SOB CENSURA, POR DETERMINAÇÃO DOS JUIZES TÂNIA BATISTELO, JOSÉ CORIOLANO DA SILVEIRA, LUIZ GUSTAVO VIOLA CARDOSO, ANA PATRICIA NUNES ALVES FERNANDES, LUANA SANTALICES, ANA LÚCIA BENTES LYNCH, CARMEN CARVALHO, ANA SELMA DA SILVA TIMÓTEO E BETANIA DE FIGUEIREDO PESSOA BATISTA - E-mail: augustoebarata@gmail.com
sábado, 30 de maio de 2015
SEGURANÇA – Protesto pelas vítimas da violência
Com concentração prevista para 8 horas,
na escadinha do cais do porto localizada nos fundos da Estação das Docas, está
prevista para a manhã deste domingo, na Praça da República, um ato público de
protesto contra a escalada da criminalidade no Pará e, particularmente, em
Belém. A manifestação também servirá para uma homenagem póstuma aos jovens
universitários Lucas Costa, 19 anos, e Lucas Batuvelicius, 23 anos, brutalmente
assassinados a tiros na madrugada de sábado passado, 23, e na noite da última segunda-feira,
25.
O protesto deste domingo, 31, sucede o ato
público realizado neste sábado, 30, no conjunto Júlia Seffer, em homenagem à
memória da menina Karoline Ribeiro, de apenas oito anos. A criança foi morta
durante um tiroteio ocorrido no rastro da tentativa de assalto em uma festa de
aniversário, na noite de sábado passado, 23.
GREVE - Morte de professor é relacionada a desconto
A morte do professor Aldyr Araújo Júnior,
que teve destacada participação nos movimentos em defesa da categoria, é
relacionada pelos seus colegas ao estresse provocado pelo desconto pelos dias
parados imposto pelo governo Simão Jatene, diante da greve dos professores da
rede pública estadual de ensino. A revelação é feita pela versão on-line do Diário do Pará, ao registrar o
falecimento de Aldyr Araújo Júnior, vítima de um infarto fulminante na manhã
deste sábado, 30, segundo o jornal.
“Colegas de
trabalho afirmam que ele (Aldyr Araújo Júnior) passou mal após ficar extremamente irritado com o
desconto no contracheque, passando a noite sob forte estresse”, assinala a
notícia do DOL, o Diário On-Line. Aldyr Araújo
Júnior lecionava na escola Pedro
Amazonas Pedroso, acrescenta a notícia.
SEGURANÇA – A desfaçatez do governador
![]() |
Simão Jatene: depois do covarde silêncio, a declaração graciosa. |
Insuperável em matéria de desfaçatez, desta
vez o governador tucano Simão Jatene extrapolou os limites toleráveis.
Confrontado com a escalada da violência que
tornou a população de Belém refém do medo e chegou ao paroxismo nas últimas
semanas, primeiramente Jatene manteve-se covardemente silente, escalando como
porta-voz do cinismo oficial o secretário de Segurança, general Jeannot Jansen,
o forasteiro de quepe, capaz de se perder em Belém, se sair sozinho.
Quando enfim se dignou a comentar o
morticínio diário, o governador exacerbou a indignação popular, expressa subliminarmente
pelo internauta ao reproduzir a declaração de Jatene, que nas atuais
circunstâncias soa a deboche: "É
importante que a população também tenha uma mudança cultural, como evitar
lugares com grandes aglomerações, festas até tarde da noite, enfim, tudo isso
já ajuda a diminuir os casos de violência."
SEGURANÇA – Jatene e o constrangedor repúdio
Diante deste cenário, não surpreende o
constrangedor coro - engrossado pelos professores da rede pública estadual de
ensino, em greve há mais de dois meses por melhores salários e condições de
trabalho – com o qual foi recepcionado o governador tucano Simão Jatene nesta
última sexta-feira, 29, na abertura da XIX Feira
Pan-Amazônica do Livro, conforme ilustra o vídeo acima.
SEGURANÇA – O temor de uma (nova) injustiça
Mantida pelo juiz
Flávio Sánchez Leão, da 1ª Vara de Inquéritos Policiais e Medidas Cautelares, a
prisão de Paulo Francisco Martins Costa, 26, e Matheus Eduardo Carvalho de
Moraes, 20, requer uma apuração com rigorosa isenção, da qual a polícia e o
Judiciário são notoriamente carentes no Pará. Paulo Francisco Martins Costa e Matheus
Eduardo Carvalho de Moraes são os dois novos suspeitos da morte do
universitário Lucas da Silva Costa, 19, liquidado friamente com um tiro na
cabeça na madrugada de sábado passado, 23. Ambos foram reconhecidos por
testemunhas, mas parentes e vizinhos asseguram que na hora do crime os dois
jovens jogavam videogame, o que justificou um protesto em frente à Delegacia de
Homicídios, a quando da detenção dos novos suspeitos, que se somaram a dois
outros dois suspeitos também detidos.
Chama atenção e merece um inquestionável
esclarecimento a grave denúncia feita pela defesa de Paulo Francisco Martins Costa e Matheus Eduardo Carvalho de Moraes,
segundo a qual dois adolescentes - D. G. da S., de 17 anos, e D. da F. da S.,
de 14 anos – teriam confessado a autoria do assassinato do universitário Lucas
da Silva Costa. Por isso, alega a defesa dos dois suspeitos mantidos presos por
decisão do juiz Flávio Sánchez Leão, a acusação a eles feita vem tisnada pela
arbitrariedade e truculência que habitualmente comprometem a credibilidade das
investigações policiais.
SEGURANÇA – Precedentes justificam dúvidas
As dúvidas sobre a procedência da acusação
feita a Paulo Francisco Martins Costa e Matheus Eduardo
Carvalho de Moraes, apesar do eventual reconhecimento de testemunhas, se
justificam pelos precedentes de iniquidades da polícia, coonestadas pelo
Judiciário.
Convém
recordar, a propósito, o drama pelo qual passaram, em 2013, Carlos
Eduardo Nunes de Melo e Laércio Augusto Gurjão Fernandes, presos
juntamente com Merian Ribeiro Formento e Ronny Ewerton Santos da Silva, todos
aspirantes da Polícia Militar. Os quatro foram presos sob a acusação de
participarem da execução de um suspeito de ter assaltado a casa da aspirante da
PM Merian Ribeiro Formento, também com base no reconhecimento de testemunhas,
que o desdobramento das apurações revelou equivocadas.
“Infelizmente, Laércio (Augusto Gurjão Fernandes) e Carlos Eduardo (Nunes de
Melo), entraram nessa história, por conta de uma foto. Chega a ser
cômico: uma foto tirada em uma confraternização da academia!”, desabafou, na
ocasião, Rachel Santos, noiva de Carlos Eduardo Nunes de Melo, que, a
exemplo de Laércio Augusto Gurjão Fernandes, provou sua inocência.
Até que fosse comprovada a inocência de ambos, os aspirantes da Polícia Militar
presos amargaram as ignomínias do presídio, com o aval da Justiça.
SEGURANÇA – Denúncia exige rigorosa apuração
Por isso, exige uma rigorosa apuração a
grave denúncia feita pela defesa de Francisco Martins
Costa e Matheus Eduardo Carvalho de Moraes, segundo a qual dois adolescentes -
D. G. da S., de 17 anos, e D. da F. da S., de 14 anos – teriam confessado a
autoria do brutal assassinato do universitário Lucas da Silva Costa, mas não
foram incluídos no ato de reconhecimento pelas testemunhas. Confirmada a
procedência da denúncia, obviamente caberá também apurar, com igual rigor, o
porquê da eventual precipitação policial e quem a ela deu causa.
O que não cabe, nisto tudo, é esquecer,
desconhecer e enterrar como indigente tão grave denúncia. Isto representaria
coonestar o açodamento do governo Simão Jatene que, na ausência de medidas eficazes
para inibir a escalada da violência, pressiona a polícia por um esclarecimento
ágil sobre o assassinato do universitário Lucas da
Silva Costa, preocupado prioritariamente em aplacar a indignação popular.
