O que comprometeu irremediavelmente Luiz Sefer foi a denúncia
formal da vítima de abuso sexual e seus convincentes relatos, acompanhados por
profissionais de reconhecida competência e reputação ilibada. Profissionais que
resistiram a pressões avassaladoras, que chegaram a incluir ameaças anônimas de
morte.
O escândalo envolvendo o então deputado Luiz Sefer, na
ocasião líder do DEM na Alepa, a Assembleia Legislativa do Pará, foi, por assim
dizer, o fio da meada da aberração que representa a pedofilia. Sucederam-se, a
partir dele, sucessivos relatos sinalizando o envolvimento de cabeças coroadas em
exploração sexual de menores, embora sem provas documentais e/ou testemunhais. Versões
dão conta, por exemplo, de que quando um BO, boletim de ocorrência, sobre a
agressão a uma jovem adolescente de família humilde, durante uma vesperal
etílica em um sítio nos arredores de Belém, ameaçou comprometer um deputado
estadual do esquema de sustentação parlamentar do governador tucano Simão
Jatene, então cumprindo seu primeiro mandato, o indício de pedofilia foi
diligentemente pulverizado. Essas versões acrescentam que um tucano de farta
plumagem simplesmente deu fim ao HD do microcomputador da delegacia no qual
fora registrado o BO. De mais concreto, restaram denúncias anônimas de
pedofilia contra o parlamentar, que circularam na internet – e só.
Também circularam insistentemente versões, que não
ultrapassaram os limites das especulações, sobre orgias sexuais, travestidas de
pescarias ou passeios fluviais, supostamente envolvendo um senador tucano e outro
deputado estadual, este de oposição, mas circunstancialmente alinhado com o
governo, igualmente a quando do primeiro mandato de Simão Jatene. Sabe-se que ambos
os parlamentares são dados a libações alcoólicas com mulheres de vida airada,
mas pretensas testemunhas dos supostos episódios de pedofilia relatados jamais
ousaram confirmar as versões oferecidas nos bastidores.
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