quarta-feira, 30 de maio de 2012

APEP – Um breve parêntese

        Antes de prosseguir com os antecedentes de Paulo Chaves, o PC, como ladrão da história, convém registrar uma passagem do passado recente da política do Pará, protagonizada por Romulo Maiorana (foto), já falecido, devastado pelo câncer.
        Romulo Maiorana, diga-se, teve a sensibilidade de não queimar as caravelas em relação aos baratistas e até com alguns daqueles que fizeram oposição a Magalhães Barata. Ele manteve ao seu lado, como redatores do Repórter 70, a prestigiada coluna de O Liberal, Newton Miranda, o vice-governador cassado pelo golpe militar de 1964, e Hélio Gueiros, então deputado e também vítima do expurgo político promovido pelo regime dos generais. Newton Miranda e Hélio Gueiros redigiam a parte superior do Repórter 70 e foram etiquetados, por Romulo Maiorana, como cardeais da coluna. A parte inferior da coluna, o Em poucas linhas, ficava sob a responsabilidade do próprio Romulo Maiorana, dono de um estilo inconfundível, com notícias e comentários de redação curta, que valorizava com o molho da verve e da ironia, mas sobretudo com o furo jornalístico, ao revelar em primeira mão os bastidores do poder.
        Os baratistas menos afortunados, Romulo Maiorana ajudava financeiramente com o pagamento de quinzenadas, feitas sempre nos dias 14 e 28 de cada mês, as datas nas quais, na época, recebiam seus salários os funcionários de O Liberal. Dentre os beneficiários da generosidade de Romulo Maiorana figurava, por exemplo, Laércio Barbalho, já falecido, pai do senador e ex-governador Jader Barbalho, hoje o morubixaba do PMDB no Pará e a mais longeva liderança política da história do Estado. Pela idade, Laércio Barbalho- cassado por corrupção - e outros, como ele já idosos, eram dispensados de subir as muitas escadas até a tesouraria do jornal, permanecendo no térreo, sentados em confortáveis poltronas, sob a atenção de dona Ruth Gonçalves, que logo tratava de mandar servir-lhes água e café da hora. Discreta senhora de muitos segredos, dona Ruth sempre conjugou competência e simpatia e foi a funcionária da mais absoluta confiança do patriarca dos Maiorana, ao qual acompanhava desde a época da rede de lojas RM Modas, com as quais Romulo começou a diluir seus vínculos, do passado, com o contrabando.

Um comentário :

Anônimo disse...

PQP, Barata, tu tem historia pra séculos! esses meninos da 25 herdaram a sagacidade do pai? ele era o cara! sabia transitar com elegancia em tudo que era lugar.Imagina se ele lesse os editoriais "educados" que as crianças escreveram dia desses para os pimpolhos de Ananindeua e almirante barroso.Que vexame ele ia sentir!