sábado, 9 de agosto de 2014

ORIXIMINÁ – Um trânsito caótico e perigoso



Trânsito caótico em Oriximiná: barreiras inócuas, "seguranças" sem
qualificação e motoqueiros desrespeitando a lei, diante da ausência
de agentes devidamente qualificada. (FOTOS FLALDEMIR S. ABREU)


COM REPORTAGEM DE FLALDEMIR S. ABREU

        Nem as lembranças dos graves acontecimentos de menos de um ano atrás foram capazes de tornar o trânsito do município de Oriximiná menos caótico e perigoso. Em 5 de novembro de 2013, um menor, que trafegava em uma moto, sem habilitação e capacete, acidentou-se gravemente, ao ser truculentamente abordado em uma blitz, provocando uma violenta reação popular. Revoltados, os manifestantes incendiaram a sede da Secretaria Especial de Vigilância e Segurança do Trânsito e agrediram dois agentes de trânsito, um dos quais teve a casa incendiada, em um protesto que a polícia foi incapaz de conter.
        Menos de um ano depois, quem esteve em Oriximiná para o Círio de Santo Antônio, no último dia 2, deparou-se com um cenário pouco ou nada distinto daquele que ensejou os graves acontecimentos de 5 de novembro de 2013. O trânsito do município perdura caótico e perigoso, sem resquício de planejamento e, por via de consequência, sem oferecer um mínimo de segurança para motoristas, motoqueiros e pedestres. Na falta de policiamento, motoqueiros e caronas circulam sem capacetes. Não faltam motoqueiros conduzindo dois caronas, aí inclusas até crianças – todos sem capacete. Uma situação obviamente agravada pelo fluxo de romeiros, atraídos pelas festividades do Círio de Santo Antônio.
        Com uma postura imediatista, durante as festividades do Círio de Santo Antônio a prefeitura limitou-se a contratar um pessoal sem qualificação, distribuídos em barreiras, localizadas em algumas ruas, desempenhando, de forma caricata, as funções de agentes de trânsito. Trajando camisas pretas, sem nenhuma identificação oficial e caracterizados apenas como “segurança”, esse contingente mobilizado pela prefeitura assemelhava-se mais a um amontoado de rudes capangas. Uma impressão reforçada pela grosseria com que dirigiam-se a motoristas e transeuntes, previsivelmente aparvalhados, diante da falta de qualquer orientação mais sensata. Na evidência da falta de planejamento, foram postos cavaletes, nos cruzamentos das ruas, sem critério definidos, contribuindo ainda mais para a balbúrdia no tráfego de veículos e motos.

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