Carlos Maneschy, cuja nomeação para assessor foi revogada pelo... |
... atual reitor, Horácio Schneider, que cumpre um mandato-tampão. |
Decididamente, a eleição do novo reitor da
UFPA, a Universidade Federal do Pará, ganhou lances circenses, na esteira do
empenho da atual gestão em eleger o professor Emmanoel Tourinho, ex-pró-reitor
de Pesquisa e Pós-Graduação, o candidato chapa-branca. No melhor estilo Waldir
Maranhão, o desastrado presidente em exercício da Câmara dos Deputados, o
reitor Horácio Schneider, que
cumpre um mandato-tampão, revogou a nomeação, como assessor, do ex-reitor
Carlos Maneschy, candidato a prefeito de Belém pelo PMDB, sob o aval do senador
Jader Barbalho, o polêmico morubixaba do partido no Pará. Assinada por Fernando
Arthur de Freitas Neves, reitor em exercício, a portaria que revogou a nomeação
de Maneschy, de nº 2744, foi publicada na edição desta quarta-feira, 22, do
Diário Oficial da União, tornando sem efeito a portaria 2682, nomeando o
ex-reitor como assessor do atual reitor, Horário Schneider.
Maneschy,
que renunciou ao cargo de reitor e antecipou a sucessão na UFPA, cuja eleição foi
antecipada de novembro para o próximo dia 29, é o tutor político e assumido
cabo eleitoral de Tourinho, que tem como principal adversário o professor Edson
Ortiz, ex-pró-reitor de Administração, cuja candidatura foi solenemente
ignorada pelo ex-reitor. Cacifado por 38 anos de vida acadêmica e favorecido
por uma postura pessoal afável, Ortiz acusa Maneschy de não respeitar um
acordo, por ele mesmo proposto, da atual gestão apoiar um candidato após uma
ampla discussão com dirigentes da administração superior da UFPA.
“Nada a objetar contra uma discussão prévia. Só não posso aceitar, como outras
pessoas também não aceitam, a imposição de um nome, feita sem nenhum debate”,
disparou ácido Ortiz, em entrevista ao Blog do Barata, na qual desmentiu categoricamente a versão segundo a qual desrespeitara um
acordo que ele próprio acatara. Em lugar de consultas, Maneschy, então reitor,
passou a apresentar Tourinho como o candidato da atual gestão a reitor, a
pretexto de “um simulacro de pesquisa, cuja metodologia se desconhece e na qual
não se sabe quem foi consultado”.
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