João Weyl, cuja renúncia a favor de Ortiz é uma hipótese descartada |
Fontes distintas, de
matizes ideológicos diversos, reconhecem que a exiguidade do calendário
eleitoral favorece Emmanoel Tourinho, o candidato chapa-branca a reitor. “Se o
processo eleitoral não tivesse sido antecipado e abreviado e se desdobrasse até
novembro, como inicialmente previsto, haveria tempo e espaço para eventuais
composições entre candidatos de oposição, a partir de princípios”, avalia um
atento observador do cenário eleitoral na UFPA. Daí emerge, fatalmente, a
pergunta que não quer calar: com a campanha polarizada entre Emmanoel Tourinho
e Edson Ortiz, haveria a possibilidade de renúncia para conferir maior
capilaridade ao candidato da oposição melhor situado na disputa? “Nessa altura,
acho muito difícil”, avalia, por exemplo, um atuante militante da campanha de
João Weyl, cuja peculiaridade é expressar o posicionamento coletivo de um
grupo, ideologicamente à esquerda e historicamente identificado com o PT, mas ironicamente
à margem da legenda, que está comprometida com a candidatura de Tourinho, em
composição com o PMDB, em costura política que envolve o senador Jader
Barbalho, o morubixaba do partido no Pará. Para seus críticos, a composição com
o PMDB é um reflexo do fisiologismo que esfarinhou o discurso ético do PT e
acabou por torna-lo cada vez mais igual aos partidos aos quais historicamente criticava.
Afinal, no plano nacional o PMDB não só deu sustentação parlamentar ao
impeachment da presidente petista Dilma Rousseff, na esteira do qual o PT foi
apeado do poder, como foi o principal beneficiário dele, ao ver catapultado para
o Palácio do Planalto o presidente interino Michel Temer. Mas não só isso,
convém lembrar. O senador Jader Barbalho - avalista da candidatura a prefeito
de Belém, pelo PMDB, do ex-reitor Carlos Maneschy, o mais ilustre cabo
eleitoral de Tourinho – não apenas abandonou o Titanic petista, do qual foi um
proeminente passageiro, como, na barganha que pavimentou o toma-lá-dá-cá, ainda
conseguiu transformar em ministro da Integração Nacional seu filho e herdeiro
político, Helder Barbalho, que foi ministro da Pesca e, depois, dos Portos de
Dilma Rousseff. “Como se nada tivesse havido, o PT junta-se ao PMDB, para
eleger Tourinho, o que é sugestivo da natureza do candidato”, desabafa um
crítico ácido desse arranjo.
Mas, a despeito das críticas
a candidatura de Tourinho e da suspeita de que ela esteja atrelada a um projeto
político-partidário do ex-reitor Carlos Maneschy, aparentemente inexiste
qualquer perspectiva de uma eventual renúncia, em benefício de Edson Ortiz, por
parte de João Weyl. Como a candidatura de Weyl materializa as propostas de um
grupo de técnicos-administrativos, docentes e estudantes,
uma composição dessa natureza teria que ser balizada por uma espécie de carta
de princípios e expressaria o desaguadouro de conversações continuadas, que
jamais ocorreram, acentua uma fonte com acesso privilegiado ao ex-vice-reitor
pró-tempore da Unifesspa. Embora a relação pessoal e profissional dos dois seja
amistosa e de respeito mútuo, hoje uma distância abissal separa eleitoralmente Weyl
de Ortiz, em decorrência das opções dos candidatos. Ortiz é identificado com
uma visão conservadora sobre a universidade, enquanto Weyl é associado a uma
parcela da comunidade acadêmica comprometida em debater os grandes problemas da
universidade, o q1ue significa rever postulados consagrados, ou que assim o
status quo pretende que sejam.
Um comentário :
Professores, servidores e discentes da UFPA, não permitam que a família barba alho se aproprie da UFPA, transformando-a em casa de campo de suas sandices. Reajam contra todos os ladrões que desejam transformar nossa UFPA em covil sórdido de seus interesses. Fora touro pequeno...
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