Quando um
governo sobrepõe interesses menores, como preservar-se do desgaste político, a
efetiva preocupação com a segurança da população, escancara-se a porteira para
a injustiça. E os jovens suspeitos, Francisco Martins Costa e Matheus Eduardo Carvalho
de Moraes, cuja prisão foi mantida pelo juiz Flávio Sánchez Leão, podem estar
sendo vítimas de uma injustiça, no rastro da marcha da insensatez protagonizada
pelo governador tucano Simão Jatene.
SEGURANÇA – A PM e o desperdício do pouco
![]() |
A PM negligencia a segurança pública, deslocando viaturas para... |
![]() |
...monitorar o pacífico protesto contra o ajuste fiscal do governo. |
Quem acompanhou as manifestações contra o
ajuste fiscal do governo Dilma Rousseff que marcaram a manhã desta última
sexta-feira, 29, em Belém, observou, pasmo, a Polícia Militar desperdiçar o
pouco que ainda oferece à população em termos de segurança pública. Na passeata
que saiu de São Braz rumando para a Praça da República, leitora do Blog do Barata
contabilizou, registrando com fotos a lambança, pelo menos cinco
viaturas da PM acompanhando a manifestação, em lugar de dar combate a escalada
da criminalidade que atormenta Belém.
O episódio evidencia que o governo Simão
Jatene ainda consegue subtrair do pouco que oferece à população, que o sustenta
como contribuinte, em termos de segurança pública, como se manifestantes pacíficos pudessem ser confundidos com bandidos.
DEBOCHE – A lambança da primeira-filha
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Na reprodução de página do Diário do Pará, a foto de Izabela Jatene, ao ser presa pela PF. |
Deboche maior, se verdadeira a notícia, só
mesmo escalar a primeira-filha, Izabela Jatene, para falar sobre “Cultura da
paz”, na XIX Feira Pan-Amazônica do Livro. O que de mais
notável Izabela Jatene ostenta no currículo é ter sido presa por crime
eleitoral pela Polícia Federal, em 1998, juntamente com o marido, Ricardo Augusto Garcia de Souza. O distinto casal
foi flagrado com 20 mil cestas básicas que seriam distribuídas pela campanha do então governador Almir Gabriel, candidato à reeleição pelo PSDB. A campanha de Almir
Gabriel era coordenada pelo atual governador, Simão Jatene, na época a
eminência parda do governo tucano no Pará, e as cestas básicas eram estocadas
em um armazém da empresa de Flexa Ribeiro, empresário que hoje é senador pelo
PSDB.
Depois disso, Izabela Jatene foi flagrada em um telefonema comprometedor, no qual solicitava ao subsecretário de Receitas da Secretaria da
Fazenda do Pará, Nilo Noronha, a lista das 300 maiores empresas do Estado. “Consegue pra mim? Manda pro meu e-mail?”, indagava
Izabela, que, a seguir, justificava candidamente o porquê do pedido: “Vamos
começar a buscar esse dinheirinho deles, né?”. A resposta de Nilo Noronha:
“Claro. Qual é o teu e-mail?”. O diálogo ocorreu entre
abril e maio de 2011, poucos meses depois de Jatene assumir pela segunda vez o
governo do Pará, e foi grampeado por acaso, com autorização da Justiça, na
esteira das investigações sobre um sequestro no qual estava envolvido Gilson
Silva de Almeida, gerente de uma fazenda de Nilo Noronha, no
município de Castanhal.
De resto, de obscura professora universitária, Izabela Jatene ganhou
notoriedade na esteira da ascensão política do ilustre pai. Ela já comandou a
fundação Pro Paz, criada inicialmente como um programa social destinado a crianças
e adolescentes carentes. Este ano foi nomeada para a Secretaria Extraordinária
de Integração de Políticas Sociais. A secretaria foi criada menos de três meses
depois de Jatene obter a aprovação de uma reforma para supostamente enxugar a
máquina administrativa estadual.
PROTESTO – Auditores fiscais defendem paralisação
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Auditores fiscais da Receita Federal no Pará: repúdio ao ajuste fiscal. |
Desligar os computadores da Receita Federal
por tempo indeterminado, a partir de 8 de junho; a entrega dos cargos de
chefia, com o compromisso, firmado em carta, de nenhum servidor vir a assumi-los,
até o desfecho da mobilização; e a aprovação de uma carta, expressando nacionalmente
a posição da categoria diante das recentes medidas de arrocho do governo Dilma Rousseff.
Estas foram as propostas que os auditores fiscais da Receita Federal no Pará
decidiram, em assembleia geral realizada nesta última sexta-feira, 29,
encaminhar à direção nacional do movimento da categoria, em repúdio ao ajuste
fiscal anunciado pelo Palácio do Planalto.
A assembleia geral dos auditores fiscais
marcou a paralisação de quatro horas promovida pela categoria, em repúdio ao
ajuste fiscal anunciado pelo governo Dilma Rousseff, em um movimento que ainda
inclui reivindicações específicas desse segmento. Os auditrores fiscais também
reivindicam o realinhamento salarial, a
valorização da carreira e da Receita Federal.
quinta-feira, 28 de maio de 2015
SEFA – Nilo, o do “dinheirinho”, é o novo secretário
![]() |
Nilo Noronha, o interlocutor de Izabela Jatene, vai comandar a Sefa. |
Subsecretário de Receitas, Nilo Rendeiro de Noronha
é o nome ungido pelo governador tucano Simão Jatene como o novo secretário da
Fazenda.
Nilo ganhou notoriedade ao ser flagrado em um diálogo comprometedor com
Izabela Jatene, a filha do governador, que comandava a fundação Pro Paz antes
de ser nomeada pelo pai para a Secretaria Extraordinária de Integração
de Políticas Sociais. A secretaria foi criada menos de três meses depois de
Jatene obter a aprovação de uma reforma para supostamente enxugar a máquina
administrativa estadual.
No diálogo comprometedor, Izabela
solicitava ao subsecretário de Receitas a lista das 300 maiores empresas do
Estado. “Consegue pra mim? Manda pro
meu e-mail?”, indagava Izabela, que, a seguir, justificava candidamente o porquê
do pedido: “Vamos começar a buscar esse dinheirinho deles, né?”. A
resposta servil de Nilo: “Claro. Qual é o teu e-mail?”.
Postado por
Augusto Barata
às
21:41
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SEFA – Diálogo suspeito foi grampeado por acaso
O suspeito
diálogo ocorreu entre abril e maio de 2011, poucos meses depois de Simão Jatene
iniciar seu segundo mandato como governador do Estado, conforme revelou o Diário do Pará, ao denunciar o telefone
comprometedor, disponibilizado pela versão online do jornal. Segundo ainda
revelou o Diário, o telefonema de
Izabela Jatene para Nilo Rendeiro de Noronha foi grampeado por acaso. De acordo
com o jornal, a Polícia Civil investigava o sequestro de um empresário,
ocorrido em 31 de março de 2011, no município de Mãe do Rio, e um dos
integrantes do bando, Gilson Silva de Almeida, era gerente de uma fazenda de
Nilo, no município de Castanhal.
Com
autorização do juiz da comarca, explicou o Diário
do Pará, os telefones dos sequestradores e daqueles para quem ligavam foram
grampeados. “Quando Gilson ligou para o patrão, fez com que o celular de Nilo
acabasse também grampeado, sem que, naquele momento, a polícia soubesse de quem
se tratava”, acrescentou o jornal, na época.
Nunca foi esclarecido como Nilo Noronha
mantinha como gerente de sua fazenda, e portanto como um funcionário da sua
confiança pessoal, um bandido. E nem o porquê de ter sido ocultado o telefonema comprometedor de Izabela Jatene para Nilo Rendeiro de Noronha, vazado mais de três anos depois do grampo feito com autorização judicial.
