Não são exatamente lisonjeiros os
antecedentes do atual reitor da UFPA, Carlos Maneschy. A ele aderiu o estigma de administrador inepto que o acompanha desde sua passagem
pela Fadesp, a Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa. Ao suceder
Carlos Maneschy como diretor executivo da fundação, em outubro de 2001, o
professor Luiz Acácio Centeno
Cordeiro, dentre outras mazelas que herdou, encontrou a Fadesp
inadimplente no SIAF, o Sistema Integrado de Administração Financeira, o órgão
federal que controla o emprego da verba pública. A Fadesp estava desde
fevereiro do mesmo ano sem poder movimentar novos recursos. A denúncia partiu
da Funasa, a Fundação Nacional de Saúde, por causa de um recurso do Fundo
Nacional de Saúde utilizado indevidamente. Ao término de sua gestão, em
entrevista ao jornal O Liberal, Luiz Acácio Centeno Cordeiro,
embora sem citá-lo nominalmente, foi contundente em relação a Maneschy. Ele
declarou, com todas as letras, que a primeira meta a cumprir, ao tornar-se
diretor executivo da Fadesp, foi resgatar a credibilidade da fundação, ao
recuperá-la financeiramente.
Deslumbrando
com as pompas e circunstâncias do poder, o que de mais notável Carlos Maneschy
produziu, à frente da Fadesp, foi um patético triângulo amoroso, com lances
dignos de folhetim brega. De resto, coincide com sua gestão a ascensão de uma
troika que deu o que falar, formada pela gerente administrativa, Eliana Alzira
Levy Fernandes; o coordenador de Prestação de Contas da época, Carlos Alberto
Tabosa da Silva; e o coordenador de Informática, Walter Oliveira Junior,
protagonista de uma gafe hilária, que entrou para o folclore da incompetência
que prospera em setores da UFPA. Quando a folha de pagamento da fundação sumiu,
em um eventual colapso do sistema de informática, descobriu-se que ele não
tomava a mais elementar precaução, que era fazer o becap. Os três - Eliana
Alzira Levy Fernandes, Carlos Alberto Tabosa da Silva e Walter Oliveira Junior –
estiveram uma época sob a mira da Polícia Federal, diante de indícios de
envolvimento em um esquema criminoso destinado a desviar recursos de convênios.
A despeito
da sua polêmica administração na Fadesp, Carlos Maneschy seguiu impune, na
esteira do corporativismo que medra com vigor na UFPA. Restou o eventual constrangimento
de ter sua probidade publicamente questionada. Por conta de suas estripulias na
Fadesp, atribuiu-se a recalcitrância no governo Lula em nomeá-lo reitor, apesar
de ter vencido na eleição direta - por pequena margem de votos - a professora
Regina Feio, candidata do ex-reitor Alex Fiúza de Mello. Maneschy obteve o
segundo mandato, como reitor, como candidato único.
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