Charge de Luiz Pinto traduz a indignação com absolvição. |
Polêmica,
a absolvição de Luiz Sefer foi de bate-pronto contestada pelo MPE e acidamente
criticada por um vasto leque se entidades. Para se livrar da condenação, a
defesa do ex-deputado – feita pelo advogado Márcio
Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça do governo Lula, juntamente com o
advogado paraense Osvaldo Serrão - alegou falta de provas, tese acatada pelos
desembargadores João Maroja e Raimundo Holanda, contra o voto do juiz Altemar da Silva Paes. O argumento foi veementemente contestado pelos
representantes do Ministério Público. "Como é
impossível não acatar as provas? Eu transcrevi trechos dos depoimentos dando
detalhes das agressões que a vítima sofria. Será que a palavra dela não tem
valor nenhum?", questionou a promotora de Justiça Sandra Gonçalves. Soou
também inusitado os desembargadores João Maroja e Raimundo Holanda ignorarem os
laudos periciais que comprovaram a violência sexual sofrida pela adolescente.
"A jurisprudência dos tribunais brasileiros acata a palavra da vítima e,
nesse caso, há também laudos confirmando que a adolescente sofreu violência
sexual. Qual o motivo de todos esses documentos terem sido ignorados?", questionou,
na ocasião, a promotora de Justiça Célia Filocreão. A propósito, o promotor de
Justiça Samir Dahas, na época presidente da Associação dos Servidores do
Ministério Público do Estado do Pará, foi peremptório, ao colocar em xeque a
decisão absolvendo Sefer. "O Ministério Público do Estado está
absolutamente convencido da culpabilidade de Sefer”, fulminou. “Acreditamos que
os Tribunais Superiores irão manter a condenação, e nós vamos recorrer ao
Superior Tribunal de Justiça justamente para isso", acrescentou.
A
decisão absolvendo Sefer também provocou a indignação da Regional II da CNBB, a Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil, assim como em mais de 20 entidades de defesa de direitos humanos e
das crianças e adolescentes. Em coletiva
realizada dia 10 de outubro de 2011, na sede da CNBB, representantes desse
conjunto de entidades repudiaram a decisão inocentando Sefer. Na ocasião, a
coordenadora da Comissão de Justiça e Paz da CNBB Norte, Orlanda Alves,
divulgou nota da entidade, onde manifesta indignação. “O clamor de uma inocente
não é suficiente para que a sociedade se manifeste e faça Justiça. A dor de uma
vítima deve ser medida pelo poder econômico que possui?”, questiona a nota. Para
as entidades, a decisão do TJ feriu os direitos de todas as vítimas de abuso
sexual, que só possuem como prova sua palavra e as lembranças do horror que
sofreram. “A impunidade neste Estado é comandada por aqueles que detêm poder
político e econômico. Essa é a imagem que se configurou com a absolvição do
ex-deputado Luiz Sefer”, sublinhava a nota.
A
hoje vereadora de Belém Marinor Brito (PSol), então no exercício do mandato de
senadora pelo Pará, foi ainda mais contundente, na ocasião. Ela sugeriu que o
TJ do Pará teria “vendido” a sentença em favor de Sefer, reportando-se,
inclusive, à declaração da ministra Eliana Calmon, do CNJ, o Conselho Nacional
de Justiça, na época corregedora nacional de Justiça, segundo a qual há
“bandidos de toga”. “Há
várias formas de negociar. Não sabemos o preço de cada sentença. Conhecemos
casos de juízes no Pará que foram afastados por vender sentenças", fulminou a senadora.
Um comentário :
Jornalista Barata,
Esse senhor está processando as outras pessoas que se posicionaram publicamente contra ele??????
Ele quer te calar???? Essa absolvição é imoral!!!!!
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