segunda-feira, 4 de agosto de 2014

PEDOFILIA – O fio da meada das aberrações

        O que comprometeu irremediavelmente Luiz Sefer foi a denúncia formal da vítima de abuso sexual e seus convincentes relatos, acompanhados por profissionais de reconhecida competência e reputação ilibada. Profissionais que resistiram a pressões avassaladoras, que chegaram a incluir ameaças anônimas de morte.
        O escândalo envolvendo o então deputado Luiz Sefer, na ocasião líder do DEM na Alepa, a Assembleia Legislativa do Pará, foi, por assim dizer, o fio da meada da aberração que representa a pedofilia. Sucederam-se, a partir dele, sucessivos relatos sinalizando o envolvimento de cabeças coroadas em exploração sexual de menores, embora sem provas documentais e/ou testemunhais. Versões dão conta, por exemplo, de que quando um BO, boletim de ocorrência, sobre a agressão a uma jovem adolescente de família humilde, durante uma vesperal etílica em um sítio nos arredores de Belém, ameaçou comprometer um deputado estadual do esquema de sustentação parlamentar do governador tucano Simão Jatene, então cumprindo seu primeiro mandato, o indício de pedofilia foi diligentemente pulverizado. Essas versões acrescentam que um tucano de farta plumagem simplesmente deu fim ao HD do microcomputador da delegacia no qual fora registrado o BO. De mais concreto, restaram denúncias anônimas de pedofilia contra o parlamentar, que circularam na internet – e só.

        Também circularam insistentemente versões, que não ultrapassaram os limites das especulações, sobre orgias sexuais, travestidas de pescarias ou passeios fluviais, supostamente envolvendo um senador tucano e outro deputado estadual, este de oposição, mas circunstancialmente alinhado com o governo, igualmente a quando do primeiro mandato de Simão Jatene. Sabe-se que ambos os parlamentares são dados a libações alcoólicas com mulheres de vida airada, mas pretensas testemunhas dos supostos episódios de pedofilia relatados jamais ousaram confirmar as versões oferecidas nos bastidores.

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