Cacaio e o time do Remo: tropeço não obscurece as recentes conquistas. |
Passado o emocionalismo que costuma
acompanhar a derrota, apesar do Cuiabá ter revertido a vantagem azulina,
conquistando a ambicionada Copa Verde, o time do Clube do Remo retorna a Belém conservando
na bagagem o mais importante título obtido na atual temporada – o de campeão da
superação. O título da Copa Verde, passaporte para a Copa Sul-Americana, seria
a materialização do inimaginável, diante das notórias limitações da equipe
azulina, ainda que a sucessão de vitórias recentes tenham deixado o torcedor
remista sob uma atmosfera de euforia que contagiou a crônica esportiva, em um
êxtase antecipado que retroalimentou um otimismo temerário. A goleada de 4 a 1
sobre o Cuiabá em Belém, no jogo de ida, foi um resultado algo atípico, tanto
quanto algo atípico foi o 5 a 1 sofrido na partida de volta. À parte a inevitável
frustração momentânea, o tropeço na Arena Pantanal está distante, bem distante,
daquelas tragégias futebolísticas. Apenas sinaliza que a equipe azulina chegou
ao limite da sua comovente capacidade de superação. É hora de começar de novo.
Com a garra revelada até aqui.
Por isso, os jogadores remistas, juntamente
com a comissão técnica, merecem ser recebidos, no seu retorno a Belém, com respeito pela torcida azulina. Respeito, muito respeito, é o que se deve a esse
grupo que não desdenhou da paixão do torcedor e, por este, deu o melhor de si,
apesar do cotidiano de vicissitudes impostas pelos salários atrasados, superando
adversidades colossais para obter triunfos históricos. Em um espaço de duas
semanas, este mesmo time, contra todas as expectativas, reverteu a vantagem do
Paysandu e classificou-se para a final da Copa Verde, venceu o segundo turno do
Campeonato Estadual, derrotando novamente o arquirrival, e conquistou o título
de campeão paraense de 2015 diante do Independente, que chegara na decisão
credenciado por uma memorável campanha no primeiro turno. Com essas conquistas, o Leão Azul garantiu vaga nas copas do Brasil e Verde de 2016. Não foi pouco. Não é
pouco. Principalmente e sobretudo pelas circunstâncias sob as quais se deu essa
sucessão de vitórias.
O que espera-se agora, particularmente dos
dirigentes azulinos, é um mínimo de bom senso para, ouvido o técnico Cacaio, definirem
os reforços necessários ao Clube do Remo para a disputa da série D, primeiro
passado para a série C, mirando naturalmente no retorno à série B, ante-sala da
elite do Campeonato Brasileiro. Este é o desafio mais imediato com o qual se
defronta a cartolagem remista, sob a qual ainda recai a responsabilidade de
compatibilizar a ambição com o financeiramente possível, exigência que
recomenda fugir dos estelionatários do futebol, travestidos de empresários de
jogadores.
Quanto a apaixonada torcida azulina, esta
jamais faltará, pelo menos enquanto, em campo, o time do Leão Azul mantiver a
postura guerreira que fez o Clube do Remo conquistar o mais importante título
da atual temporada – o de campeão da superação.
Um comentário :
Limite da empáfia e da soberba vc quer dizer não é Barata?
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