quinta-feira, 15 de setembro de 2011

EDUCAÇÃO – Radiografia do caos no Pará

Lúcia *

A noticia segundo a qual as 72 ilhas de Abaetetuba estão sucateadas ou simplesmente não funcionam por falta de professores, veiculada pelo Portal ORM, das Organizações Romulo Maiorana, evidencia, de forma eloqüente, a verdadeira tragédia que vive a educação no Estado do Pará. Tragédia de resto expressa na ausência do Pará no ranking das cem melhores instituições de ensino, segundo o Enem 2010, o Exame Nacional do Ensino Médio. Não há justificativa plausível para que esta situação esteja ocorrendo. Os recursos do MEC são bastante razoáveis. Portanto, a situação deixa exposta, clara e insofismavelmente, a inépcia da administração estadual na gestão educacional.
Não posso deixar de ficar indignada com uma noticia tão trágica. São seres humanos que estão sendo subjugados, presos em algemas invisíveis do abandono e largados à própria sorte como se fossem condenados num campo de concentração. São crianças, adolescentes que perdem o futuro e vivem extorquidos de seus mais básicos sonhos. Isto é um crime. Para mim, um crime hediondo.
Este cenário sinaliza o que vem acontecendo em grande maioria das escolas municipais e estadual. Um autêntico genocídio intelectual.
Nem, mesmo a “desculpa” da distancia geográfica se sustenta neste caso. Abaetetuba é um município próximo da capital e de fácil acesso. Por isso mesmo soa intolerável a Secretaria de Educação argumentar desconhecimento. Esta situação não surgiu da noite para o dia. Necessário lembrar da realidade daquele município. Um lugar complexo e alvo de todo o tipo de violação de direitos humanos, sociais e econômicos.
Diante desta tragédia anunciada reproduzo o que Paulo Freire eternizou no livro “Pedagogia do Oprimido”: “A violência dos opressores, que os faz também desumanizados, não instaura uma outra vocação – a do ser menos. Como distorção do ser mais, o ser menos leva os oprimidos, cedo ou tarde, a lutar contra quem os fez menos”. Trata-se de uma questão de tempo, acrescentaria. Muito pouco tempo.

* Lúcia é assistente social e colaboradora do blog.

11 comentários :

Anônimo disse...

estes assassinos da educaçaõ ainda vao arder no mármore do inferno

Anônimo disse...

Kd o "Marionete" do Nilsinho...Kd a ímpafia da "Gazela Saltitante"...Kd as "Mucamas" da Lady Kate????
Tá faltanto é compromisso e profissionais de verdade dentro dos gabinetes daquela SEDUC!!!

Anônimo disse...

Olha Lúcia, eu conheço pelo menos dois professores que fizeram o concurso c-125 pra Abaeté e estão trabalhando em Belém, então como vc acha que vai ter professores suficientes? se quem faz concurso pra lá vem embora pra Belém ou Ananindeua? Esses professores foram nomeados e trabalharam apenas alguns meses lá, não terminaram nem o probatório e já estão com 200hs aqui! A SEDUC deveria fiscalizar isso e fazer com que os professores permanecessem no lugar pra onde fizeram seu concurso, só assim acabará a carência no interior. Mas a maioria desses professores fazem concurso pro interior porque é mais fácil passar e depois largam toda a carga horária lá e vem embora pra capital e a seduc não faz NADA!

Anônimo disse...

Isso é JATENE governando com sua turma.Saúde e educação viraram moeda política e a população que se dane.FALTAM 3 ANOS.

Anônimo disse...

O Pará nunca apareceu bem em qualquer exame que seja, ele está bem posto em estatística de caos (morte no campo, prostituição, corrupção), isso já é bem antigo, e passou por várias gestões e de vários partidos diferentes, inclusive, aquele que era tido como modelo de perfeição. Logo, não é justificar a incompetência, também não é ser ingênuo achando que é agora que tudo isso começou.

Anônimo disse...

o cenario é o pior possivel. Sem luz ao fim do tunel. Nossos jovens não tem a menor condições de alcançar um futuro promissor. Nosso legado, nossa porta para o fim.

Anônimo disse...

Lembrei de um fato ocorrido com um casal de amigos meus. Os dois precisaram morar no Japão por força do trabalho do meu amigo que foi transferido para lá.
Eles, ao voltarem para o Brasil, nos ocntaram um fato que deixam claro a nossa tão enorme diferença em relaçãoà importancia que os orientais dãqo à educação. Um certo dia, a mulher do meu amigo precisou ir ate ao local de trabalho dele. Era uma fábrica de montagem. Ao entrar no grande galpão, ela precisa andar ate o final para ver o marido. Ao longo do caminho percebeu que todos pararam e a reverenciaram. Achou estranho e até ficou sem jeito diante de tanta pompa. Ao se aproximar do marido, ela perguntou o que era tudo aquilo, porque eles pararam o trabalho para reverecia-la. Ela nao tinha traços orientais, nem nada. Ele respondeu: eles souberam que voce é professora.E aqui, professor é respeitadissimo.É uma autoridade.
Aqui no Brasil, professor apanha no meio da rua, é enganado pelo gestor, apanha dos alunos e mal consegue viver com dignidade.
Aos alunos, tratamento igual.

Professor em estado de greve disse...

Dia 26/09, segunda, começa a greve dos professores do Estado. A culpa é do mentiroso Jatene Preguiça, o pescador de confusão.

Bonanza - O colírio pra cegos disse...

O Pará na mão da Ana Doida tava até melhor mas, agora com o Simão Embromão piorou ao cubo.

Anônimo disse...

Lúcia, eu concordo plenamente com 21:24, pois conheço vários professores que fizeram concurso c-125 para Abaetetuba e estão TODOS em Belém, a SEDUC deveria manter esses professores nos locais para onde fizeram seus concursos, pois eles escolheram fazer prá lá.Sou professor, mas concordo que quem fez concurso pro interior tem que permanecer lá!

Anônimo disse...

não e só de pão vive o homem, ficamos de olho no Projovem ANANINDEUA, onde sua representante cada vez mais, se diz ter muito dinheiro em sua conta pelos corredores da secretaria, apadrinhada pela sua mãe também diretora de departamento, torneira aberta.