Tourinho, Ortiz e Weyl (da esq. para a dir.): sob temperatura elevada. |
No epicentro do grande imbróglio no qual
foi transformada a eleição para reitor da UFPA, cuja temperatura elevou-se com
a divulgação da pesquisa de credibilidade no mínimo duvidosa da C8 Comunicação, figuram
obviamente os candidatos que protagonizam a disputa, com ênfase para os
professores Emmanuel Tourinho, Edson Ortiz e João Weyl. Ex-pró-reitor de
Pesquisa e Pós-Graduação, Tourinho tem como tutor político o ex-reitor Carlos
Maneschy, que antecipou a sucessão para sair candidato a prefeito de Belém pelo
PMDB, com o aval do senador Jader Barbalho, o morubixaba do partido no Pará.
Ele também tem o apoio do atual reitor, Horácio Schneider, que cumpre um mandato-tampão,
e sua campanha, favorecida pela inocultável utilização da máquina
administrativa, junta do PMDB ao PT, passando pelo PC do B, via União da
Juventude Socialista, e até o Levante da Juventude, um movimento com origens
nos setores mais sectários da esquerda.
A disputa pela reitoria da UFPA é
polarizada entre Tourinho e o professor Edson Ortiz, ex-pró-reitor de
Administração, até passado recente um fiel colaborador de Maneschy, pelo qual
sua candidatura, de caráter suprapartidário, foi solene e perfidamente ignorada. Com 38
anos de vida acadêmica, ele é favorecido pelo temperamento afável e uma
reconhecida inserção entre os técnicos, segmento no qual é considerado imbatível. Até aqui Ortiz polariza com Tourinho a disputa pela reitoria, desafiando a força da máquina administrativa, posta claramente a serviço do seu principal adversário, com um discurso ético e de compromisso com a excelência, reforçado por um intenso corpo-a-corpo eleitoral. Na leitura de muitos, o episódio da pesquisa de intenção de votos de credibilidade para lá de duvidosa, feita por uma obscura agência de propaganda e publicidade, apontando um suposto favoritismo de Tourinho e divulgada massivamente pela campanha do ex-pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, é uma evidência de que Ortiz ganhou musculatura eleitoral suficiente para vencer a eleição para reitor.
Fontes da UFPA, com experiência em embates
eleitorais, avaliam, porém, que são fartos os indícios de crescimento, na reta final
da disputa, do professor João Weyl, ex-vice-reitor pró-tempore da Unifesspa, a Universidade
Federal do Sul e Sudeste do Pará, cuja candidatura - que se sustenta em uma proposta de repensar eticamente a UFPA, privilegiando o debate democrático como via para a excelência - também surge à margem das legendas
partidárias, embora ele seja um militante histórico do PT, do qual, contudo, não
tem apoio. O elenco de candidatos completa-se com os professores Erick
Pedreira, associado ao PSDB, e a professora Vera Jacob, cuja candidatura
vincula-se a APS, a Ação Popular Socialista, uma facção do PSol. Vera ainda tem
o apoio da Adufpa, Associação dos Docentes da UFPA, Sindifes, o Sindicato dos Trabalhadores das Instituições Federais de
Ensino Superior no Estado do Pará, e Sintepp, o Sindicato dos Trabalhadores em
Educação Pública do Pará, cuja
diretoria foi recentemente posta sob suspeita de corrupção. Para alguns, embora circunscrita a um eleitorado mais à esquerda, ela abocanha votos que, sem sua candidatura e considerando o espectro ideológicos dos demais candidatos, poderiam ir para Weyl.
Nenhum comentário :
Postar um comentário