Na campanha de Emmanuel Tourinho, pelo menos
para consumo externo, o tom é de triunfalismo, de inocultável menosprezo aos adversários
em geral e a Edson Ortiz, em particular. Ortiz, a despeito de elegante e
parcimonioso nas críticas, é o alvo predileto dos golpes, às vezes abaixo da
linha da cintura, desfechados pela campanha de Tourinho.
Mais realistas, as projeções da campanha de
Ortiz, embora otimistas, apontam para uma polarização com Tourinho, permeada
por uma “disputa acirrada” entre os docentes e uma expressiva vantagem do
candidato de oposição entre os técnicos, mas reconhecem uma indefinição entre
os alunos. Na avaliação feita pela campanha de Ortiz, entre os discentes destaca-se
o contingente de alunos do Parfor, o Plano
Nacional de Formação Docentes, aos quais tem acesso privilegiado a
administração superior da universidade, engajada na campanha de Tourinho. O
Parfor é destinado a professores em exercício das
escolas públicas estaduais e municipais sem a qualificação exigida pela Lei de
Diretrizes e Base da Educação Nacional, habitualmente dispersos pelo interior e
mais suscetíveis às pressões dos inquilinos do poder.
De acordo com as
estimativas confiáveis, o universo de votantes da UFPA, na eleição para reitor
– feita pelo voto proporcional - ,inclui cerca de 2.500 docentes,
aproximadamente 2.300 técnicos e mais de 40 mil estudantes, entre os quais é
colossal o percentual de abstenção. Nas últimas eleições, por exemplo,
exerceram o direito de voto em torno de 12 mil estudantes. Por isso, sobretudo em
uma disputa polarizada, previsivelmente ganha grande relevância o voto dos alunos
do Parfor, um contingente estimado em mais de cinco mil discentes.
Na campanha de João Weyl, a avaliação
reconhece a polarização entre Tourinho e Ortiz, sinalizando uma suposta
vantagem do candidato da reitoria, em função da utilização da máquina administrativa
e da omissão da comissão eleitoral. A sincera pretensão da candidatura de Weyl,
segundo sua própria campanha, seria emergir como uma espécie de terceira via,
credenciada pelo terceiro lugar na disputa pela reitoria, com algo em torno de
30% dos votos. “Nossa briga é pelo terceiro lugar”, admite, com todas as letras,
fonte de campanha.
Seja como for, o clima da disputa sinaliza
para uma eleição polarizada. O triunfalismo da campanha de Tourinho,
anabolizada pela utilização da máquina administrativa, é traído pelo tom abrasivo
reservado a Ortiz e por lances burlescos, como a divulgação do simulacro de
pesquisa de intenção de intenção de voto, conferindo-lhe ampla vantagem, ardil
próprio de candidato inseguro sobre seu cacife eleitoral.
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