sábado, 25 de junho de 2016

UFPA – A manifestação de Apolo Santos

A manifestação de Apolo Santos - ex-presidente do Conselho Regional de Estatística do Pará e Amapá, do qual já foi vice-presidente e conselheiro -, que o Blog do Barata reproduz integralmente abaixo, foi divulgada pela professora Ana Lúcia Prado, em sua página no Facebook:

Para realizar uma pesquisa de intenção de voto pressupõe-se que o objetivo principal é inferir o resultado das urnas, principalmente, se se pretende divulgar a intenção de voto. Então, neste caso, se o pesquisador optar pela técnica amostral é fundamental, para se obter um resultado dentro de margem de erro aceitável, que se escolha procedimentos para extrair amostras probabilísticas, tais como: randômica, sistemática e estratificada, que são técnicas probabilísticas mais utilizadas, sem permitir a interferência de alguém, ou do entrevistado ou do entrevistador, daí a necessidade de um bom plano amostral.
Em uma pesquisa, pode-se até ter outros objetivos, como identificações de opiniões, pontos fortes e fracos nas construções de programa de gestão ou de campanha. Neste caso, podem-se utilizar pesquisas exploratórias para identificar algumas situações que visam contribuir com os objetivos, mas se a amostra não for probabilística, então, não se pode inferir o resultado das intenções de votos e muito menos divulgá-lo. Isto fere a ética e qualquer bom senso. Podendo, em alguns casos, ser considerado até de má fé. Não se tendo critérios estatísticos para estimação dos resultados a partir de modelos probabilísticos, como se vai divulgar um resultado sem margem de erro conhecida e nível de significância calculável e aceitável?
A pesquisa survey encaminhando e-mails para os pesquisados “eleitores” é uma técnica Não Probabilística do tipo exploratória. Pode ser interessante para se extrair opiniões dos eleitores em algumas questões de interesse dos candidatos, mas não serve para se fazer inferência a resultado de intenção de voto. Não obedece aos critérios estatísticos de levantamento amostral probabilístico. Não se pode utilizar algum critério para identificar a margem de erro e nível de significância, nem de dimensionamento da amostra. Vou repetir de maneira mais enfática (opinião minha), técnica não probabilística pode ser muito proveitosa para identificar opiniões dos eleitores sobre algum tema, mas a meu ver é “lixo” para se inferir e identificar a opinião de intenção de voto. Pois, diversos são os fatores que podem influenciar na qualidade da pesquisa. No caso de pesquisa por e-mail: no ânimo de quem resolveu responder, ou não (já houve influência do entrevistado, margem de erro não controlável já aumentou), em alguns casos, não se tem controle de quantas vezes a mesma pessoa respondeu a pesquisa (aumenta a margem de erro e compromete completamente o resultado), quem de fato respondeu (influência na veracidade, aumenta a margem de erro não controlável) etc... Não é possível determinar ponderações de setores e de variáveis, o que compromete o resultado.
Outro ponto importante é “como divulgar um resultado a partir da intenção de apenas duas categorias (docentes e técnicos) sem constar a opinião dos alunos que pode alterar completamente o resultado?” Divulgar isso pode ser uma intenção de influenciar os eleitores e, e isso é imperdoável eticamente.
Volto a dizer e repetir, para realizar uma pesquisa confiável, exija sempre um profissional ou empresa com registro no Conselho Regional de Estatística.

Apolo Santos
Estatístico - Conre 7376
Já coordenei várias pesquisas para eleições municipais em diversos municípios no Pará, Maranhão e Tocantins. Ex-presidente do Conre PA/AP, de 2001 a 2003 e de 2007 a 2008.
Ex-vice-presidente do Conre PA/AP, de 1997 a 1998 e 2004 a 2006.

Ex-conselheiro do Conre PA/AP, de 1997 a 2008.

4 comentários :

Anônimo disse...

Para corroborar o que o sr. Apolo disse, quero apenas citar um fato que vivenciei e que me deixou bastante incomodado: respondi duas vezes a essa pesquisa, pois recebi o email com as questões por meio de duas contas diferentes de email. Confesso que votei no Tourinho, porque era meu candidato, mas percebo agora a estrutura de armação que esta por trás da sua campanha e, por isso, não me incomodo de vir a público com esta informação. Uma campanha como essa é inadmissível em ambiente científico. Sou docente da UFPA e me recuso a participar de fraude. Não votarei mais em Emanuel Tourinho.

Anônimo disse...

Essa chapa branca ET/gilmar é pura fraude!!!!

Anônimo disse...

ET e Gilmar é fraude, é enganação. ET e Gilmar é Jáder Barbalho no poder.

Anônimo disse...

Barata, você já viu a empresa que fez a pesquisa? É a C8, conhecida por errar todos os prognósticos que já fez até hoje. Essa empresa não tem seriedade e venda facilidades para os incautos.