Na charge de Luiz Pinto, a ironia subliminar diante da absolvição. |
A
decisão absolvendo Sefer também provocou a indignação da Regional II da CNBB, a Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil, assim como em mais de 20 entidades de defesa de direitos humanos e
das crianças e adolescentes. Em coletiva realizada dia 10 de outubro de
2011, na sede da CNBB, representantes desse conjunto de entidades repudiaram a
decisão inocentando Sefer. Na ocasião, a coordenadora da Comissão de Justiça e
Paz da CNBB Norte, Orlanda Alves, divulgou nota da entidade, manifestando
indignação. “O clamor de uma inocente não é suficiente para que a sociedade se
manifeste e faça Justiça. A dor de uma vítima deve ser medida pelo poder
econômico que possui?”, questiona a nota. Para as entidades, a decisão do TJ
feriu os direitos de todas as vítimas de abuso sexual, que só possuem como
prova sua palavra e as lembranças do horror que sofreram. “A impunidade neste
Estado é comandada por aqueles que detêm poder político e econômico. Essa é a
imagem que se configurou com a absolvição do ex-deputado Luiz Sefer”,
sublinhava a nota.
Na ocasião, a hoje vereadora de Belém
Marinor Brito (PSol), então no exercício do mandato de senadora pelo Pará, foi
ainda mais contundente. Ela sugeriu que o TJ do Pará poderia ter “vendido” a
sentença em favor de Sefer, reportando-se, inclusive, à declaração da ministra
Eliana Calmon, do CNJ, o Conselho Nacional de Justiça, na época corregedora
nacional de Justiça, segundo a qual há “bandidos de toga”. “Há várias formas de negociar. Não sabemos o preço de
cada sentença. Conhecemos casos de juízes no Pará que foram afastados por
vender sentenças", salientou a
senadora.
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