SEGURANÇA – Esfarinhadas falácias de Jatene
“O problema é que o governo do Pará assumiu
a política de tampar o sol com a peneira e não assumir, diante da população,
que o Pará se converteu em um dos Estados mais violentos do Brasil. E o Mapa da
Violência fala isso, que é um dos mais violentos e que tem de tomar medidas
muito extremas que não são tomadas neste momento.” A declaração é do sociólogo
Júlio Jacob Waiselfisz, em entrevista publicada na edição desta quinta-feira,
28, do Diário do Pará, na qual
esfarinha as falácias do governador tucano Simão Jatene e seus áulicos, que
tentam minimizar a gravidade da escalada da criminalidade no Pará.
A entrevista de Júlio Jacob Waiselfisz é
leitura obrigatória, diante do morticínio levado ao paroxismo – no Pará e,
particularmente, em Belém - e que causa indignação na opinião pública, agravada pelos recentes assassinatos, nos últimos dias, de dois jovens universitários,
de 19 e 23 anos, respectivamente, e de uma criança de apenas oito anos. Waiselfisz
trata da escalada da criminalidade no Pará com a autoridade de quem é o
coordenador do Mapa da Violência, por ele elaborado desde 1998 e cuja última
atualização pode ser acessada pela internet, através do link abaixo:
REMO – Gestão compartilha, opção diante da crise
![]() |
Pedro Minowa: crise aplacada, na esteira do acordo com o Condel. |
Uma gestão compartilha, com a participação
ativa de diretores indicados pelo Condel, o Conselho Deliberativo, é a
alternativa negociada para aplacar a crise na qual submergiu o Clube do Remo,
com o afastamento temporário do presidente, Pedro Minowa, na esteira de graves
suspeitas de improbidade na sua administração. Reconduzido ao cargo por força
de uma liminar obtida na Justiça, Minowa acatou a alternativa proposta por
setores do Condel, o que explica a reunião da qual participou nesta última
quarta-feira, 27, com dois integrantes do Conselho Deliberativo azulino, Manoel
Ribeiro, presidente, e Sérgio Zumero. Como um gesto de boa vontade, o Condel
decidiu não recorrer da liminar que reconduziu Minowa ao cargo, optando por
aguardar pelo desfecho do contencioso travado na Justiça, por iniciativa do
presidente azulino.
Por seu perfil algo abúlico, que o deixa à
mercê do círculo de assessores mais próximos, a expectativa é no sentido de
saber se Minowa honrará o armistício selado com o Condel. “Esta solução
certamente preserva os interesses do clube, desde que o acordado seja cumprido
pelo presidente”, avalia uma liderança histórica do Clube do Remo, em off, para
ser poupado da acusação de estimular o clima de cizânia. E abortar, ou pelo
menos aplacar a atmosfera de desunião, inclusive para não prejudicar o Remo na
disputa da série D do Campeonato Brasileiro, foi o argumento que sensibilizou a
maioria dos integrantes do Condel diante da proposta de gestão compartilhada,
acatada por Minowa.
REMO – Desempenho do time pode ajudar Minowa
Entre lideranças históricas do Clube do
Remo a avaliação é de que, se a alternativa de gestão compartilhada for
efetivamente acatada por Minowa, sepultando assim os riscos de uma gestão
temerária, são grandes as possibilidades de ser preservado o mandato do
presidente, o primeiro eleito pelo voto direto dos associados. Neste exato
momento, na esteira da perspectiva de uma relação mais harmoniosa com o Condel,
com a participação deste na administração do clube, o presidente remista tem
grandes chances de preservar seu mandato, avaliam ainda cardeais azulinos.
Mas outro fator, este caro ao torcedor
azulino, poderá dar novo fôlego a Pedro Minowa, como presidente do Remo.
Trata-se do desempenho do Leão Azul na série C do Campeonato Brasileiro. “Se o
Remo se sair bem na série C, obviamente isso contará pontos a favor do presidente,
pelo menos para efeito de consumo externo”, admite uma fonte, observando que a
democratização do estatuto acabou por trazer a apaixonada torcida azulina para
dentro do clube. “E a torcida, porque movida pela paixão, pelo emocionalismo, é volúvel”, acrescenta a mesma
fonte.
REMO – Entenda os bastidores do imbróglio
A gestão compartilhada, como alternativa
para aplacar a crise na qual submergiu o Clube do Remo é, a priori, saudável.
Desde que o acordado seja cumprido por Pedro Minowa, que se revelou, até aqui,
um presidente algo abúlico e, por isso, frequentemente omisso. Quando assumiu
as responsabilidades do cargo, o fez de uma forma precipitada. Desse explosivo
coquetel resultaram as graves suspeitas de improbidade que pontuam sua
administração, em uma cenário que sugere uma gestão temerária.
Em tese, pela possibilidade do Condel, o
Conselho Deliberativo, pinças nomes respeitáveis, de credibilidade e efetivamente
comprometidos com os interesses do clube, a opção pela gestão compartilhada descortina
perspectivas animadoras para o Remo. Dependendo, naturalmente, da determinação
de Minowa em realmente acatar a partilha do poder. Até aqui, segundo
recorrentes relatos, ele se revelou uma caixa-preta como interlocutor.
Eufemismos à parte, isso significa dizer que os antecedentes não credenciam
Minowa como um interlocutor confiável. Esses mesmos relatos sublinham que não
faltaram apelos, ponderações, advertências, para ele bem gerir os interesses do
Remo, que Minowa ouviu sem aparentemente objetar, mas aos quais não acatou. Por
isso, possivelmente, o ceticismo por parte de parcela de alguns cardeais
azulinos. Não por acaso, o advogado Antônio Carlos Pinheiro Teixeira, uma liderança
histórica do Remo, descartou, a priori, a possibilidade de vir a assumir o
Departamento de Futebol azulino.
Mas o ceticismo em torno da alternativa da
gestão compartilhada não deriva, apenas e tão-somente, da parca credibilidade
de Pedro Minowa. O precedente histórico não é exatamente animador. Em 2004,
quando o Remo foi rebaixado para a série C, o médico Ubirajara Salgado, um
respeitável grande benemérito do clube, protagonizou uma gestão compartilhada
com Ronaldo Passarinho Pinto de Souza, o ex-deputado que fez carreira política
turbinado pelo status de sobrinho dileto e fiel escudeiro do ilustre tio, o
coronel Jarbas Passarinho, uma liderança revelada pela ditadura militar. A
experiência, naquelas circunstâncias, revelou-se tão desastrosa que, para a
imprensa, Ronaldo Passarinho Pinto de Souza assumiu a responsabilidade pelo
rebaixamento do Remo, em entrevista concedida a O Liberal. Com isso, poupou para a posteridade, de alguma forma, Ubirajara
Salgado, um dirigente com relevantes serviços prestados ao clube e que como
presidente destacou-se pela conquista do tricampeonato estadual obtido com os títulos de 1989,1990 e
1991.
A história, dizem, só se repete como farsa.
Se assim for, resta aos azulinos torcerem para que, no caso da gestão
compartilhada, o Remo possa ser a exceção à regra.
quarta-feira, 27 de maio de 2015
SEGURANÇA – Omissão e inépcia turbinam crise
![]() |
Simão Jatene: descaso diante do sucateamento da segurança pública. |
Um governador omisso, que terceiriza
responsabilidades intransferíveis e insiste em escamotear os problemas com o
estelionato midiático. Um secretário sem afinidades com o cargo, que exige
intimidade com as idiossincrasias do aparelho policial e para o exercício do
qual não é suficiente a formação da caserna. Uma polícia desaparelhada, mal
treinada e cujo grosso é pessimamente remunerado. Como corolário disso tudo,
tem-se o sucateamento da segurança pública, agravado nos últimos 20 anos e que
alimenta a escalada da criminalidade, da qual é refém a população indefesa, que
é quem banca, como contribuinte, a farra de privilégio na qual se regalam os
inquilinos do poder.
