João Weyl: "Nossa candidatura cresceu muito nas últimas semanas." |
“Nós estamos bastantes
otimistas, pois nossa candidatura cresceu muito nas últimas três semanas. As
pessoas começam a se dar conta de que as chapas oriundas da atual gestão não
conseguem atender às demandas da comunidade universitária. Temos trabalhado
muito para fazer uma campanha ética, honesta, transparente e coletiva. Além
disso, a gente avalia que já sai vitorioso dessa disputa. Há tempos a UFPA não
se discutia. Nossa chapa foi a primeira em anos a provocar um grande debate na
universidade.”
Esta é a avaliação feita pelo professor
João Weyl sobre a sua campanha, na reta final da eleição para reitor da UFPA,
em entrevista ao Blog do Barata. Embora balizado por matizes ideológicos de
esquerda, ele conduz uma campanha à margem das amarras político-partidárias, o
que explica estar a uma distância abissal do PT, a despeito de ser um militante
histórico do partido, que sustenta a candidatura de Emmanuel Tourinho, o
candidato da reitoria. “Fomos os primeiros a pautar, como oposição
programática, a defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade. Fomos
os primeiros a denunciar o alarmante estado do ensino de graduação - e hoje,
outros candidatos resolveram surfar nessa linha, mas não fizeram, tiveram sete
anos para isso e não priorizam os estudantes”, acentua. Weyl deplora
enfaticamente o vale-tudo eleitoral. “É muito ruim para a universidade que em
seu ambiente se replique o pior da política partidária”, adverte. Mas arremata
a a entrevista com uma profissão de fé: “A gente tem muito otimismo e acredita
que a universidade não será mais a mesma depois dessa eleição. O debate das
questões vai continuar na pauta. Contudo, a gente também acredita que não se
poderá mais gerir a UFPA de modo pouco transparente.”
Nesta
resta final de campanha, como o senhor avalia suas chances e quais as eventuais
contribuições da sua candidatura ao processo eleitoral?
Nós estamos
bastantes otimistas, pois nossa candidatura cresceu muito nas últimas três
semanas. As pessoas começam a se dar conta de que as chapas oriundas da atual
gestão não conseguem atender às demandas da comunidade universitária. Temos
trabalhado muito para fazer uma campanha ética, honesta, transparente e
coletiva. Além disso, a gente avalia que já sai vitorioso dessa disputa.
Há tempos a UFPA não se discutia. Nossa chapa foi a primeira em anos a provocar
um grande debate na universidade. Se fores avaliar, nessa disputa antecipada
pelo próprio ex-reitor, fomos os primeiros a pautar, como oposição
programática, a defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade. Fomos
os primeiros a denunciar o alarmante estado do ensino de graduação - e hoje,
outros candidatos resolveram surfar nessa linha, mas não fizeram, tiveram sete
anos para isso e não priorizam os estudantes. Desde o início a gente tem falado
dos problemas e apresentado saídas para eles. Fizemos "Rodas de
Conversa" com as unidades no campus do Guamá, nos campi do interior e em
unidades que estão fora da cidade universitária, como o Hospital Barros
Barreto. Além disso, também conversamos com diversos movimentos sociais. Diante
disso, nós temos clareza de como a gestão da UFPA deixou de ouvir sua
comunidade, negligenciou a participação nos grandes debates que importam para o
futuro da região e perdeu o foco na democracia.
Quais as
reflexões que sugerem a atmosfera sob a qual se dá a atual disputa pela
reitoria da UFPA?
Lamentavelmente
a gente percebe com tristeza e preocupação como algumas campanhas têm se
conduzido a disputa. Além da visível ostentação da propaganda e uso da máquina,
temos presenciado o uso de artifícios fraudulentos e escusos em certas condutas
como coação e pressão sobre servidores, uso de dados confidenciais (e-mails
institucionais, por exemplo) e a "pesquisa eleitoral" claramente
duvidosa. Ou seja, o debate está sendo suplantado pela ganância pela
permanência no poder. É muito ruim para a universidade que em seu ambiente se
replique o pior da política partidária. As candidaturas da gestão - porque tem
três chapas que saíram da atual administração - não representam nenhuma
mudança, não apresentam alternativas viáveis para os desafios que a
universidade apresenta hoje. É mesmo muito triste que o debate não avance e
disputa se restrinja à troca de favores e à pressão sobre pessoas
Como fica
a UFPA, como instituição, ao cabo desse processo eleitoral, considerando as
circunstâncias sob as quais ele se deu, com recorrentes denúncias de uso da
máquina administrativa, abuso de poder econômico e coerção de eleitores?
A gente tem
muito otimismo e acredita que a universidade não será mais a mesma depois dessa
eleição. O debate das questões vai continuar na pauta. Contudo, a gente também
acredita que não se poderá mais gerir a UFPA de modo pouco transparente, sem
participação e de modo clientelista. Temos esperança de que as irregularidades
sejam devidamente apuradas pela Justiça, pois não podemos deixar que os desvios
fiquem impunes.
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