Flávio Sidrim Nassar*
Um golpe contra a vontade majoritária da UFPA está sendo tramado pelos apoiadores da chapa Regina-Licurgo.
A trama já é do conhecimento de Brasília. A intenção é criar um clima propício para justificar a indicação da segunda colocada na consulta feita à comunidade, no último dia 3, vencida incontestemente pelo professor Carlos Maneschy.
A estratégia dos golpistas consistia, no primeiro momento, em desacreditar o resultado da consulta. Esperavam que fossem impugnadas urnas vindas do interior, onde, por falta de fiscalização das demais chapas, a oficial obteve maioria desproporcional e, portanto, duvidosa. Aguardavam a impugnação dessas para impugnar aquelas nas quais Maneschy ganharia a eleição. Como a impugnação das urnas do interior, aboletadas de votos de alunos de cursos não regulares incluídos à sorrelfa nas listas de eleitores, não mudavam o resultado pró Maneschy, seus advogados desistiram da impugnação.
É sempre bom lembrar que um copo vazio está sempre cheio de ar, e estavam no ar as palavras do reitor em entrevista televisiva, dizendo que o vencedor da consulta seria o nomeado: "Se não houvesse tumulto no Consun".
Com a desistência da contestação, os conspiradores passaram para a velha tática dos dossiês, que já circulam em Brasília, tentando provar que Maneschy é inelegível, pois teria sido condenado, juntamente com o ex-reitor Cristovam Diniz, por improbidade administrativa.
A tentativa de criminalizar Maneschy vem da contratação da Associação de Reitores Europeus, que, por indicação do MEC, fez a avaliação institucional da UFPA. Apesar de ter sido feito o procedimento de inelegibilidade de licitação, não foi anexado aos autos o documento comprobatório.
O ministro Raimundo Carreiro, do Tribunal de Contas da União (TCU, que relatou o processo é claro: "os serviços foram efetivamente prestados, NÃO HAVENDO LOCUPLETAMENTO POR PARTE DOS RESPONSÁVEIS."
O Acórdão aprovado na sessão de 20/06/2007 determinou: "Encaminhar cópia deste Acórdão, bem como do Relatório e Voto que o fundamentam, ao Controle Interno da Universidade Federal do Pará - UFPA para que adote as providências a seu cargo relativas À BAIXA NA INSCRIÇÂO DA RESPONSABILIDADE dos Srs. Carlos Edilson de Almeida Maneschy, Cristovam Wanderley Picanço Diniz"(A integra do relatório, voto e acórdão pode ser vista no endereço eletrônico do TCU).
Apesar de sabedores de que não há nada que incrimine Maneschy, inescrupulosamente usam a máxima de Joseph Goebbels: "Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade". Brandirão essa mentira no Consun, nos gabinetes ministeriais, entre os deputados da bancada paraense, junto à opinião pública, entre professores desavisados, etc.
Se isso causar tumulto no Consun, será razão suficiente para pedir ao Ministro da Educação que nomeie, em tempo recorde, se possível no dia seguinte à reunião do Conselho, o segundo mais votado da lista. Essa é a conspiração, esse é o projeto do golpe. Vão me pedir para provar, vão dizer que não estou me referindo a fatos e fazendo especulações.
Que conluio acontece à luz do dia?
Quem exigirá provas da conspiração de Amauri Kruel, Mourão Filho, Castelo Branco e dos demais conspiradores de 64? O golpe é o resultado de uma conspirata que deu certo. Vitorioso, ele se cumpre.
A história das eleições diretas para reitor nas universidades brasileiras é a história de afirmar o principio constitucional da autonomia universitária contra as ingerências de outras instâncias de poder: partidário, estatal, corporativo, etc.