Estes são os explosivos ingredientes da
crise na segurança pública na qual submergiu o Pará, da qual é reflexo a
sucessão de bárbaros crimes recentemente registrados, na forma de covardes
execuções, fazendo medrar com vigor a indignação na opinião pública. Uma
indignação previsivelmente turbinada pela matança registrada no último fim de
semana, quando foram registrados 41 assassinatos em todo o Pará, 21 dos quais
na Grande Belém, figurando dentre as vítimas dois universitários, de 19 e 23
anos, respectivamente, e uma criança de apenas oito anos, conforme os números
fornecidos pela Polícia Civil.
SEGURANÇA – Jatene herda o caos de si mesmo
O mais grave é que não se vislumbra
perspectivas de uma reversão mínima neste cenário de caos institucionalizado. O
governador tucano Simão Jatene, que herda de si mesmo os problemas agora
enfrentados, perdura pateticamente silente, refugiado no seu habitual lazer
etílico e na folclórica hipocondria. O PSDB, partido de Jatene, monopoliza o
governo do Pará desde 1º de janeiro de 1995, descontado o breve hiato correspondente
ao mandato da ex-governadora petista Ana Júlia Carepa, entre 2007 e 2010. Logo,
não falta ao atual governador conhecimento de causa, porque ele tem intimidade com os
bastidores do poder. Primeiro como eminência parda do ex-governador Almir
Gabriel, que governou de 1995 a 2002. Depois, como governador, eleito em 2002 e
que retornou ao Palácio dos Despachos em 2010, sendo reeleito em 2014. Falta-lhe, isto sim, é determinação política.
Ao longo dos últimos 20 anos, agravou-se o
sucateamento da segurança pública. Não por acaso, a escalada da criminalidade
foi um dos fatores determinantes determinantes para o fracasso eleitoral de
Almir Gabriel em 2006, quando o ex-governador tucano tentou obter um terceiro
mandato, sendo derrotado por Ana Júlia Carepa, do PT, que teve como
estrategista eleitoral o senador Jader Barbalho, o morubixaba do PMDB no Pará.
Inclusive entrou para o folclore político paraense a patética reação de Almir
Gabriel, quando confrontado, no calor da disputa eleitoral, com a onda de
violência em Belém. O ex-governador tucano alegou, na época, que na verdade se
trataria de mera “sensação de insegurança”, decorrente do sensacionalismo da imprensa.
Ironicamente, na oportunidade, um dos coordenadores da campanha de Almir
Gabriel em Belém e sua acompanhante perderam todos os pertences, com exceção do
carro, em uma incursão eleitoral noturna no bairro do Guamá, durante a qual foram assaltados.
SEGURANÇA – O descaso e o escárnio do general
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General Jeannot Jansen, o porta-voz da desfaçatez de Simão Jatene. |
De lá para cá a situação só se deteriorou.
Charlando, inclusive no exterior, Simão Jatene seguiu desdenhando da crise na
segurança pública, aparentemente apostando na eficácia do estelionato
publicitário, comandado por Orly Bezerra, o marqueteiro da tucanalha, a banda
podre do PSDB. A expressiva sucessão de homicídios engordou as estatísticas de
mortes violentas, diluídas pelo anonimato das vítimas, o que contribuiu para a
prestidigitação eleitoral, tão cara ao atual governador, por obedecer à máxima
hitlerista segundo a qual a mentira repetida mil vezes torna-se verdade. Daí o idílico Pará vendido pela propaganda oficial, em contraposição ao Pará real, de índices
sociais pífios e do sucateamento da segurança pública levado ao paroxismo.
É emblemática, de todo esse descaso, a
declaração do secretário de Segurança, general Jeannot Jansen, tentando
minimizar o caos da segurança pública no Pará. O general Jansen etiquetou de “atípico”
o recente fim de semana, quando foram registrados 41 assassinatos em todo o
Pará, dos quais 21 na Grande Belém, aí incluídas as mortes violentas de dois
universitários, de 19 e 23 anos, respectivamente, e de uma criança de apenas
oito anos. Na fala do reino, feita na forma de coletiva à imprensa, o
forasteiro de quepe, importado por Simão Jatene, ilustrou o menosprezo do
governo e sua equipe pela vida de seus concidadãos. A única coisa atípica, no
caso, é o cinismo de corar anêmico do governador tucano Simão Jatene e do
general Jeannot Jansen. Jatene por se abrigar em um covarde mutismo, mais
preocupado em se poupar de um eventual desgaste político do que com a vida da
população indefesa. E o general Jansen por tisnar sua biografia militar, ao
prestar-se a porta-voz da desfaçatez oficial.
SEGURANÇA – Bandidagem à paisana e fardada
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Cadáveres de vítimas da chacina de Belém, que deixou 11 mortos. |
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Chacina de Icoaraci, em frente ao Ipamb: execução de quatro jovens. |
O secretário de Segurança, aparentemente,
precisa ser apresentado ao Pará real. Assim o general Jeannot Jansen descobrirá
que o sucateamento da segurança pública no Estado embute um efeito perverso e
frequentemente letal para o cidadão anônimo e pobre, ainda que pontualmente
possa atingir os filhos da classe média. Do sucateamento da segurança pública deriva
uma promíscua relação de setores da própria polícia com a bandidagem, atando, pela
mesma violência, bandidos à paisana, policiais ou não, a bandidos fardados,
travestidos de PMs, como evidenciam as chaninas de Icoaraci, em 2011, e de
Belém, em 2014.
A chacina de Icoaraci ocorreu na noite de 9
de novembro de 2011. Os seis
adolescentes que estavam em frente ao Ipamb, o Instituto de Previdência de Belém,
na rua Júlio Maria, em Icoaraci, foram executados com tiros na cabeça
por dois homens que chegaram em uma motocicleta. Cinco deles morreram na hora e
um a caminho do hospital.
A chacina de Belém, que deixou 11 mortos, se deu entre a noite do dia 4 de novembro de 2014, e a madrugada do
dia 5, em uma matança indiscriminada, concentrada principalmente nos bairros da
Terra Firme, Guamá, Jurunas e Sideral. O estopim para as execuções foi o
assassinato, na noite de 4 de novembro do ano passado, do cabo da PM Antônio Marcos
Figueiredo, o Pet, que comandava um grupo de extermínio. A matança chocou a
opinião pública e foi corajosamente repercutida na Alepa, a Assembleia
Legislativa do Pará, pelos deputados Edmilson Rodrigues (PSol), hoje deputado
federal, e Carlos Bordalo (PT), reeleito, que integraram a CPI das Milícias.
Foram indiciados, por homicídio omissivo, 14 PMs, mas nenhuma devassa foi
aprofundada para apurar a conivência do
alto escalão da oficialidade da Polícias Militar com o crime organizado, capaz de permitir ao cabo Pet comandar impunemente um grupo de extermínio.
SEGURANÇA – O comprometedor desvio de função
De resto, perdura
incólume, na Polícia Militar, a prática corrente do desvio de função, que
remete seus quadros para os gabinetes refrigerados de autoridades e políticos,
e até dos barões da comunicação - aí inclusos os Maiorana e os Barbalho -, em detrimento da segurança pública. PMs Maçanetas
dedicam-se, com vantagens salariais, ao ócio remunerado, abrindo e fechando portas,
ou carregando pastas, de autoridades e políticos, nos gabinetes militares da
Alepa, do TJ, o Tribunal de Justiça, do MPE, o Ministério Público Estadual, e
nos tribunais de Contas, do Estado e dos Municípios do Pará. A segurança do
contribuinte, à mercê da escalada da criminalidade, que se dane!
