sábado, 25 de junho de 2016

UFPA – Ortiz ameaça Tourinho e Weyl cresce

Tourinho, Ortiz e Weyl (da esq. para a dir.): sob temperatura elevada.

No epicentro do grande imbróglio no qual foi transformada a eleição para reitor da UFPA, cuja temperatura elevou-se com a divulgação da pesquisa de credibilidade no mínimo duvidosa da C8 Comunicação, figuram obviamente os candidatos que protagonizam a disputa, com ênfase para os professores Emmanuel Tourinho, Edson Ortiz e João Weyl. Ex-pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Tourinho tem como tutor político o ex-reitor Carlos Maneschy, que antecipou a sucessão para sair candidato a prefeito de Belém pelo PMDB, com o aval do senador Jader Barbalho, o morubixaba do partido no Pará. Ele também tem o apoio do atual reitor, Horácio Schneider, que cumpre um mandato-tampão, e sua campanha, favorecida pela inocultável utilização da máquina administrativa, junta do PMDB ao PT, passando pelo PC do B, via União da Juventude Socialista, e até o Levante da Juventude, um movimento com origens nos setores mais sectários da esquerda.
A disputa pela reitoria da UFPA é polarizada entre Tourinho e o professor Edson Ortiz, ex-pró-reitor de Administração, até passado recente um fiel colaborador de Maneschy, pelo qual sua candidatura, de caráter suprapartidário, foi solene e perfidamente ignorada. Com 38 anos de vida acadêmica, ele é favorecido pelo temperamento afável e uma reconhecida inserção entre os técnicos, segmento no qual é considerado imbatível. Até aqui Ortiz polariza com Tourinho a disputa pela reitoria, desafiando a força da máquina administrativa, posta claramente a serviço do seu principal adversário, com um discurso ético e de compromisso com a excelência, reforçado por um intenso corpo-a-corpo eleitoral. Na leitura de muitos, o episódio da pesquisa de intenção de votos de credibilidade para lá de duvidosa, feita por uma obscura agência de propaganda e publicidade, apontando um suposto favoritismo de Tourinho e divulgada massivamente pela campanha do ex-pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, é uma evidência de que Ortiz ganhou musculatura eleitoral suficiente para vencer a eleição para reitor.

Fontes da UFPA, com experiência em embates eleitorais, avaliam, porém, que são fartos os indícios de crescimento, na reta final da disputa, do professor João Weyl, ex-vice-reitor pró-tempore da Unifesspa, a Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, cuja candidatura - que se sustenta em uma proposta de repensar eticamente a UFPA, privilegiando o debate democrático como via para a excelência - também surge à margem das legendas partidárias, embora ele seja um militante histórico do PT, do qual, contudo, não tem apoio. O elenco de candidatos completa-se com os professores Erick Pedreira, associado ao PSDB, e a professora Vera Jacob, cuja candidatura vincula-se a APS, a Ação Popular Socialista, uma facção do PSol. Vera ainda tem o apoio da Adufpa, Associação dos Docentes da UFPA, Sindifes, o Sindicato dos Trabalhadores das Instituições Federais de Ensino Superior no Estado do Pará, e Sintepp, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará, cuja diretoria foi recentemente posta sob suspeita de corrupção. Para alguns, embora circunscrita a um eleitorado mais à esquerda, ela abocanha votos que, sem sua candidatura e considerando o espectro ideológicos dos demais candidatos, poderiam ir para Weyl.

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