segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

REAL CLASS – Condolências e o desejo de justiça


O blog apresenta suas condolências às famílias das vítimas fatais do Real Classe, o edifício de 35 andares, ainda em obras, que ruiu na tarde deste último sábado, 29, reduzindo-se a um descomunal amontoado de entulho, como ilustra o belo flagrante fotográfico acima, de Tarso Sarraf, do Diário do Pará, no qual é possível entrever a soma do talento com a sensibilidade . De responsabilidade da Real Engenharia, a construção localizava-se em um perímetro nobre do mercado imobiliário, a travessa 3 de Maio, entre as avenidas Magalhães Barata e Governador José Malcher.
O blog também se associa ao mais sincero desejo de que as famílias das vítimas sejam efetivamente amparadas. E que a memória dos mortos seja devidamente reverenciada da forma mais objetiva pela qual se possa assim fazer – com a rigorosa apuração das razões que levaram à tragédia e a punição, pela Justiça, dos responsáveis.
O exercício da cidadania, para o qual somos frequentemente exortados, inclusive pela mídia, pressupõe que a venda na imagem da Justiça traduza o conceito que inspirou-a, que é a imparcialidade, e não a omissão dolosa diante dos criminosos engravatados. Esta é uma advertência que vale também, e sobretudo, para a mídia, que tem dentre seus clientes preferenciais os barões da construção civil. Trata-se de um imperativo, neste momento, que a grande imprensa busque a verdade da forma mais profunda quanto seja possível alcançá-la.
Não se trata, diga-se logo, de politizar a tragédia. O que politiza a tragédia, particularmente em circunstâncias como esta, é a impunidade, pela via do corporativismo das entidades da classe patronal, da omissão do poder público e do silêncio conivente da mídia, na esteira de suas conveniências comerciais.
Que não se repita o grotesco arremate da tragédia do edifício Raimundo Farias, ocorrida em 1987 e que também ruiu, quando ainda em obras, com um saldo dramático de 39 operários mortos. A tragédia do Raimundo Farias, como bem se sabe, deixou apenas mortos e nenhum culpado.
Será escárnio demais, para o conjunto da sociedade paraense, vermos repetir-se o macabro espetáculo de impunidade que arrematou a tragédia de quase 24 anos atrás. Se assim for, juntamente com as vítimas fatais de ambas as tragédias, sepultaremos também a esperança de uma sociedade na qual elites e massas sejam duas realidades concomitantes, mas que só se justificam como elites abertas e massas minimamente conscientes sobre suas prerrogativas.

13 comentários :

Anônimo disse...

Bons os comentários. Principalmente no trecho onde você fala "...do silêncio conivente da mídia..." Esse é um ponto crucial na questão de a população ser devida e corretamente esclarecida.
Lembram daquele desabamento no buraco do metro em São Paulo? Toda a imprensa - toda - só falava "o consórcio da via amarela", "representantes do consórcio", "a Justiça intimou o consórcio", etc, etc.

Nenhuma palavra sobre quais empresas compunham aquele consórcio, que depois descobri, era composto por Odebrecht, Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez e Camargo Correa, mais a Alstom e Siemens, salvo engano. Todas empresas grandes e também grandes anunciantes ou contribuintes de campanhas eleitorais.

Ainda nesse final de semana a estória se repetiu, quando seguranças de um supermercado "prenderam" um rapaz negro, por "suspeita" de ser ladrão. Os canais de TV apenas se referiam " ao supermercado". Nada de dizer que o supermercado era o EXTRA. Nadinha.

Tomara que isso não se repita no caso do Real Class, pois é fartamente sabido o poder economico dessas grandes construtoras, pesadas anunciantes na mídia.

Agora, essa de um raio ter derrubado o prédio me soa como piada, ou aquela tática do "se colar colou". Felizmente, não colou.

Kenneth Fleming

Anônimo disse...

Belíssimo texto! concordo com vc.

Anônimo disse...

Havia pensado em morar em prédio, uma vez que a seguranca está caótica em nossa cidade, mas depois desse episódio fiquei "cabreiro". Vou nada !!!

Anônimo disse...

Tragédia presumida. Os moradores procuraram os órgãos competentes para que providências fossem tomadas, e nada. Os planos diretores municipais, como ferramenta de desenvolvimento urbano, não são aplicados. O que vale mesmo, é a arrecadação de iptu, a vizinhança não é escutada quando querem realizar construções, nenhum estudo de impácto da obra é realizado. E a prefeitura, o CREA só arrecadam, o cidadão que se queixe depois da obra acabada e acabaando com nossas vidas.

Anônimo disse...

Condolências aqui deste anônimo e pêsames para os enlutados por conta de mais uma tragédia deste tipo.
Deus dê forças aos atingidos para superarem as perdas.E que a justiça seja pronta e não tardia como sempre acontece.
Espero que os sonhos dos que aguardavam a entrega dos apartamentos não se diluam.Força!!!

Ricardo disse...

Te cantei a bola, saiu hoje no Diario Oficial do Estado, a nomeação do menino Romulo Maiorana Prantera. Isto que é austeridade.

Anônimo disse...

BARATA, ACOOOORDA QUE O BICHO TÁ PEGANDO NA ALEPA!!!!