E como, no geral, as
polícias Civil e Militar remuneram mal seus escalões inferiores, também perdura incólume a venda de
proteção por policiais, civis e militares. E tem mais: a segurança dos pequenos
estabelecimentos comerciais, quando feitas por autônomos, depende do agenciamento de
policiais, civis ou militares. Sem isso, mesmo contratando seguranças
autônomos, os pequenos comerciantes permanecem vulneráveis diante da ação da
bandidagem. Não surpreende, assim, que os veículos das polícias Civil e Militar sejam, por assim dizer, verdadeiras caixas coletoras de óbulos compulsórios.
SEGURANÇA – O risco da precipitação policial
![]() |
Protesto na Delegacia de Homicídios: o risco da precipitação policial. |
O morticínio registrado neste último fim de
semana também fez emergir mais um risco letal para a população de baixa renda,
entregue ao Deus-dará pelo governador tucano Simão Jatene. Pressionada pelo
governador, ávido por dar uma resposta capaz de aplacar a indignação da opinião
pública, ecoada pela grande imprensa, a polícia pode estar resvalando
perigosamente para o atalho da precipitação, pavimentado pela arbitrariedade e
truculência que historicamente vitimam o cidadão de parca ou nenhuma posse.
Isto é o que sinaliza o protesto que reuniu
cerca de 60 humildes manifestantes em frente a Delegacia de Homicídios, na
avenida Magalhães Barata com a travessa Castelo Branco, na noite desta última terça-feira, 26. Na ocasião, familiares e vizinhos protestaram contra a
detenção de Paulo Francisco Martins Costa, 26 anos, e Mateus Eduardo Carvalho
de Moraes, 20, dois outros suspeitos do assassinato do universitário Lucas
Silva da Costa, de 19 anos. Vítima de assalto, Lucas foi morto com um tiro na
cabeça na madrugada de sábado, 23, em um posto de gasolina localizado na avenida Almirante Barroso, próximo da travessa
Angustura, no bairro do Marco. Familiares e vizinhos de Paulo e Mateus afirmam
que ambos jogavam videogame na hora do crime.
Que a autoridade não pode ir a reboque da
eventual ira popular, não se discute. Como não se discute também a necessidade
de um imediato e implacável combate diante da escalada da criminalidade. Mas
convém uma boa dose de cautela para se definir como isso deverá ser feito, o
que não se confunde com a ação lenta e parcimoniosa no trato de uma questão
vital. Ocorre que cautela, decididamente, não é forte do governador tucano
Simão Jatene, nem dos governos do PSDB no Pará. E isto é evidenciado pelo
massacre de Eldorado de Carajás, ocorrido em 17 de abril de 1996, no qual 19
sem-terras foram executados pela Polícia Militar, em uma ação deflagrada precipitadamente,
com o aval do ex-governador tucano Almir Gabriel, que na Justiça se absteve,
covardemente, da responsabilidade pela matança, sugerida pelo próprio cargo
ocupado.
terça-feira, 26 de maio de 2015
TCE – Assistente nomeado teve contas rejeitadas
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Luiz Cunha (centro): assessor cujas contas foram rejeitadas pelo TCE. |
A concluir de denúncia feita ao Blog do Barata, o TCE, o Tribunal de Contas do Estado do
Pará, decididamente, revela-se insuperável em matéria de lambanças. Salvo a
possibilidade de se tratar de um homônimo do personagem de antecedentes nada
edificantes, o TCE acaba de protagonizar, de acordo com a denúncia, um daqueles
episódios dignos do realismo fantástico, ao nomear, com efeito retroativo a 1º
de maio, Jacob Orengel para o cargo em comissão de assistente de conselheiro,
cujo salário mensal é de R$ 14 mil. O Jacob Orengel que dispensa apresentações
é um ex-assessor parlamentar da Alepa, a Assembleia Legislativa do Pará, em
cuja folha de pagamento figurou de 2010 a abril último, lotado na Comissão de
Transportes, na qual exercia o cargo comissionado de secretário, com
remuneração não revelada pelo Portal da Transparência do Palácio Cabanagem, ironicamente
de parca transparência, com a conivência do omisso MPE, o Ministério Público
Estadual. Como presidente de um certo Instituto de Desenvolvimento
Humano-Social da Amazônia, ele teve prestações de contas relativas a convênios celebrados com a
Asipag, a Ação Social Integrada do Palácio do Governo, julgadas irregulares –
por unanimidade – pelo TCE e chegou a ser por este condenado.
Confirmado que se trata do mesmo personagem
de passado nada lisonjeiro, o atual presidente do TCE, conselheiro Luiz Cunha,
o popular Cuinha, um ex-deputado que
se notabilizou como um parlamentar de perfil fisiológico, não pode sequer
alegar desconhecimento sobre a vida pregressa do recém nomeado servidor, como
sublinha a denúncia feita ao Blog do Barata. Ao lado
dos conselheiros Maria de Lourdes Lima, então presidente do TCE, Nelson Luiz
Teixeira Chaves, relator, Cipriano Sabino de Oliveira Júnior e Ivan Barbosa,
Luiz Cunha participou, em 10 de agosto de 2010, da sessão na qual o tribunal,
por unanimidade, rejeitou a prestação de contas do Instituto de Desenvolvimento
Humano-Social da Amazônia, do qual Jacob Orengel era presidente, relativa ao
convênio nº 037/2006 celebrado a Asipag.
Mas as estripulias do notório Jacob Orengel
não ficam por aí, acrescenta a denúncia feita ao Blog do Barata.
Em 14 de dezembro de 2010, novamente por unanimidade, os conselheiros do TCE
também rejeitaram a prestação de contas de Jacob Orangel, como presidente do
mesmo Instituto de Desenvolvimento Humano-Social da Amazônia, relativas a outro
convênio celebrado com a Asipag, o de nº 198/2005. E os
conselheiros não só rejeitaram as contas, como condenaram Jacob Orangel.
Postado por
Augusto Barata
às
14:44
2 comentários
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TCE
TCE – Perfil incompatível com o cargo
A denúncia feita ao Blog do Barata é enfática ao criticar a eventual
nomeação do notório Jacob Orengel para o TCE, diante dos antecedentes do novo
assistente de conselheiro, cuja portaria de nomeação foi publicada na edição de
quinta-feira, 21, do DOE, o Diário Oficial do Estado. É acentuada, a propósito,
a voracidade de Jacob Orangel, quando se trata de recursos públicos, citando-se
que como presidente de outra entidade, um tal de Instituto para Formação
Política, Sindical, Ambiental, em 2010 ele foi captou, na Fundação Tancredo
Neves, um total de R$ 310 mil. “Ou seja, quando o
assunto é receber dinheiro público, Jacob Orangel está sempre a postos, ora
através de um instituto, ora através de outro”, assinala a denúncia.
Confirmado que se trata
do mesmo notório personagem, cujas contas foram rejeitadas, a nomeação de Jacob
Orengel, para o TCE, é insustentável, do ponto de vista da moralidade pública,
sublinha a denúncia. “Deixa impactado qualquer um, minimamente decente, o
Tribunal de Contas do Estado manter como assistente de conselheiro alguém cujas
prestações de contas rejeitou em passado bem recente", assinala a fonte
anônima do Blog do Barata. “Qual a confiabilidade de um
assessor com estes antecedentes e qual a credibilidade do conselheiro que se
deixa assessor por um servidor com este fil?”, arremata.
