Ao
historiar o imbróglio, Daniel Carvalho relembra que, após o encerramento do garimpo manual de Serra Pelada,
em 1992, os garimpeiros que ali trabalhavam, organizados em torno de sua
cooperativa, a Coomigasp, lutaram por 15 longos anos até conseguir a portaria
de pesquisa do DNPM, o Departamento Nacional de Produção Mineral. Em 2007, prossegue
Carvalho, a Colossus Geologia e Participações Ltda, uma empresa recém-fundada
no Brasil, apresentou-se como interessada em fazer uma parceria com a Coomigasp
e apresentou uma proposta de sociedade em que ela, a a mineradora, arcaria com
todo o custo do investimento para a construção da mina, que a entregaria
funcionando em dezembro de 2009, ficando, assim, com 51% do empreendimento. A
Coomigasp, que ali estaria entrando com a maior riqueza do negócio, a
titularidade da reserva mineral, ficaria então com 49% da sociedade no referido
empreendimento. “O vídeo da exposição da proposta pelo representante da
Colossus, seguida da discussão e aprovação em assembleia, não deixa nehuma
dúvida quanto a esses percentuais ali pactuados” acentua Carvalho.
“Como o valor da construção da mina era pequeno em
relação ao grande valor da reserva mineral pertencente aos garimpeiros, a
Colossus, para equilibrar a proposta, obrigou-se a pagar como prêmio uma grande
quantia em dinheiro, propocionalmente ao tamanho da jazida a ser confirmada”,
recorda o presidente
da Associação de Defesa do Patrimônio dos Garimpeiros Sócios da Coomigasp. “Essa observação vem a
propósito de desmetir a última falácia da Colossus de que ela teria aumentado a
sua participação para 75% no empreendimento, porque os garimpeiros não colocam
dinheiro no negócio”, prossegue Carvalho, para então disparar, contundente: “Pura
empulhação.”
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