Na primeira eleição direta, em 1984, o máximo que se conquistou foi a lista sêxtupla. O segundo mais votado foi o indicado, com o apoio de forças políticas. Nas subseqüentes, o engenho universitário criou uma fórmula para eliminar possibilidades de manipulação: o candidato mais votado indicava os companheiros de lista tríplice e o Consun assumia o compromisso de indicá-los. Assim não existia disputa política fora do âmbito da universidade e a sua autonomia era respeitada.
Esse procedimento foi observado nas disputas que tiveram o fim mais pacífico.
Aos que acham que estou confabulando ao me referir a conspirações e a golpes, faço um desafio: provem que acatam o desejo expresso nas urnas, afirmem o compromisso com a autonomia da universidade e retirem-se da disputa propondo ao Consun que a lista tríplice que acompanhará o reitor eleito Carlos Maneschy para os procedimentos formais em Brasília, seja composta por pessoas por ele indicadas.
* Flávio Sidrim Nassar é professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFPA.
Um golpe contra a vontade majoritária da UFPA está sendo tramado pelos apoiadores da chapa Regina-Licurgo.
A trama já é do conhecimento de Brasília. A intenção é criar um clima propício para justificar a indicação da segunda colocada na consulta feita à comunidade, no último dia 3, vencida incontestemente pelo professor Carlos Maneschy.
A estratégia dos golpistas consistia, no primeiro momento, em desacreditar o resultado da consulta. Esperavam que fossem impugnadas urnas vindas do interior, onde, por falta de fiscalização das demais chapas, a oficial obteve maioria desproporcional e, portanto, duvidosa. Aguardavam a impugnação dessas para impugnar aquelas nas quais Maneschy ganharia a eleição. Como a impugnação das urnas do interior, aboletadas de votos de alunos de cursos não regulares incluídos à sorrelfa nas listas de eleitores, não mudavam o resultado pró Maneschy, seus advogados desistiram da impugnação.
É sempre bom lembrar que um copo vazio está sempre cheio de ar, e estavam no ar as palavras do reitor em entrevista televisiva, dizendo que o vencedor da consulta seria o nomeado: "Se não houvesse tumulto no Consun".
Com a desistência da contestação, os conspiradores passaram para a velha tática dos dossiês, que já circulam em Brasília, tentando provar que Maneschy é inelegível, pois teria sido condenado, juntamente com o ex-reitor Cristovam Diniz, por improbidade administrativa.
A tentativa de criminalizar Maneschy vem da contratação da Associação de Reitores Europeus, que, por indicação do MEC, fez a avaliação institucional da UFPA. Apesar de ter sido feito o procedimento de inelegibilidade de licitação, não foi anexado aos autos o documento comprobatório.
O ministro Raimundo Carreiro, do Tribunal de Contas da União (TCU, que relatou o processo é claro: "os serviços foram efetivamente prestados, NÃO HAVENDO LOCUPLETAMENTO POR PARTE DOS RESPONSÁVEIS."
O Acórdão aprovado na sessão de 20/06/2007 determinou: "Encaminhar cópia deste Acórdão, bem como do Relatório e Voto que o fundamentam, ao Controle Interno da Universidade Federal do Pará - UFPA para que adote as providências a seu cargo relativas À BAIXA NA INSCRIÇÂO DA RESPONSABILIDADE dos Srs. Carlos Edilson de Almeida Maneschy, Cristovam Wanderley Picanço Diniz"(A integra do relatório, voto e acórdão pode ser vista no endereço eletrônico do TCU).
Apesar de sabedores de que não há nada que incrimine Maneschy, inescrupulosamente usam a máxima de Joseph Goebbels: "Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade". Brandirão essa mentira no Consun, nos gabinetes ministeriais, entre os deputados da bancada paraense, junto à opinião pública, entre professores desavisados, etc.
Se isso causar tumulto no Consun, será razão suficiente para pedir ao Ministro da Educação que nomeie, em tempo recorde, se possível no dia seguinte à reunião do Conselho, o segundo mais votado da lista. Essa é a conspiração, esse é o projeto do golpe. Vão me pedir para provar, vão dizer que não estou me referindo a fatos e fazendo especulações.
