Marcos Antônio Neves: subserviência diante dos donos do poder. |
O que põe em xeque a independência que
se espera do procurador-geral de Justiça, Marcos Antônio Ferreira das Neves, em
relação aos inquilinos do poder, é precisamente a política de dois pesos, duas
medidas, do Ministério Público Estadual. Capaz de agir com louvável rigor
diante da cruel matança de cães em Santa Cruz do Arari, inclusive obtendo na
Justiça o afastamento por 90 dias do prefeito Marcelo
Pamplona (PT), para evitar interferências indébitas nas apurações, o MPE manteve-se
silente diante da mais recente mortandade de bebês na Santa Casa de
Misericórdia do Pará, sem questionar o governador Simão Jatene e sequer o
secretário estadual de Saúde, o médico Hélio Franco. Como silente se mantém,
fazendo cara de paisagem, diante das denúncias segundo as quais a nova unidade
materno infantil da Santa Casa, inaugurada com pompas e circunstâncias pelo
governador Simão Jatene, apresenta graves problemas estruturais – no sistema de
esgoto e nas instalações elétricas – que impediriam o seu imediato
funcionamento. Problemas que, se confirmados, sugerem a utilização de material
aquém da qualidade e especificações requeridas pelas obras, uma suspeita que,
por si só, justificaria uma rigorosa apuração pelo Ministério Público.
Provocou constrangimento, na parcela
ética do Ministério Público, Neves prestar-se ao servil beija-mão imposto pelo
governador Simão Jatene, quando este sancionou projetos de interesse do
Ministério Público aprovados pela Alepa, a Assembleia Legislativa do Pará. Os projetos sancionados alteram a Lei Orgânica do Ministério Público do
Estado e tratam da indenização por plantões, mudança do percentual progressivo
por substituição ou acúmulo, indenização em pecúnia de férias e licenças-prêmio
e do percentual de diferença por entrância. Mais constrangedor é o mutismo do
procurador-geral de Justiça sobre o imbróglio do PCCR da Alepa, o Plano
de Cargos, Carreira e Remuneração, notoriamente inconstitucional. Depois que
saiu de cena o destemido promotor de Justiça Nelson Medrado, promovido a
procurador de Justiça, ficou o dito pelo não dito, apesar da cobrança do
Ministério Público Estadual, exigindo que a Alepa anule os decretos
legislativos que dispõem sobre o PCCR. A cobrança foi feita não só formalmente,
mas também pessoalmente, pelo promotor de Justiça Domingos Sávio Alves de Campos, mas aparentemente tratou-se de mero
mise-en-scène. Algo só possível com o aval de Neves.
7 comentários :
Eu quero saber quem confia nesse elemento?
Matar pessoas (adultos e crianças) é permitido, matar cachorro vira-lata é crime, vcs não sabem disso????
Tem enquadramento no PCCR da ALEPA que deixou gente feliz no MP.E depois faz de conta que nada sabe. Tá bom.
Se matar vira latas for permitido, teremos um extermínio em massa de políticos. KKKKK
Tem não concursado na alepa que por ter padrinho forte no MP foi incluído no PCCR, por isso a apuração não anda.
Isso não vai dar em nada e com o aval de suas excelências fiscais da lei.
Que decepção, padrinho.
- A corrupção está em todos os setores.
20:50 e 08:17, digam os nomes.
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