornalísticas falam inteira e profundamente a verdade ao povo: quando se atacam.
Uma peculiar briga em que os dois têm razão.
Tomara Jader e Rominho que nunca façam as pazes. E que perca o pior.
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