Que conluio acontece à luz do dia?
Quem exigirá provas da conspiração de Amauri Kruel, Mourão Filho, Castelo Branco e dos demais conspiradores de 64? O golpe é o resultado de uma conspirata que deu certo. Vitorioso, ele se cumpre.
A história das eleições diretas para reitor nas universidades brasileiras é a história de afirmar o principio constitucional da autonomia universitária contra as ingerências de outras instâncias de poder: partidário, estatal, corporativo, etc.
Na primeira eleição direta, em 1984, o máximo que se conquistou foi a lista sêxtupla. O segundo mais votado foi o indicado, com o apoio de forças políticas. Nas subseqüentes, o engenho universitário criou uma fórmula para eliminar possibilidades de manipulação: o candidato mais votado indicava os companheiros de lista tríplice e o Consun assumia o compromisso de indicá-los. Assim não existia disputa política fora do âmbito da universidade e a sua autonomia era respeitada.
Esse procedimento foi observado nas disputas que tiveram o fim mais pacífico.
Aos que acham que estou confabulando ao me referir a conspirações e a golpes, faço um desafio: provem que acatam o desejo expresso nas urnas, afirmem o compromisso com a autonomia da universidade e retirem-se da disputa propondo ao Consun que a lista tríplice que acompanhará o reitor eleito Carlos Maneschy para os procedimentos formais em Brasília, seja composta por pessoas por ele indicadas.
* Flávio Sidrim Nassar é professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFPA.
8 comentários :
Desculpem os leitores deste espaço mas não há como identificar-se nesses tempos de perseguição. Deste modo dou a minha contribuição à analise anonimamente, concordando com o artigo do professor Nassar. A tese que ele apresenta deve ser encarada com seriedade. Há muita gente graúda está envolvida nessa trama.
Perguntas sobre o posicionamento do reitor na página da UFPA:
1) Como ele sabe de tantos detalhes sobre o recurso da chapa regina-licurgo. Ele foi leitor privilegiado da peça?
2) É estranho muito, estranho que Alex antecipe que teremos seis meses de briga até a escolha do novo reitor pelo presidente.
3) O modo como ele apresentou o desdobramento das eleições revela uma postura de fato imparcial?
Barata,
Obrigado por reproduzir meu artigo em seu prestigiado Blog.
Repercutir esta luta no Cyperspace é uma forma de garantir a democracia no universo acadêmico pela qual lutas desde os nossos tempos de ADUFPA.
Flávio Nassar
O professor Flávio Nassar produziu uma peça que, pela repercussão que está tendo na ufpa e na sociedade em geral, nos traz de volta aos velhos tempos em que havia homens e mulheres de fibra, capazes de escrever e assinar artigos que mostravam claramente seu posicionamento e enfrentavam as artimanhas dos poderosos.
Parabenizo você, Augusto Barata, que com senso de oportunidade típico do verdadeiro jornalista, não desses fazedores de gracinhas e redatores de release que tantas vezes parecem ser donos do pedaço, abre sua barricada no cyber espaço para questões que não passam de moda, porque são eternas, como o combate contra a prepotência dos poderosos.
Parabéns ao autor do artigo e parabéns a você.
Hoje me sinto de volta aos velhos tempos em que se lia coisa que prestasse nos jornais. Agora lemos no seu blog.
E em breve, afastadas as nuvens negras e os corvos da universidade, todos poderemos nos identificar quando discordarmos do reitor.
Nunca imaginei que um CD (cargo de Direção) valesse tanto, o que não fazem por uma gratificação.
Engraçado Flávio Nassar, até recentemente qdo vc recebia um CD do gabinete vc não pensava isso do Prof. Alex??? isso foi pq vc perdeu o CD foi???
