Cadáveres de vítimas da chacina de Belém, que deixou 11 mortos. |
Chacina de Icoaraci, em frente ao Ipamb: execução de quatro jovens. |
O secretário de Segurança, aparentemente,
precisa ser apresentado ao Pará real. Assim o general Jeannot Jansen descobrirá
que o sucateamento da segurança pública no Estado embute um efeito perverso e
frequentemente letal para o cidadão anônimo e pobre, ainda que pontualmente
possa atingir os filhos da classe média. Do sucateamento da segurança pública deriva
uma promíscua relação de setores da própria polícia com a bandidagem, atando, pela
mesma violência, bandidos à paisana, policiais ou não, a bandidos fardados,
travestidos de PMs, como evidenciam as chaninas de Icoaraci, em 2011, e de
Belém, em 2014.
A chacina de Icoaraci ocorreu na noite de 9
de novembro de 2011. Os seis
adolescentes que estavam em frente ao Ipamb, o Instituto de Previdência de Belém,
na rua Júlio Maria, em Icoaraci, foram executados com tiros na cabeça
por dois homens que chegaram em uma motocicleta. Cinco deles morreram na hora e
um a caminho do hospital.
A chacina de Belém, que deixou 11 mortos, se deu entre a noite do dia 4 de novembro de 2014, e a madrugada do
dia 5, em uma matança indiscriminada, concentrada principalmente nos bairros da
Terra Firme, Guamá, Jurunas e Sideral. O estopim para as execuções foi o
assassinato, na noite de 4 de novembro do ano passado, do cabo da PM Antônio Marcos
Figueiredo, o Pet, que comandava um grupo de extermínio. A matança chocou a
opinião pública e foi corajosamente repercutida na Alepa, a Assembleia
Legislativa do Pará, pelos deputados Edmilson Rodrigues (PSol), hoje deputado
federal, e Carlos Bordalo (PT), reeleito, que integraram a CPI das Milícias.
Foram indiciados, por homicídio omissivo, 14 PMs, mas nenhuma devassa foi
aprofundada para apurar a conivência do
alto escalão da oficialidade da Polícias Militar com o crime organizado, capaz de permitir ao cabo Pet comandar impunemente um grupo de extermínio.
Nenhum comentário :
Postar um comentário