segunda-feira, 17 de maio de 2010

BASTIDORES – Assessores e o suposto nepotismo

A carta-denúncia enviada ao Conselho Nacional do Ministério Público relaciona ainda parte do elenco de assessores do Ministério Público Estadual que, supostamente, seriam beneficiários do nepotismo cruzado. A denúncia de suposto envolvimento com a prática do nepotismo cruzado é desmentida categoricamente, no que a eles diz respeito, por Charles Alcântara, servidor de carreira da Sefa, a Secretaria de Estado da Fazenda; pelo advogado e professor Edilson Batista de Oliveira Dantas; e por Fernando Maroja Silveira e Karla Maria Haber Tancredi, os dois últimos assessores do Ministério Público Estadual.
Na relação de supostos beneficiários do nepotismo cruzado figuram na carta-denúncia os seguintes nomes:

Carmem Silva Oliveira Barbalho, suposta parente do ex-governador Jader Barbalho, deputado federal e presidente regional do PMDB no Pará, “alvo de inúmeras denúncias (algumas devendo ser investigadas pelo MPE)”;
Celina Coelho Cativo, filha da Tereza Cativo, ex-secretária de Estado nos governos Almir Gabriel e Simão Jatene, do PSDB, assessora de carreira do TJ;
Debora Franco Amoras, esposa de Charles Alcântara, ex-chefe da Casa Civil do governo Ana Júlia Carepa;
Fernando Maroja Silveira, supostamente sobrinho do presidente do TRE, o Tribunal Regional Eleitoral, desembargador João Maroja, parentesco que ele desmente enfaticamente;
Katia Jordy Figueiredo, irmã do deputado estadual Arnaldo Jordy Figueiredo. Segundo a carta-denúncia, fez concurso para o interior e antes de findo seu estágio probatório veio para a capital e alguns meses depois foi nomeada assessora. De acordo com a denúncia, o edital do concurso de 2004 não permitia relotações entre os pólos. Fontes ligadas a Jordy descartam a suspeita, salientando que Kátia é concursada e pavimenta sua trajetória profissional com méritos próprios;
Karla Maria Haber Tancredi, identificada na carta-denúncia como suposta “sobrinha do principal assessor da governadora (Ana Julia Carepa) em questões de terra e notório incentivador e mentor do MST, da FETAGRI e da FETRAF, instituições alvo de investigações do MPE”. Ela desmente, categoricamente, o suposto parentesco. Karla não é servidora concursada do Ministério Público Estadual, mas debita à sua competência profissional ocupar o cargo comissionado de assessora;
Luciana Andrea Dantas Rodrigues, filha do professor Edilson Dantas, ao qual é atribuída a condição de assessor do TJ, versão que ele desmente de forma eloquente;
Marcia Virginia Valle Rath, nora de Edson Franco e filha do ex-gerente do Unibanco Cornélio Rath;
Regeane Andreza Araújo de Brito Nobre, identificada como suposta cunhada do desembargador Milton Nobre, do qual, na verdade, seria nora, de acordo com comentário anônimo feito no blog, no qual é identificada como uma servidora competente;
Sergio Hailton da Silva Duarte, primo do ex-procurador geral de Justiça, Manoel Santino;
Vera Lucia Marques Tavares, ex-secretária estadual de Segurança Pública e assessora de Planejamento Organizacional da Procuradoria Geral de Justiça. Estaria à disposição do deputado estadual Arnaldo Jordy, líder do PPS na Assembléia Legislativa do Pará. Versão que fontes ligadas ao parlamentar desmentem, sublinhando que ela apenas assessorou informalmente, pela sua própria experiência como secretária de Segurança Pública, a CPI da Pedofilia da Assembléia Legislativa do Pará.

2 comentários :

Anônimo disse...

O nepotismo é total.
O irmão do procurador Geraldo Magela está no gabinete do Desembargador Leonardo Tavares e o sobrinho do Desembargador estava no gabinete do procurador.
A irmão do Ophir Cavalcante da OAB também está "pendurada" no Ministério Público.
A tal "câmara técnica" é como coração de mãe, ali cabem todos.

Anônimo disse...

Barata,
Será que a carta-denúncia foi entregue ao CNMP? Estava pensando aqui que seu autor deve ter encontrado diversos outros casos que deveriam ter sido arrolados. O CNMP acaba dificultando a própria missão já que não aceita denúnia anônima. Imagina qual vai ser o *escravo* servidor do MP que vai ter coragem de enfrentar *o chicote* a ira do PGJ. Tenho muita pena dos servidores deste órgão. Como advogado militante e frequentador do MPE/PA vejo quanta insatisfação, constrangimento, descontentamento daqueles que fazem o órgão ministerial realmente funcionar...