segunda-feira, 21 de outubro de 2013

SERRA PELADA – O histórico do imbróglio

        Ao historiar o imbróglio, Daniel Carvalho relembra que, após o encerramento do garimpo manual de Serra Pelada, em 1992, os garimpeiros que ali trabalhavam, organizados em torno de sua cooperativa, a Coomigasp, lutaram por 15 longos anos até conseguir a portaria de pesquisa do DNPM, o Departamento Nacional de Produção Mineral. Em 2007, prossegue Carvalho, a Colossus Geologia e Participações Ltda, uma empresa recém-fundada no Brasil, apresentou-se como interessada em fazer uma parceria com a Coomigasp e apresentou uma proposta de sociedade em que ela, a a mineradora, arcaria com todo o custo do investimento para a construção da mina, que a entregaria funcionando em dezembro de 2009, ficando, assim, com 51% do empreendimento. A Coomigasp, que ali estaria entrando com a maior riqueza do negócio, a titularidade da reserva mineral, ficaria então com 49% da sociedade no referido empreendimento. “O vídeo da exposição da proposta pelo representante da Colossus, seguida da discussão e aprovação em assembleia, não deixa nehuma dúvida quanto a esses percentuais ali pactuados” acentua Carvalho.

        “Como o valor da construção da mina era pequeno em relação ao grande valor da reserva mineral pertencente aos garimpeiros, a Colossus, para equilibrar a proposta, obrigou-se a pagar como prêmio uma grande quantia em dinheiro, propocionalmente ao tamanho da jazida a ser confirmada”, recorda o presidente da Associação de Defesa do Patrimônio dos Garimpeiros Sócios da Coomigasp. “Essa observação vem a propósito de desmetir a última falácia da Colossus de que ela teria aumentado a sua participação para 75% no empreendimento, porque os garimpeiros não colocam dinheiro no negócio”, prossegue Carvalho, para então disparar, contundente: “Pura empulhação.”

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