Anonimo das 14:21 do dia 15 de dezembro,
Você provavelmente trabalha no Gabinete do Reitor ou na Progep(Pro reitoria de Gestão de Pessoas) para ter tido acesso a essa informação (a suspensão do pagamento de um CD -cargo de direção - que recebi até agosto de 2008, na condição de coordenador do Fórum Landi).
Afirmo isso, porque a retirada deste CD foi tratada apenas no âmbito familiar. Tomei esse cuidado para que a suspensão do pagamento da gratificação não fosse interpretada como represália, pois começavam a surgir denúncias de que do Reitor estaria usando a caneta para obter apoio à candidata Regina-Licurgo.
Minha posição de apoio ao professor Maneschy foi comunicada ao Reitor no Carnaval deste ano, e tornou-se pública no Blog Quinta Emenda ainda no primeiro semestre e esse posicionamento não cassou o meu CD, que só cancelado em agosto passado.
Publiquei no Portal da Chapa "Pra fazer melhor" um artigo "Porque voto em Maneschy" no qual reconheço o professor Alex como o melhor reitor da UFPA desde 1972, quando passei no vestibular.
Apóio o professor Maneschy pelos seus méritos, assim como a Schineider e equipe, sem deixar de reconhecer as virtudes do professor Alex.
Reconhecer as virtudes, não significa deixar de discordar. Discordei dos termos da entrevista que ele concedeu a Mauro Bonna e manifestei isto no artigo que motivou sua irada manifestação anônima.
Talvez você esteja julgando os outros por si próprio.
Flávio Sidrim Nassar
Anonimo das 14:21 do dia 15 de dezembro,
Você provavelmente trabalha no Gabinete do Reitor ou na Progep(Pro reitoria de Gestão de Pessoas) para ter tido acesso a essa informação (a suspensão do pagamento de um CD -cargo de direção - que recebi até agosto de 2008, na condição de coordenador do Fórum Landi).
Afirmo isso, porque a retirada deste CD foi tratada apenas no âmbito familiar. Tomei esse cuidado para que a suspensão do pagamento da gratificação não fosse interpretada como represália, pois começavam a surgir denúncias de que do Reitor estaria usando a caneta para obter apoio à candidata Regina-Licurgo.
Minha posição de apoio ao professor Maneschy foi comunicada ao Reitor no Carnaval deste ano, e tornou-se pública no Blog Quinta Emenda ainda no primeiro semestre e esse posicionamento não cassou o meu CD, que só cancelado em agosto passado.
Publiquei no Portal da Chapa "Pra fazer melhor" um artigo "Porque voto em Maneschy" no qual reconheço o professor Alex como o melhor reitor da UFPA desde 1972, quando passei no vestibular.
Apóio o professor Maneschy pelos seus méritos, assim como a Schineider e equipe, sem deixar de reconhecer as virtudes do professor Alex.
Reconhecer as virtudes, não significa deixar de discordar. Discordei dos termos da entrevista que ele concedeu a Mauro Bonna e manifestei isto no artigo que motivou sua irada manifestação anônima.
Talvez você esteja julgando os outros por si próprio.
Flávio Sidrim Nassar
Parabéns Flavio Nassar pela postura clara. O responsável por toda esta guerra é somente um: ALEX FIUZA DE MELO. Sua politiquinha de balcão, do toma lá-da-cá faz com que os CDs sejam distribuídos não pelo mérito mas sim como moeda política. Com isso a UFPA se transformou neste campo de guerra e para alguns servidores (ou mesmo docentes) perder um CD agora significará reduzir sua qualidade de vida, tirar seus filhos das caras escolas, enfim, apertar o cinto. Não é o caso do Flavio Nassar evidentemente mas de muitos que a gente conhece. Mas existem famílias inteiras com cargos comissionados que perderão estas gratificações caso o Maneschy assuma a Reitoria. Por isso a sucessão passou a ser literalmente um caso de VIDA ou MORTE. Infelizmente esta é a realidade.
Boa sorte Prof. Maneschy.
Postar um comentário