A manifestação de Apolo Santos - ex-presidente
do Conselho Regional de Estatística do Pará e Amapá, do qual já foi
vice-presidente e conselheiro -, que o Blog do Barata reproduz integralmente abaixo, foi
divulgada pela professora Ana Lúcia Prado, em sua página no Facebook:
Para
realizar uma pesquisa de intenção de voto pressupõe-se que o objetivo principal
é inferir o resultado das urnas, principalmente, se se pretende divulgar a
intenção de voto. Então, neste caso, se o pesquisador optar pela técnica
amostral é fundamental, para se obter um resultado dentro de margem de erro
aceitável, que se escolha procedimentos para extrair amostras probabilísticas,
tais como: randômica, sistemática e estratificada, que são técnicas
probabilísticas mais utilizadas, sem permitir a interferência de alguém, ou do
entrevistado ou do entrevistador, daí a necessidade de um bom plano amostral.
Em
uma pesquisa, pode-se até ter outros objetivos, como identificações de
opiniões, pontos fortes e fracos nas construções de programa de gestão ou de
campanha. Neste caso, podem-se utilizar pesquisas exploratórias para
identificar algumas situações que visam contribuir com os objetivos, mas se a
amostra não for probabilística, então, não se pode inferir o resultado das
intenções de votos e muito menos divulgá-lo. Isto fere a ética e qualquer bom
senso. Podendo, em alguns casos, ser considerado até de má fé. Não se tendo
critérios estatísticos para estimação dos resultados a partir de modelos
probabilísticos, como se vai divulgar um resultado sem margem de erro conhecida
e nível de significância calculável e aceitável?
A
pesquisa survey encaminhando e-mails para os pesquisados “eleitores” é uma
técnica Não Probabilística do tipo exploratória. Pode ser interessante para se
extrair opiniões dos eleitores em algumas questões de interesse dos candidatos,
mas não serve para se fazer inferência a resultado de intenção de voto. Não
obedece aos critérios estatísticos de levantamento amostral probabilístico. Não
se pode utilizar algum critério para identificar a margem de erro e nível de
significância, nem de dimensionamento da amostra. Vou repetir de maneira mais
enfática (opinião minha), técnica não probabilística pode ser muito proveitosa
para identificar opiniões dos eleitores sobre algum tema, mas a meu ver é “lixo”
para se inferir e identificar a opinião de intenção de voto. Pois, diversos são
os fatores que podem influenciar na qualidade da pesquisa. No caso de pesquisa
por e-mail: no ânimo de quem resolveu responder, ou não (já houve influência do
entrevistado, margem de erro não controlável já aumentou), em alguns casos, não
se tem controle de quantas vezes a mesma pessoa respondeu a pesquisa (aumenta a
margem de erro e compromete completamente o resultado), quem de fato respondeu
(influência na veracidade, aumenta a margem de erro não controlável) etc... Não
é possível determinar ponderações de setores e de variáveis, o que compromete o
resultado.
Outro
ponto importante é “como divulgar um resultado a partir da intenção de apenas
duas categorias (docentes e técnicos) sem constar a opinião dos alunos que pode
alterar completamente o resultado?” Divulgar isso pode ser uma intenção de
influenciar os eleitores e, e isso é imperdoável eticamente.
Volto
a dizer e repetir, para realizar uma pesquisa confiável, exija sempre um
profissional ou empresa com registro no Conselho Regional de Estatística.
Apolo Santos
Estatístico - Conre 7376
Já coordenei várias pesquisas para eleições
municipais em diversos municípios no Pará, Maranhão e Tocantins. Ex-presidente
do Conre PA/AP, de 2001 a 2003 e de 2007 a 2008.
Ex-vice-presidente do Conre PA/AP, de 1997
a 1998 e 2004 a 2006.
Ex-conselheiro do Conre PA/AP, de 1997 a
2008.
4 comentários :
Para corroborar o que o sr. Apolo disse, quero apenas citar um fato que vivenciei e que me deixou bastante incomodado: respondi duas vezes a essa pesquisa, pois recebi o email com as questões por meio de duas contas diferentes de email. Confesso que votei no Tourinho, porque era meu candidato, mas percebo agora a estrutura de armação que esta por trás da sua campanha e, por isso, não me incomodo de vir a público com esta informação. Uma campanha como essa é inadmissível em ambiente científico. Sou docente da UFPA e me recuso a participar de fraude. Não votarei mais em Emanuel Tourinho.
Essa chapa branca ET/gilmar é pura fraude!!!!
ET e Gilmar é fraude, é enganação. ET e Gilmar é Jáder Barbalho no poder.
Barata, você já viu a empresa que fez a pesquisa? É a C8, conhecida por errar todos os prognósticos que já fez até hoje. Essa empresa não tem seriedade e venda facilidades para os incautos.
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