Greve no Diário e no DOL: marco na mobilização dos jornalistas. |
Transcrevo
abaixo, na íntegra, a avaliação da greve dos jornalistas do jornal Diário do
Pará e do DOL, anexada ao e-mail de Amanda Aguiar:
“Hoje, 20 de outubro de 2013, nossa mobilização por salário justo,
melhores condições de trabalho e respeito completa um mês. E, a partir de
novembro deste ano, o suor de nosso trabalho, o preço por nossa criatividade e
a recompensa por nossa dedicação valerão no mínimo 30% a mais. Em seis meses, o
acréscimo será de 50%. Aos colegas diagramadores e revisores, o ganho imediato
começa em quase metade do total. Percentuais assim foram raramente conquistados
por uma categoria em greve no Brasil. Nós conseguimos. Agora, enfim, temos um
piso salarial. Não só. Conquistamos a garantia de segurança e conforto. Equipes
da editoria policial receberão coletes à prova de bala. E o inverno amazônico
será encarado com mais dignidade a partir da distribuição de botas, capas e
guarda-chuvas para todos os profissionais.
“O valor fechado nesse acordo coletivo
ainda é baixo, sabemos. A própria empresa reconhece. Mas em tempos de crise do
dólar, em um ramo em que a maior parte dos insumos para a produção do jornal é
importado, carregamos a certeza de um enorme salto. Aos mais esquecidos, basta
lembrar que antes do movimento 'Jornalista Vale Mais' ser deflagrado, o aceno
para reajuste não ultrapassava o INPC, calculado em torno de 7%.
“Mesmo fundamentais, nenhuma das vitórias foi mais importante que o valor
de sermos ouvidos de alguma forma pela direção. 'Nenhum trabalhador precisou
ser convencido de que essa luta era justa, tivemos apenas trabalho para
convencê-los a lutar', afirmamos em uma das mesas de negociação. E assim foi.
A equipe do caderno ‘Você’ parou
integralmente. O ‘Cidades’ surpreendeu, apenas uma das equipes factuais,
formada por repórter e repórter fotográfico, não aderiu à greve, o mesmo
ocorreu no ‘Bola’. Metade dos repórteres do ‘Polícia’ cruzaram os braços e duas
produtoras fizeram o mesmo durante os sete dias parados. No DOL, repórteres, coordenadores e
multimídias aderiram em massa. A ânsia pela mudança era real e não podia ser
protelada. Mas houve quem optasse por continuar no trabalho.
“Sabemos que pode ter havido excessos nas redes sociais – ou no
microfone. E, enquanto grupo de trabalhadores, pedimos desculpas aos colegas
que se sentiram ofendidos. Um mês após o marco inicial da nossa greve, termos
uma certeza - a única a ser levada adiante -, com organização é possível
conquistar direitos.
“Não cobramos nada impossível de ser atendido. A prova está aí. Voltamos
aos nossos postos de trabalho e mesmo com a manutenção de alguns problemas, e o
surgimento de outros, seguimos dispostos a continuar dando o nosso melhor pela
empresa. Essa é a nossa marca.
“Não nos unimos para produzir heróis, mas para reforçar a energia anônima
da coletividade. Hoje é um novo dia. Dia de perceber que antigos paradigmas
foram quebrados e que ‘se muito vale o já feito, mais vale o que será’.
“Salve 20 de setembro de 2013!”
Um comentário :
Parabéns Barata, reafirmo a frase da jornalista " sua participação, faz toda diferença"!Obrigadão
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