segunda-feira, 25 de maio de 2015
REMO – Recondução de Minowa agrava crise
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Pedro Minowa: reconduzido ao cargo, mediante liminar da Justiça. |
A recondução, mediante uma liminar obtida na Justiça, de Pedro Minowa ao cargo de
presidente, do qual havia sido afastado temporariamente por decisão do Condel, o Conselho
Deliberativo, sob a suspeita de improbidade , promete agravar a crise na qual submergiu
o Clube do Remo, o tradicional Leão Azul. Ele tornou-se presidente na primeira
eleição do clube pelo voto direto dos associados, sob a oposição dos cardeais
azulinos, derrotando surpreendentemente o ex-presidente Zeca Pirão, um
ex-vereador pelo PMDB, apontado como favorito à reeleição. Algo abúlico, ao ser
empossado Minowa terceirizou responsabilidades e revelou-se um dirigente
omisso, protagonizando uma administração caótica, agravada pelo atraso nos
pagamentos dos salários dos funcionários e jogadores. A ameaça dos jogadores de
não treinarem, diante das promessas não cumpridas de pagamento dos salários
atrasados, às vésperas de uma partida decisiva contra o arquirrival Paysandu,
potencializou a crise, levando a uma intervenção branca, avalizada por
lideranças históricas do clube. À revelia do presidente, foi decidido que a
parte das rendas que coubessem ao Remo seria destinada ao pagamento de jogadores e funcionários,
o que injetou ânimo nos atletas e levou o Leão Azul, após sucessivas vitórias, à
conquista do bicampeonato estadual e à final da Copa Verde, apesar das notórias
limitações do seu elenco. A acachapante derrota por 5 a 1 para o Cuiabá, a quem
em Belém o Remo goleara por 4 a 1, na decisão da Copa Verde, fez recrudescer a
rejeição a Minowa, afastado temporariamente do cargo de presidente pelo Condel
e sob a perspectiva da destituição desonrosa, na esteira das acusações de
corrupção em sua administração.
Como o Remo e seu arquirrival, o Paysandu,
são duas instituições paraenses, que polarizam a paixão do torcedor pelo futebol,
previsivelmente a crise no Leão Azul ganhou destaque no noticiário. E para
alguns, o que inclui setores da imprensa esportiva, a perspectiva de
destituição de Nimowa, diante das suspeitas de corrupção na sua administração,
resulta de uma retaliação de parcela dos cardeais azulinos, que não perdoam a
derrota a eles imposta pelo atual presidente remista, na primeira eleição direta da
história do clube. “Na verdade, o Minowa deu munição aos seus adversários”,
avalia, em off, um respeitado jornalista esportivo ouvido pelo Blog do Barata, observando que são fortes os indícios de
improbidade, ainda que sem ousar arriscar se os eventuais deslizes foram diretamente patrocinadas
pelo atual presidente, ou simplesmente coonestados por omissão. Da sua parte,
lideranças históricas do Remo argumentam que, em defesa dos interesses do
clube, cuja situação financeira é precária, não há como permanecer silente. “Para
preservar os interesses do Clube do Remo não convém estimular disputas internas,
mas também não se pode, nem se deve, legitimar falcatruas, de caráter culposo
ou doloso”, pondera, por exemplo, o ex-presidente Antônio Carlos Teixeira, o
Tonhão, notabilizado por ter tido decisiva participação na maior conquista
futebolística da história do Remo, o título da série C do Campeonato Brasileiro,
em 2005. De posturas firmes, mas serenas, Antônio Carlos, que é advogado e exerce
a função de procurador federal, salienta que não se trata de crucificar, a
priori, o atual presidente azulino. “A questão essencial reside em saber, em
apurar, se as graves acusações a Pedro Minowa procedem, ou não”, enfatiza. Mas
apesar de habitualmente ponderado, ele deixa claro que, pessoalmente, não
avaliza qualquer condescendência diante de eventuais ilícitos. “Erros do
passado não justificam a omissão diante de transgressões do presente”,
argumenta, em clara alusão às evidências de gestão temerária em administrações
do passado recente.
REMO – A venda de Rony e a empresa fantasma
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Rony, jovem revelação: venda nebulosa, que despertou suspeitas. |
A falta de credibilidade da atual
administração é o que serve de combustível para a rejeição a Pedro Minowa no
Condel, o Conselho Deliberativo, que afastou temporariamente o atual presidente
do Remo, por 50 votos contra 23, designando uma comissão para apurar as
suspeitas de improbidade. Primeiro presidente da história do clube eleito pelo
voto direto dos associados, apesar da oposição dos cardeais azulinos, Minowa
teve seu nome associado a supostas falcatruas a partir de nebulosos episódios,
como o contrato celebrado com uma empresa supostamente fantasma, a Prime Sport.
O mais vistoso desses nebulosos episódios foi a venda do atacante Rony, a jovem revelação azulina,
ao Cruzeiro, de Minas Gerais, por R$ 238 mil, sob a qual chegou a pesar a
suspeita de se tratar de uma operação triangular, envolvendo o arquirrival
Paysandu, que seria o destino real do jovem jogador azulino.
Uma operação triangular, ou não, a venda de
Rony suscitou suspeitas, ao ter o valor da venda do atacante questionado, e por
ter sido consumada à revelia do Conselho de Futebol. Como agravante, o que
torna a transação nebulosa, Minowa assinou um documento doando 100% dos
direitos econômicos ao empresário do jogador, Hércules Júnior. Mas não só isso.
A transação foi consumada sem nenhuma consulta à Diretoria Jurídica do Remo.
Não por acaso, os três integrantes do Conselho de Futebol – André Cavalcante,
Carlos Gama e Heitor Freitas – fizeram contundente críticas ao atual
presidente, de corpo presente, na reunião do Condel que decidiu pelo afastamento
temporário de Minowa.
André Cavalcante foi particularmente
incisivo, ao salientar as evidências de gestão temerária. Recordou, por
exemplo, que o vice-presidente, Henrique Custódio, solicitou afastamento do
cargo por seis meses, por se sentir alijado por Minowa. “Em sua fala, o
Henrique Custódio lamentou que estivesse afastado de todas as negociações
envolvendo atletas, inclusive no caso de Rony”, observou André Cavalcante,
endossado por Heitor Freitas. “Atualmente o Clube do Remo não tem diretor
Jurídico e Financeiro, e dessa forma o clube estará sujeito a grandes perdas”,
reforçou Heitor Freitas.
REMO – O episódio da falsificação de ingressos
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Remo x Cuiabá, no Mangueirão: falsificação de ingressos lesou o Remo. |
Mais recentemente, na primeira partida da
decisão da Copa Verde, contra o Cuiabá, em Belém, o público abrigado no
Mangueirão foi estimada pela Polícia Militar em 50 mil pessoas, mas o borderô
apontou pouco mais de 34 mil pessoas. O prejuízo do Remo, com a evasão de renda,
foi estimado em R$ 450 mil pelo ex-diretor de Segurança, coronel Dario, em
denúncia formalizada junto ao Condel.
No documento enviado ao Condel, o
ex-diretor de Segurança responsabiliza diretamente Pedro Minowa pelo ocorrido.
Segundo o coronel Dario, uma decisão precipitada
do presidente remista facilitou a falsificação de ingressos. De acordo com o
ex-diretor de Segurança, Minowa determinou a troca da empresa que confeccionava
os ingressos por outra. Os ingressos fornecidos pela nova empresa contratada
não continham, porém, nenhum item de segurança, e desse fato o presidente
azulino teve conhecimento prévio. E mesmo advertido sobre o risco de
falsificação de ingressos, optou por manter o contrato com a nova empresa.
REMO – A suspeita afinidade com Eduardo Guizzo
O presidente do Remo, Pedro Minowa, reintegrado
ao cargo por força de uma liminar obtida na Justiça, é também acusado de
perpetrar uma sucessão de decisões lesivas ao clube. Como exemplo é citado ele
ter rompido unilateralmente o contrato com a Acesso Mais Tecnologia Ltda, em
presa de Goiânia, expondo o clube ao ônus de uma multa rescisória de R$ 500
mil. Certamente porque deva estar na expectativa da eventual destituição de
Minowa, a empresa ainda não cobrou o pagamento da multa rescisória.