DEPUTADOS REJEITADOS PELO ELEITORADO PARENSE BRIGAM POR BOQUINHAS NO PARLAMENTO

Barata, outra tragédia se descortina para nós paraenses com traços de dejá vu, MAIS UMA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, AUTORES: NOSSOS POLÍTICOS;
Manoel Pioneiro deverá assumir a presidência da Alepa amanhã e em seguida, segundo acertos fechados até hoje, dará início ao que e pode chamar de bárbarie na administração da Casa;

Ítalo Mácola, aquele um ex defensor contratato, inimigo número um dos bravos defensores concursados, parece que não aceita mesmos se dispor a enfrentar democraticamente via concurso público uma vaga na administração pública e agora resolve atacar na Alepa, de onde saiu após breve pousada de uma fugaz ocupação de não eleito, para ocupar o cargo de, pasmem, Procurador Geral; mas a coisa não para por aí, o outro que segue o mesmo caminho do colégua nas mesmas condições é Bira Barbosa, novamente rejeitado pelo eleitorado, após breve ocupação de não eleito, Bira deverá ser indicado para o cargo de Secretário Legislativo
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Registre-se que os dois cargos de direção do parlamento estadual representam os dois maiores DAS do Poder -6-, valendo cada um R$ 9 mil, com 100% de representação, só que......por força de dispositivo na Constituição Federal, inciso V e apoiado em Lei Estadual, DL 60/90, acolhido no novo Plano de Cargos recém instalado na Casa, ESSES CARGOS BEM COMO OUTROS 94 DE DIREÇÃO SÃO DE INDICAÇÃO EXCLUSIVÍSSIMA DOS SERVIDORES DE CARREIRA, EFETIVOS.
Mas isso não quer dizer que Pioneiro ficará com o pires na mão, terá um prato cheinho de mais de QUENHENTOS DAS DO 5 AO 1 PARA JOGAR NO PISÃO.
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Essa é a moral tucana, depois de dar uma tremenda rasteira no colega José Megale, o grande artífice da oposição nos 4 anos de governo Ana Júlia, com certeza um dos maiores responsáveis pela obesa rejeição de Ana Júlia - com apoio da mídia é claro, inclusive as páginas certas do Diário do Pará - enquanto Pioneiro se fingia de morto; Megale recebe um chega prá lá do colégua e toma um tremendo chá de cadeira de Jatene até as próximas eleições municipais no mínimo, se é que Pioneiro será ungido de volta ao cargo de prefeito pelos nativos da cidadela de Ananim nas cercanias de Belém.
E o agora o futuro imediato presidente do Poder Legisaltivo tudo indica chega ao cargo aboletado de más intenções em nomear Ítalo - que despudoradamente arrotava pelos corredores da instituição sua pretensa nomeação para o cargo e o que é peor ainda, acompanhado do ex colégua Bira Barbosa, que parece ter usado o pombo correio Megale que teria pedido ao governador sua indicação para o cargo. Realmente, eles se merecem.
Vale lembrar que Bira Barbosa é ex presidente desse mesmo Poder pelo qual soube manter o respeito e a dignidade frente aos servidores indicando efetivos apra os cargos de direção, mas agora parece que o ex mudou de idéia.
Por que será mesmo, hein?

Anônimo disse...

00:23
Barata,
desculpe a pressa, as leis são CF rt, 37 inciso V e Dec. Lei 70/90, por favor conserte.

Anônimo disse...

Sr. blogueiro,

|Essa matéria da 00:23 vale um post, todos precisam saber disso.

Anônimo disse...

Concordo plenamente com o ânônimo das 07: 26.
O rico comentário de 00: 23, merece um post, para dar visibilidade a tão importantes informações.
Um abraço e parabéns pelo sucesso do Blog

Anônimo disse...

Não se espantem se os jornalões "Diário do Pará" e "O Liberal" ajudarem a não descobrir as causas do acidente com o edifício na 3 de Maio.
Basta o dono da construtora abrir os cofres e também garantir aos Barbalhos e Maioranas muitos anúncios no futuro.
Já fizeram isso por várias vezes. Mais uma não faria diferença nenhuma.
Análise criteriosa será feita pelo jornalista Lúcio Flávio Pinto. Aguardem.

Anônimo disse...

Que tal pedir ao centro tecnológico da UFPA as estatística dos curso/ano dos reprovados em cálculo

Oswaldo Chaves disse...

Não é uma questão de generalizar um incidante isolado que não pode ser associado ao grande desenvolvimento do mercado imobiliário da construção vertical em Belém.

O que está acontecendo é outra coisa muito diferente. São seres humanos morrendo pela ganância de poucos.

Se o PSTU, por exemplo, deixasse de fazer proselitismo político e de fato assumisse as rédeas do sindicato dos trabalhadores da construção civil teríamos de fato a real estatística das mortes ( e que não são poucas) nas obras de Belém.

Até porque, de outro lado, as empresas de construção civil estão muito bem organizadas e representadas nas principais esferas do poder.

Seja no CREA, porque nada contribui para a melhorar este quadro e ainda diz que sua tarefa é controlar somente os profissionais.

Seja na Câmara Municipal, onde o Vereador gervásio Morgado não faz questão de esconder seu lado na ampliar o gabarito de construção de todas as áreas de nossa cidade.

Seja no Poder Público Municipal que aprova tudo que vem com o aval das empreas e que não oxigena a SEURB para melhorar a qualidade da fiscalização preventiva e de acompanhamento.

Tenho certeza que a sociedade não é contra que se construam novos prédios em nossa cidade.

Mas gostaria que este crescimento fosse sustentado e que se respeitasse as questões climáticas, em especial as casos dos espigões na Pedro Álvares Cabral de frente para a orla formando uma barreira a entrada da ventilação na cidade.

E que a Promotoria de meio Ambiente fizesse um Termo de Ajuste de Conduta entre empresas, sindicato e poder público a fim de tirar soluções a curto, médio e longo prazo, evitando que novas vidas se vão.