Também desperta suspeitas, entre seus
críticos, as afinidades de Pedro Minowa com um certo Eduardo Guizzo. O
presidente azulino assinou contrato com a Conexxus, empresa que tem como
representante em Belém Eduardo Guizzo. Consta, em denúncias encaminhadas ao
Condel, que Minowa, na administração da Nação Azul, rompeu contrato com a
empresa M Cubo Soluções Ltda, a qual o Remo pagava 7,5% dos recursos apurados, substituída
pela Espaço Vip Assessoria em Comunicação Ltda, empresa que embolsará 30% do
clube e cujo representante em Belém também é Eduardo Guizzo. Mas isso não é
tudo. Chegou ainda ao conhecimento do Condel que os pagamentos dos associados
da Nação Azul, em cartão de crédito, são feitos na conta pessoal do
indefectível Eduardo Guizzo.
Minowa é ainda acusado de não fornecer
uniforme oficial aos esportes amadores e olímpicos do Remo. Por isso, o futsal celebrou
contrato com uma empresa, a Golkiper, acrescentam as denúncias.
REMO – O Condel ignorado e o apelo contra o vice
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Henrique Custódio, o vice, alvo do apelo de Minowa aos cardeais. |
No Condel, a crítica recorrente contra
Pedro Minowa é o atual presidente ignorar solenemente o Conselho Deliberativo
do Remo e as próprias normas estatutárias Como exemplo, lideranças históricas do
clube mencionam os reiterados apelos feitos a Minowa para ouvir o Conselho de
Futebol nas contratações visando a disputa do Campeonato Estadual e da Copa
Verde. Apelos sistematicamente ignorados, salienta a versão corrente.
Em verdade, segundo relato de bastidores, feito
por fonte fidedigna, pelo menos uma vez Pedro Minowa recorreu aos cardeais
azulinos, lideranças históricas com ascendência no Condel. Foi quando pediu uma
reunião com os ex-presidentes Manoel Ribeiro, atual presidente do Condel,
Ubirajara Salgado e Antônio Carlos Pinheiro Teixeira, o Tonhão. Na reunião,
Minowa pediu a interferência dos três grandes beneméritos para neutralizar seu
vice-presidente, Henrique Custódio, a quem acusava de estar obstaculizando sua
administração. Desconcertados, diante de tão esdrúxulo apelo, Ribeiro Salgado e
Teixeira ponderaram, na ocasião, que restava ao presidente buscar um consenso
com seu vice, cuja escolha, tanto quanto a dele, Minowa, havia sido legitimada
pelo voto direto dos associados.
Henrique Custódio, vice-presidente
licenciado, foi personagem de um constrangedor episódio, mencionado como
emblemático do descrédito da gestão comandada por Pedro Minowa. Após anunciar à
imprensa que os salários dos jogadores azulinos tinham sido pagos, foi
categoricamente desmentido pelos próprios atletas, que para tanto convocaram
uma coletiva, com a presença do técnico Cacaio.
REMO – O ônus da lambança com a Justiça
O presidente do Remo, Pedro Minowa, é ainda
cobrado pela falta de transparência na administração do clube. As contas de
janeiro, fevereiro, março e abril só muito recentemente foram encaminhadas ao
Conselho Fiscal. Pela falta de transparência, perdura sem aprovação o orçamento
para o biênio 20015/2016.
Muito mais grave, apontam as denúncias
contra Minowa, foi o presidente azulino pretender desdenhar da Justiça do
Trabalho. Ele simplesmente repassou a uma factoring as cotas pagas ao
clube pela Funtelpa, a Fundação de Telecomunicações do Estado do Pará, e pelo
Banpará, o Banco do Estado do Pará, que deveriam ser destinadas ao pagamento de
débitos trabalhistas. Em consequência, a Justiça do Trabalho determinou o
bloqueio de todos os patrocínios da Funtelpa e Banpará até 2016; bloqueio de
30% das cotas das rendas dos jogos do Remo; e leilão, previsto para 12 de
junho, do Carrossel, a área frontal, localizada na avenida Almirante Barroso,
do estádio remista, na qual funciona uma casa de dança.
REMO – “Não se pode legitimar falcatruas”
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Antônio Carlos Teixeira: intransigente na defesa dos interesses do Remo. |
“Para
preservar os interesses do Clube do Remo não convém estimular disputas internas,
mas também não se pode, nem se deve, legitimar falcatruas, de caráter culposo
ou doloso.” A declaração é do advogado Antônio Carlos Pinheiro Teixeira, 56, procurador
federal, uma das mais respeitadas lideranças do Clube do Remo, hoje submerso em
uma grave crise interna, que culminou com o afastamento temporário do
presidente, Pedro Minowa, ameaçado de destituição, na esteira de recorrentes
denúncias de corrupção. Para além da extensa folha de serviços prestados ao
clube - com ênfase para sua decisiva participação na conquista do título de
campeão brasileiro da série C, em 2005 -, ele se notabiliza pela postura firme,
mas serena, como dirigente. Não por acaso Antônio Carlos foi, na história
recente do Remo, o mais jovem presidente, conselheiro, benemérito e grande
benemérito do clube. O que certamente explica sua credibilidade como interlocutor
confiável que é, sedimentada pela rara capacidade de não abdicar de princípios
que se sobrepõem as circunstâncias, sem resvalar para o sectarismo. Antônio
Carlos, o popular Tonhão, aumentativo que o acompanha desde a juventude,
ensejado até pelo porte físico, costuma manter abertas as portas do diálogo,
peculiaridade que cultiva não só no âmbito esportivo, como nos planos
profissional e pessoal.
Este
perfil previsivelmente torna Antônio Carlos um personagem vital para o desfecho
da crise do Remo, o Leão Azul, um dos dois maiores clubes de massa da Amazônia,
ao lado do rival histórico, o Paysandu, o Papão da Curuzu. Crise que ele trata
de resumir com objetividade, sem eufemismos. “A questão essencial reside em
saber, em apurar, se as graves acusações a Pedro Minowa procedem, ou não”,
sintetiza. Não sem antes esfarinhar as críticas diante do rigor com o qual o
Conselho Deliberativo azulino trata o imbróglio que tem no seu epicentro o
primeiro presidente da história do Remo eleito pelo voto direto dos associados.
“Preliminarmente, cabe sublinhar que alegar precedentes, para justificar
ilícitos, é um álibi ao qual habitualmente recorrem delinquentes e bandidos, e
eu entendo que nós não estamos lidando com pessoas dessa estirpe. Erros do
passado não justificam a omissão diante de transgressões do presente”, sublinha.
E descarta a possibilidade de voltar a ser presidente do Remo. “As
circunstâncias são outras. As exigências são bem maiores e o tempo que hoje
disponho é pouco para dedicar-me ao meu amado clube, na condição de seu
presidente. Presidir um clube de massas, como é o Remo, exige uma
disponibilidade que eu hoje não tenho”, acentua Antônio Carlos na entrevista
abaixo, concedida ao Blog do Barata antes de Pedro Minowa ser reconduzido ao cargo, em consequência de uma liminar obtida na Justiça.
Com a autoridade de quem é um remista
histórico e uma das mais respeitadas lideranças azulinas, qual a sua avaliação
sobre a crise na qual submergiu o Remo, que culminou com o traumático
afastamento do presidente Pedro Minowa, justo às vésperas da estreia do clube
na série D, com previsíveis prejuízos ao planejamento para a disputa da
competição?
Vejo a situação do nosso clube com bastante
preocupação e tristeza. Se não bastassem os problemas cotidianos do clube, como
seu passivo trabalhista, salários de funcionários e jogadores atrasados, hoje o
Clube do Remo vive uma crise de gestão, onde o presidente, quase semanalmente,
é denunciado, junto a mesa do Conselho Deliberativo, por supostas
irregularidades cometidas e que já estão sendo alvos de investigações por uma
comissão processante, nomeada especificamente para isto. Para preservar os
interesses do Clube do Remo não convém estimular disputas internas, mas também
não se pode legitimar falcatruas, de caráter culposo ou doloso.
São públicas e notórias as acusações de
gestão temerária, acrescidas de graves suspeitas de atos de improbidade, contra
Pedro Minowa. O que existe de concreto a respeito e quais as eventuais
alternativas se confirmadas as acusações e suspeitas associadas a gestão do
atual presidente do Remo?
Como eu mencionei em resposta anterior,
devido as denúncias formuladas junto a mesa do Condel foi designada, pelo conselho,
uma comissão processante com o fito de apurar a veracidade das mesmas. E para
não prejudicar esta investigação e garantir a mais absoluta independência da
apuração que se faz necessária, e ainda para preservar a já tão arranhada
imagem do clube, o Condel, em reunião extraordinária, e por maioria de votos,
resolveu afastar o presidente temporariamente, até o relatório final da
comissão processante. Esse relatório conclusivo será votado pelo Condel, e se a
decisão for para apenar com a destituição do presidente, caberá à Assembleia a
palavra final. Tudo isto respeitando o direito assegurado de ampla defesa e de
acordo com que determinam as normas estatutárias.
Não faltam, na história recente do Remo,
precedentes de graves desmandos por parte de ex-presidentes, inclusive com
danos ao patrimônio histórico do clube ou a este lesivos, como, por exemplo,
nos casos de Amaro Klautau e Zeca Pirão. Por isso, a pergunta que não quer
calar: por que tanto rigor em relação a Pedro Minowa?
Preliminarmente, cabe sublinhar que alegar
precedentes, para justificar ilícitos, é um álibi ao qual habitualmente
recorrem delinquentes e bandidos, e eu entendo que nós não estamos lidando com
pessoas dessa estirpe. Erros do passado não justificam a omissão diante de
transgressões do presente. A questão essencial reside em saber, em apurar, se
as graves acusações a Pedro Minowa procedem, ou não. É indispensável
contextualizar, para se ter a compreensão exata do porquê do afastamento do presidente
e da possibilidade de sua destituição. O Remo, como reflexo natural dos ventos
da democracia política, que se refletem no futebol, avançou, no sentido de não
mais conviver placidamente com o mandonismo e com os desmandos do passado,
inclusive o passado recente. Temos no clube, hoje, um Conselho Deliberativo não
só fortalecido em suas atribuições, como substancialmente renovado, com a
participação de jovens quadros movidos por um ideário democrático, que repelem
a impunidade.
“Alegar precedentes, para
justificar ilícitos, é um álibi de
delinquentes, de bandidos, e eu
entendo que nós não estamos
lidando com pessoas dessa estirpe.”
Pedro Minowa tornou-se presidente
legitimado pelo voto direto dos associados, em uma eleição histórica, porque em
tese representaria a democratização da administração do clube. Pelo ocorrido,
deve-se concluir que a democracia revelou-se incompatível com as demandas de um
clube de massas, ou apenas ocorreram desvios na implementação do processo de
escolha pelo voto direto dos dirigentes?
Concordo com a segunda alternativa. Acho que,
pelo açodamento em realizar a primeira eleição direta para presidente e vice do
Remo, algumas etapas para a implantação deste novo modelo foram transpassadas, daí
resultando consequências danosas, que estimulam a cizânia e paralisam o clube.
O presidente agora afastado foi eleito
contra o desejo dos cardeais do clube e tendo como adversário um presidente em
cuja gestão o Remo voltou a ser campeão estadual de futebol profissional, após
uma sucessão de amargas frustrações. A que se deve a vitória de Pedro Minowa? Ela
pode ser interpretada como resultante do desgaste de vetustas lideranças do
clube, que lhe eram inocultavelmente hostis?
Aqueles que são considerados e chamados de
cardeais, muito fizeram por este clube, isto é fato! Fazem parte da história
deste clube, ninguém poderá negar. Na minha leitura, alguns fatores
contribuíram para a eleição do Minowa, sem querer depreciar o trabalho que ele já
prestou e eventualmente tenta prestar ao nosso clube. Foram apresentadas pela
chapa vencedora 33 propostas de gestão, que iam ao encontro dos anseios do
conjunto de associados. Uma delas foi a promessa de implantação de uma gestão
pautada pela modernidade e pela transparência, o que até aqui nem de longe se
confirmou. Aliado a isso tudo, tinha-se a circunstancial condição do Remo,
naquele momento, como um clube ”fora de série”, e a promessa, também não
cumprida e sem perspectiva de vir a ser cumprida, de um novo Baenão. Promessa estimulada
pela precipitada demolição de todo o setor de cadeiras, sucedida pela venda de
um novo setor de cadeiras e camarotes, feita antecipadamente e sem que o
organograma da obra fosse cumprido pelo ex-presidente Zeca Pirão, o que deu aos
sócios a convicção que o Clube do Remo precisava passar por mudanças urgentes. Aliás,
Minowa acenou, dentre outras propostas, com a retomada das obras no Baenão no
dia seguinte de sua eleição, o que não ocorreu. Com promessas de palanque,
turbinadas por um discurso populista e algo messiânico, Pedro Minowa
credenciou-se como o suposto candidato das mudanças almejadas.
O atual estatuto do Remo inclui, dentre
outras coisas, um conselho que tutela o Departamento de Futebol, o que na
prática engessa um setor vital para um clube de massas, ao qual é indispensável
a autonomia necessária para decisões que frequentemente exigem agilidade. O
Remo não estaria sendo vítima de um deletério democratismo, o desvio que torna
uma administração terra de ninguém?
Fui e sou totalmente contra a criação deste
Conselho de Futebol, pelo exagero de atribuições e poderes, que suscitam
conflitos de autoridades dentro do clube. Mas, já que este conselho está
contemplado nas normas estatutárias, o Codir tem a obrigação de respeitá-lo e cumprir
não só esta, como todas as normas estatutárias.
“Qualquer gestor – e o do Remo não
fica isento dessa responsabilidade –
deveria tomar como norma a
transparência. É a transparência que
blinda contra desvios qualquer gestão.”
Já foi dito, intramuros, que a arquibancada
está, hoje, dentro do Remo, em um desabafo que reporta ao temor da paixão do
torcedor contaminar a administração de um clube de massas, na qual é imperioso
um mínimo de racionalidade, para compatibilizar o desejável com o
financeiramente possível. Esse temor procede e como esse risco pode ser
neutralizado?
Acho a nossa torcida fantástica e fenomenal.
Ela tem evidenciado o seu amor ao clube de forma comovente, inclusive, e
particularmente, nos momentos mais necessários. O que acontece é que, devido a
demora de uma abertura maior para implantação de uma renovação, não só etária,
como também de mentalidade, alguns grupos foram formados por sócios e
torcedores para pressionar pela realização de algumas mudanças estruturais dentro
do clube, com ênfase para as eleições diretas. Infelizmente, pelas
circunstâncias em que foram materializadas as mudanças já consumadas, instalou-se
um clima de cizânia, de desunião, que conspira contra o clube, porque as
disputas internas engessam a administração do Remo.
Seria utópico pedir menos democratismo e
mais transparência, com a publicação mensal, na página do clube na internet, do
balanço mensal, inclusive com o detalhamento da movimentação financeira do
Departamento de Futebol?
De maneira nenhuma. Qualquer gestor - e o
do Remo não fica isento dessa responsabilidade, convém frisar - deveria tomar
como norma, como cláusula pétrea, a transparência administrativa. É a
transparência que blinda contra desvios qualquer gestão. E ela é tanto mais
indispensável quando falamos de um clube de massas, como é o caso do Remo, que
desperta paixões avassaladoras. E a paixão, no esporte, como na vida, pode nos
deixar com a visão turvada, e por isso suscetíveis ao deslumbramento e, por
extensão, a erros crassos, a equívocos de consequências irremediavelmente
danosas.
Não lhe falta competência, experiência e
cacife para voltar a ser presidente do Remo. O que o impede, hoje, de voltar a
encarar esse desafio?
As circunstâncias são outras. As exigências
são bem maiores e o tempo que hoje disponho é pouco para dedicar-me ao meu
amado clube, na condição de seu presidente. Presidir um clube de massas, como é
o Remo, exige uma disponibilidade que hoje não tenho.
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